Só mais uma vez

Um conto erótico de Marquesa de Sade
Categoria: Heterossexual
Contém 1510 palavras
Data: 25/07/2025 19:57:51

Eu sempre fui safada. Mas não dessas que se escondem atrás de moral de fachada. Eu sabia muito bem o que gostava, e não tinha medo de ir atrás. Deixei homem casado de perna bamba, fiz novinho chorar de tesão, e levei muito marmanjo a fazer promessa no escuro, depois de uma noite comigo. Mas aí… veio Otávio.

Otávio é diferente. Figurão, respeitado, ... daqueles que entram num ambiente e todos mudam de postura. Me trata como jóia rara. Significa carinho, cuidado, luxo. Me fez sentir desejada, de um jeito mais,...digamos sofisticado. Quando botei aliança no dedo, jurei a mim mesma: chega! Nada de escapadinhas. Nada de joguinhos. Pela primeira vez, pensei que podia ser fiel.

E fui. Por três anos, eu fui. Até que conheci ele.

Aquela sexta-feira estava quente, abafada, como se o ar anunciasse perigo. Otávio marcou um jantar pra receber um investidor gringo da empresa. Disse que queria que eu fosse junto — pra representar a esposa elegante do presidente, aquela que todos admiram, mas desejam em silêncio. Eu vesti um longo preto, justo, com uma fenda que subia até quase beijar a virilha. “Só um teste”, pensei.

E quando vi o David... ah, meu Deus! O homem era puro pecado em forma de executivo. Moreno, olhos escuros e um sorriso torto que parecia dizer “eu sei o que você esconde entre as pernas”. Ele me olhou como quem já me imaginava de quatro.

Durante o jantar, eu me sentia nua. Os olhos dele desciam pelo meu colo, deslizavam pela fenda da saia, paravam na minha boca. E eu? Eu cruzei as pernas e senti a calcinha molhar. Me odiava por dentro — ou fingia que me odiava.

Otávio, coitado, precisou se ausentar no final. Uma call de emergência. Me pediu que levasse David até a suíte dele no hotel. Eu disse que sim. Claro que sim.

No elevador, silêncio. Mas o ar estava denso, carregado de tensão. Ele se virou pra mim e disse:

— Eu só vim aqui por negócios... mas me distraí com você.

Eu tremi. Mas fingi firmeza.

— Sou mulher do seu investidor, David.

— E eu sou homem demais pra deixar isso passar.

Foi então que ele encostou no meu rosto, com os dedos quentes, e deslizou até meu pescoço. Arfei. O elevador apitou e chegamos ao andar. Entramos na suíte, e eu já sabia o que ia acontecer. Fui eu quem tomou a frente. Agarrada na gravata dele, puxei até que nossas bocas se colaram. A língua dele invadiu minha boca com fome, com raiva. Me apertou contra a parede, me ergueu pela cintura e, quando senti o volume entre as pernas dele, quase gozei ali mesmo.

A calcinha? Ele rasgou. Nem tirou. Só empurrou e me penetrou ali, contra a parede. Eu gemi alto, como há tempos não gemia. Me senti viva, suja, e deliciosa. Ele me fodia como se eu fosse a amante proibida, e não a esposa troféu. E eu adorava cada segundo.

— Você é uma mulher perigosa, Clara — ele sussurrou, enquanto me comia por trás na cama, segurando meu quadril com força.

— Eu era... — respondi, quase sem voz. — Essa vai ser a última fuleragem da minha vida.

Ele riu, me puxou pelos cabelos e sussurrou no meu ouvido:

— Jura?

Jurei. Mas jurei com os dedos cruzados por dentro. Porque no fundo... no fundo, eu sabia que quando o fogo volta, ele não apaga fácil.

*******

Acordei com o cheiro do lençol me condenando.

Mistura de sexo, suor e perfume masculino caro. O quarto ainda estava escuro, cortinas pesadas bloqueando a luz do sol. Meu corpo doía, mas era uma dor boa, daquelas que lembram cada posição, cada estocada profunda que me fez perder a noção do tempo. Estava nua, enrolada no lençol, e David dormia ao meu lado, uma mão largada em minha coxa, como se quisesse garantir que eu não fugisse.

Mas eu já estava fugindo por dentro. Do espelho, do meu nome, da promessa que fiz a Otávio — e a mim mesma.

Me levantei devagar, fui até o banheiro. O espelho me encarou sem piedade. Cabelo bagunçado, marcas no pescoço, olhos brilhando como se eu tivesse ganhado alguma coisa... ou perdido tudo.

Lavei o rosto com água fria. Me vesti em silêncio. Calcinha nova, porque a outra ele tinha rasgado. Passei batom de leve, tirei o borrado da noite. Quando saí, ele estava acordado, sentado na beira da cama, com o corpo nu coberto só até a cintura. E aquele sorriso. Aquele maldito sorriso que me deixava molhada só de lembrar.

— Fugindo sem café da manhã? — ele perguntou, com voz rouca.

— Tenho uma imagem pra manter. — respondi, prendendo o cabelo.

