[Saga da Esposa Corrompida] - Capitulo 5 - O Início da Comparação

Um conto erótico de Roux
Categoria: Heterossexual
Contém 1745 palavras
Data: 25/07/2025 11:33:26

Capítulo 5 — O Início da Comparação

Quatro meses se passaram desde que Jeffi começou a mudar radicalmente a dinâmica da casa — e da relação. Não foi de um dia pro outro, claro. Primeiro vieram os elogios, depois o short e a legging, depois as lingeries, a diarista... e agora? Agora era tempo de colher os frutos silenciosos plantados com tanto cuidado.

O efeito prático de tudo aquilo começava a se mostrar em detalhes. Nayra, antes sempre ocupada com tarefas de casa, agora vivia uma rotina quase de princesa pós-moderna. Jeffi cuidava de muito mais coisas do que antes — e, como se não bastasse, desde que contratara a diarista para as tarefas domésticas, Nayra passara a ter muito mais tempo livre. A intenção era simples: deixar Nayra no ócio. E funcionou.

Ela acordava, fazia o café, arrumava Isa pra escola, e pronto: o resto do dia era basicamente dela. Passava horas na frente do notebook — ora navegando por sites de compras, ora assistindo vídeos bobos, ora mergulhada em séries que a faziam rir, chorar, ou refletir. Um ritual também se formou: unhas feitas no salão a cada duas semanas, pontas do cabelo retocadas, cuidados básicos que antes ela desprezava por falta de tempo ou motivação. Agora não — agora ela queria se sentir bem. Ou talvez só queria ver se estava bonita. O motivo pouco importava. O movimento, por si só, era sintomático.

Era nesses momentos, entre o barulho dos secadores e o cheiro do perfume, que a imagem de Nayra começava a emergir de um jeito novo. Jeffi a observava com atenção redobrada — e encantado. Ela era uma ruiva linda, daquelas que hipnotizam no silêncio. Tinha olhos verdes marcantes, rosto salpicados por sardas que subiam do nariz simétrico até o alto das bochechas. Magra, com corpo tipo skinny, seus 1,65 m e 63 kg se distribuíam com elegância natural. Os seios pequenos e firmes, o bumbum proporcional e redondinho, tudo nela carregava uma sensualidade sutil, quase tímida, escondida debaixo das roupas largas que ainda insistia em usar. Nayra era surda do ouvido direito desde a infância, por causa de uma infecção auricular que deixou sequelas permanentes — algo que ela raramente comentava, mas que sempre teve impacto silencioso em sua relação com o mundo.

Jeffi não via fragilidade ali. Pelo contrário. Via força contida. Beleza velada. Um tipo de charme que vinha de dentro e vazava pelas rachaduras de uma moral cristã que ainda resistia, mas já não sustentava o peso do próprio desejo.

Jeffi observava tudo com o olhar clínico de quem lê microexpressões. Não era uma revolução — não ainda. Mas era nítido que algo estava se deslocando dentro de Nayra. Talvez nem ela percebesse. Ou talvez percebesse, mas achasse que era só efeito colateral do tédio.

O short jeans, por exemplo, agora fazia parte da rotação de roupas de casa. Quando o calor apertava, lá estava ele, nos quadris de Nayra, e ela sequer comentava mais. Jeffi não tocava no assunto também. Sabia que elogiar demais ou chamar atenção poderia gerar efeito reverso. Preferia observar em silêncio. Notava como ela se olhava rapidamente no reflexo da janela, como ajeitava a blusa sutilmente pra deixar a cintura um pouco mais marcada. Pequenas vaidades, como quem testa algo sem assumir pra ninguém.

Mas o que realmente o fazia sorrir era o jeito que Nayra vinha se comportando nas discussões. Antes, ela abaixava a cabeça. Evitava confronto, sempre optando pela paz. Agora? Agora ela discutia. Nada explosivo, nada dramático. Mas contestava, impunha sua vontade. O "sim" automático deu lugar a um "mas por quê?". E quando ela dizia "porque eu quero", Jeffi tinha vontade de gritar “é isso!”, mas se limitava a um sorriso contido.

Ele tinha certeza de que as séries que Nayra assistia estavam influenciando. Mulheres decididas, sensuais, livres, que tomavam as rédeas das situações. Nayra nunca foi burra — muito pelo contrário. Era sensível, analítica, profunda. Jeffi sabia que bastava o ambiente certo pra que a mulher recatada desse lugar à mulher real que sempre existiu dentro dela, mas que fora engessada por anos de doutrinação.

Claro que nada era garantido. Um passo em falso e tudo poderia desmoronar. Ele estava consciente disso. Por isso, a nova fase do plano exigia ainda mais sutileza: era hora de inserir a ideia de outros homens.

Não de forma direta, claro. Jamais. Era o tipo de território minado que você só pisa com equipamento de precisão. Jeffi sabia que precisava normalizar, dentro do universo de Nayra, a presença masculina como referência de beleza — de forma natural, não ameaçadora, até curiosa. Ele decidiu que começaria a elogiar outros homens casualmente, como quem fala de um ator de novela ou de um amigo em comum.

Na primeira tentativa, estavam vendo uma série na Netflix, quando ele comentou:

— Esse cara aí, o protagonista... o maluco é bonito, né? Bem estiloso.

Nayra arregalou os olhos como quem foi pega num lugar estranho.

— Ué? — ela riu. — Desde quando você repara em homem, Jeffi?

— Ah, não é isso — respondeu com leveza. — Mas pô, o cara é bonito, tem presença. E o figurino dele é massa. Se eu usasse uma jaqueta dessa ia parecer que roubei de alguém.