— Você tem uma chama pra alimentar — retrucou. — E, sinceramente, Clara… você nasceu pra pegar fogo.

Fingi que não ouvi. Saí dali como quem sai da cena de um crime. Mas no fundo, o pior crime ainda estava por vir.

Otávio me ligou no caminho:

— Amor, o David ficou encantado com sua presença ontem. Disse que você é uma mulher magnética.

Quase bati o carro.

— É mesmo? — forcei o tom leve. — Achei ele bem… direto.

— Sim, mas ele é eficaz. Hoje ele vai almoçar conosco no clube da diretoria. Almoço mais reservado. Ele disse que adoraria conversar mais com você.

Puta que pariu!

Respirei fundo, segurei a onda. Cheguei em casa, fui direto pro banho. Esfreguei o corpo como se desse pra apagar o que aconteceu. Mas cada toque da água quente só trazia flashes: minha boca no pescoço dele, os dedos dele dentro de mim, a sensação de ser fodida como se meu corpo fosse território em guerra.

No armário, escolhi um vestido discreto. Pés no chão, rosto neutro, maquiagem impecável. Voltei a ser a esposa exemplar.

Na hora do almoço, Otávio estava animado. David chegou sorrindo, impecável, como se nada tivesse acontecido. Sentou ao meu lado. Me cumprimentou com um beijo na mão. E com um olhar. Um olhar que dizia: “Se quiser de novo, é só piscar”.

E eu… pisquei.

Foi involuntário. Um deslize de cílios. Mas o suficiente pra ele saber que a fuleragem, talvez, não fosse mesmo a última.

Otávio falava de números. Eu, de vinho. David, de arte. Mas por baixo da mesa, a mão dele encontrou meu joelho. Subiu devagar. E eu deixei.

Ali, diante do meu marido, com o coração acelerado e o sexo pulsando, eu entendi: trair não é só foder com outro. É foder com tudo. Com promessas, com a própria imagem, com a ilusão de que a gente pode conter a natureza.

E a minha natureza… é quente demais pra viver em jaula de fidelidade.

O dedo dele roçava meu joelho por baixo da toalha branca da mesa. Sutil. Lento. Como se testasse os limites.

Otávio falava animadamente sobre gráficos e projeções. Eu sorria, balançava a cabeça, fazia pose de mulher elegante — enquanto as pernas se entreabriam sozinhas. A mão de David subiu mais, passando pela coxa, até tocar a renda da calcinha nova que eu tinha escolhido pensando, ironicamente, no meu marido.

Meu coração martelava no peito. Minhas entranhas vibravam como se reconhecessem aquele toque proibido. A adrenalina me deu coragem — ou loucura.

Sem olhar pra ninguém, tirei o guardanapo do colo e o deixei cair no chão. Fiz um teatrinho rápido, fingindo surpresa. Abaixei devagar, com um sorrisinho falso, como quem vai pegá-lo com elegância... e fui. Mas não voltei.

Em vez disso, deslizei devagar por baixo da mesa de mogno, entre as pernas dos dois. Estava escuro ali. O tecido da toalha escondia tudo. Eu ouvia a voz de Otávio vibrando acima, sem suspeitar de nada. David, no entanto, segurava o copo com firmeza — e quando abri o zíper da calça dele com os dentes, quase o vi derramar o vinho.

Puxei o volume quente e latejante pra fora. Estava duro. Imponente. E sabia que era meu. Passei a língua na glande devagar, girando, saboreando como quem sabe que está cometendo um pecado sem volta. Ouvi a respiração dele mudar. Otávio continuava falando sobre expansão internacional, coitado.

Segurei o pau com as duas mãos e levei à boca inteira. Fundo. Sentia a cabeça encostar lá no limite da garganta. Ele gemeu baixinho. Tosse disfarçada. Eu sorri, com ele dentro da boca, sabendo que estava no controle.

O risco de sermos descobertos só me deixava mais molhada.

Chupei com vontade. Lambi. Brinquei com a língua como se fosse minha refeição principal. O corpo dele tremia. As pernas endureceram. E eu, debaixo da mesa, me sentia mais viva do que nunca.

Quando ele gozou, engoli tudo. Sem um som. Sem piscar. O cheiro me invadiu como perfume de guerra. Limpei a boca com o guardanapo caído, ajeitei o vestido e subi de volta à cadeira como se nada tivesse acontecido.

Otávio me olhou, distraído:

— Achou o guardanapo?

— Achei sim — sorri, doce, lambendo de leve o canto da boca. — Estava mais embaixo do que eu esperava.

David tossiu e pediu mais vinho.

E eu… me recostei na cadeira, com a boca ainda quente e a calcinha encharcada, pensando que talvez essa “última vez” tivesse virado só mais um capítulo.

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Foto de perfil de Marqueza de SadeMarqueza de SadeContos: 88Seguidores: 31Seguindo: 0Mensagem Sou de Astorga, e qualquer título com nome de música de Chitãozinho e Xororó não é uma mera coincidência.

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