Ela riu, mas fez uma expressão pensativa. Jeffi notou. Era exatamente o que queria. Não precisava de respostas, apenas reações.

Nos dias seguintes, ele soltou outras observações aqui e ali. Às vezes elogiava um amigo em comum, às vezes um apresentador da TV. Sempre com tom casual, nunca forçado. Nayra sempre reagia de forma engraçada, com aquele misto de surpresa e desconfiança, mas nunca rejeição. Aquilo, pra Jeffi, era ouro.

Um dia, enquanto dobrava roupas com ela no quarto, comentou:

— O Renato do trabalho apareceu lá ontem com um visual diferente, cabelo cortado, camisa nova... Até as meninas do setor comentaram. Cara estiloso, viu?

Nayra levantou uma sobrancelha, com aquele sorriso meio torto.

— Tá virando crítico de moda agora?

— Tô só observando o mundo — ele respondeu, rindo. — E tentando me atualizar. Vai que um dia eu viro um “homem bonito de meia-idade”.

Ela gargalhou, e ele sabia que tinha acertado na medida certa.

Por dentro, Jeffi estava em êxtase. Nayra não apenas ouvia os elogios como reagia com humor, sem bloquear a conversa. Era um indício claro de que a armadura estava mesmo com rachaduras — e elas estavam se abrindo. Ainda discretas, mas reais.

O que mais o deixava animado era o comportamento silencioso dela. Nayra não verbalizava as mudanças, não dizia que estava diferente. Mas Jeffi notava. O modo como cruzava as pernas no sofá, o jeito como jogava o cabelo pro lado quando falava com ele, como dava mais atenção ao perfume antes de sair. Eram traços pequenos, gestos que passariam despercebidos pra qualquer outro, mas não pra ele.

Ele a via — e agora ela começava, ainda que sem querer, a se ver também.

Numa dessas tardes quentes de domingo, Nayra estava arrumando o guarda-roupa e tirando peças antigas que não usava mais. Jeffi passava pela porta e fingiu desinteresse, mas não perdeu nada da cena. Quando ela pegou o short jeans que ele havia dado meses antes, hesitou por um segundo. Passou os dedos pela cintura da peça e, sem dizer nada, vestiu-o ali mesmo. A blusa era comprida, então o short mal aparecia.

— Tá calor hoje, né? — disse ela, sem olhar pra ele.

— Tá. Mas você ficou mais quente ainda com esse short — respondeu, com aquele tom safado misturado com leveza.

Ela riu e revirou os olhos.

— Vai começar?

— Tô só dizendo o que é óbvio. Você fica linda com ele. E confortável também, né?

— É... confortável até demais. Parece que tô nua — disse, meio envergonhada, ajeitando a blusa.

Mas não tirou o short. E Jeffi soube que aquilo dizia tudo.

Naquela noite, Nayra demorou um pouco mais no banheiro. Quando saiu, já de camisola, Jeffi fingiu estar lendo no tablet, mas a observava pelo canto do olho. Ela andou até o espelho, ajeitou o cabelo, passou a mão pelas coxas, meio sem perceber, e soltou um leve suspiro.

Jeffi não disse nada. Só sorriu internamente.

A Nayra que se olhava agora no espelho já não era a mesma mulher que escondia o corpo sob saias largas. A mulher de hoje começava a ver beleza onde antes via culpa. Desejo onde antes via pecado.

Ela ainda estava diante do espelho quando Jeffi se aproximou por trás, devagar. Nada agressivo, nada teatral. Só a presença dele já bastava pra mexer com o ar.

— Tá linda — ele murmurou, encostando o queixo no ombro dela. — Sério... linda de um jeito que me dá vontade de te agradecer.

— Agradecer o quê, bobo? — disse ela, sem tirar os olhos do reflexo.

— Por existir. E por ainda dormir comigo.

Ela sorriu de leve, quase sem querer, como quem é pega no flagra do próprio ego. Mas não respondeu.

Ele deslizou as mãos com calma pelas laterais da camisola, subindo devagar, até encontrar a curva da cintura. Nayra não impediu. Apenas inclinou o corpo, cedendo, como quem se permitia ser tocada — não por submissão, mas por escolha.

Jeffi afundou o rosto no pescoço dela, aspirando o perfume suave do hidratante. Depois, ajoelhou-se lentamente atrás dela, as mãos nas coxas nuas, e passou a beijar a parte de trás das pernas com ternura quase reverente.

— Senta aqui pra mim — pediu, num tom mais baixo que o silêncio.

Ela hesitou. Só por um segundo. Depois virou-se, e sentou-se na beirada da cama.

Jeffi afastou a camisola dela com delicadeza e se ajoelhou novamente, entre as pernas dela. Sem pressa, começou a beijá-la ali, com uma dedicação que não pedia nada em troca. Como se aquela entrega fosse uma oração — e ela, a deusa.

Nayra mordeu o lábio, segurou o lençol ao lado, e soltou um gemido baixo, abafado pela própria surpresa. Fazia tempo que não se sentia assim — não só desejada, mas celebrada.

Jeffi a conhecia bem. Sabia onde tocar, onde parar, quando apertar e quando recuar. E quando finalmente ela arqueou as costas, trêmula, tentando conter o prazer que subia sem pedir licença, ele apenas firmou as mãos em suas coxas e a deixou ir.

Nayra gozou devagar, num silêncio cheio de som. O tipo de clímax que não precisava de barulho — bastava sentir.

Quando abriu os olhos de novo, viu Jeffi de volta ao seu lado, com aquele sorrisinho de missão cumprida.

Ela não disse nada. Nem ele.

Mas naquele silêncio havia algo novo. Uma ponte. Um avanço. Uma semente que germinava.

E isso, pra ele, era só o começo.

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