Entre Pecados e Silêncio - Parte 5: Entre o Desejo e o Medo

Um conto erótico de S. Occultus R.
Categoria: Gay
Contém 2696 palavras
Data: 20/07/2025 23:30:25

A luz ainda era azulada quando ouvi o som da porta rangendo devagar. Eu dormia de bruços, encolhido no colchão fino do quarto dos fundos, quando o sussurro arranhado do Tio Marcos cortou o silêncio da casa como uma navalha encharcada de humor:

— Acorda, rapaizim… tá na hora de aprender a tirar leitinho.

Ele disse aquilo com um sorriso que eu só percebi pelo tom de voz não era deboche, era provocação disfarçada de rotina. Me virei devagar, os olhos ainda pesados, mas o corpo já desperto de um jeito estranho. Ele estava na porta, encostado com o ombro no batente, sem camisa, com a calça de vaqueiro já surrada e a botina suja da véspera. O peito largo, suado de leve mesmo naquela hora e a barba por fazer davam a ele uma aparência de homem pronto pro dia e pra guerra.

— Bora, homem, insistiu, cruzando os braços, o bíceps saltando. — Antes que o sol esquente e as vaca fiquem ariscas.

Me vesti no escuro, tentando ignorar a maneira como meu corpo já respondia àquela presença. No caminho até o curral, ele foi falando sobre coisas banais, o capim que estava ralo, o bezerro novo da vaca Preta, as promessas de chuva. Mas havia algo diferente naquele dia. A voz dele estava mais baixa, mais grave, com um peso que não era só o cansaço. Parecia que cada frase era dita com uma ponta de duplo sentido, como se ele estivesse brincando com uma faca invisível entre nós dois.

— É bom aprender, viu? ele disse, pegando o balde de alumínio e abrindo o portão do curral com um estalo seco. — Seus avós não vão ter sempre alguém por perto. Quando faltar gente, você é quem vai ter que meter a mão na teta da bichinha.

As vacas já estavam ali, alinhadas, ruminando sob o céu ainda acobreado. O vaqueiro que costumava cuidar da ordenha já estava a postos, mas Tio Marcos o dispensou com uma frase que parecia simples demais pra tanta carga no ar:

— Hoje não precisa não, Tonho. Hoje é o dia do meu sobrinho aprender a tirar leite com as próprias mãos.

O homem soltou um riso abafado, assentiu e se afastou sem questionar. Fiquei ali parado, sentindo o cheiro forte do curral terra, bosta, mato enquanto Marcos ajeitava a sela de ordenha. Seus movimentos eram rápidos, seguros, precisos como quem já tinha feito aquilo mil vezes. Mas mesmo na simplicidade do gesto, havia algo no jeito como ele se curvava, como segurava o balde entre as pernas, como olhava por cima do ombro, que não tinha nada de inocente.

Até aquele momento, ele parecia o mesmo de sempre aquele tio de consideração protetor, forte, prático. Mas algo em mim já sabia: ele estava prestes a me ensinar muito mais do que tirar leite de vaca.

Assim que o Tonho sumiu da vista, a mudança em Tio Marcos foi quase imperceptível para o mundo, mas avassaladora pra mim. Eu ainda estava em pé, meio torto, tentando ajeitar o jeito de segurar o balde entre as pernas da vaca, quando senti o silêncio pesar no ar. Soltei o balde sem querer, como se meus dedos tivessem esquecido sua função, e o som metálico contra o chão seco do curral foi o único ruído entre nós. O corpo dele mudou. Os ombros, antes caídos, soltos, do tipo que acolhe ficaram retos, firmes, como se sustentassem um poder antigo. O olhar, que pouco antes carregava um calor fraternal, agora queimava com outra intensidade: afiado, calculado, escuro. Ele se aproximou com calma, até parar bem na minha frente, e sorriu, não era um sorriso de alegria, nem de deboche. Era o sorriso de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo, o efeito que causava, o território que dominava. O tipo de sorriso que não pedia permissão. Eu me encolhi dentro de mim mesmo, como se meu próprio corpo entendesse antes da mente que algo tinha virado, como se o mundo tivesse ficado menor, e ele maior. Não era mais só Tio Marcos ali. Era uma força. Era um perigo. Era a revelação de algo que, talvez, sempre esteve ali, esperando o momento certo pra sair. E agora, tinha saído.

Tio Marcos tirou do bolso da camisa um cigarro amassado, com a calma de quem tem o tempo todo do mundo, e o prendeu entre os lábios. A brasa ganhou vida com o estalar do isqueiro e, por um segundo, tudo que existia era o brilho alaranjado refletido nos olhos dele, era como olhar dentro dos olhos do próprio diabo, como se a personificação do desejo ganhasse um olhar.

Ele não disse nada de início. Só soltou a fumaça pelo nariz, lentamente, como se ela também estivesse carregando alguma mensagem. Depois, ergueu os olhos e disse, com a voz grave e baixa, quase num sussurro:

— Você anda me observando muito.

Meu corpo gelou por dentro. Tentei reagir, mas só consegui firmar o olhar nele, como se fosse possível disfarçar alguma coisa a essa altura.

— Eu... não é isso que você tá pensando.

— Você viu o que não devia, né? a voz dele era baixa, firme, como quem dita sentença, não faz pergunta.

Engoli seco. Meu corpo enrijeceu, mas não me mexi.

— Não precisa mentir — ele continou. — Eu gosto que tenha visto.

Ele deu um sorriso curto, torto. Aqueles sorrisos que não vêm da boca, mas do ego. Tragou de novo, mais devagar dessa vez, e sem pressa soltou:

— Você acha que eu não vejo, né? Tio Marcos soltou, sem olhar direto pra mim, como se estivesse falando com o vento. — Sempre com esse jeitinho de quem finge que não quer nada… mas vive me espiando.

Fiquei mudo. Era como se ele tivesse arrancado o ar da minha boca.

Ele virou de leve o rosto na minha direção, tragou mais uma vez e soltou a fumaça devagar, me cercando como se ela também fosse dele.

— Desde o dia da Vitória, eu sei que teus olhos me seguem. Achei que era só curiosidade... mas não é só isso, é?

— Eu… comecei, mas parei. O que eu ia dizer? Que não? Que sim? Que tinha medo e tesão e vergonha tudo junto?

— Tá me devendo, sabia?

— Devendo? — minha voz saiu mais fina do que eu queria, falhou na garganta.

— Naquele dia… — ele continuou, os olhos ainda em mim. — Você me espiou. Eu sei que era você. E, por tua causa, eu não terminei o que queria. Então eu decidir guardar. Só pra ti.

Meu estômago virou. Eu sabia de que dia ele falava. E ele sabia que eu sabia.

Enquanto falava, ele desceu a mão lentamente, como quem ajeita a calça, mas eu vi. Eu vi. A mão dele parou bem ali, sobre a própria rola, que já começava a marcar o tecido.

Ele se aproximou. Lento. Um passo de cada vez.

Parou perto de mim. Os olhos não piscavam.

— Eu sei quando alguém me deseja. E você... você me deseja calado. Com vergonha. Com medo. Isso me deixa duro.

A última palavra veio carregada. Ele olhou pra baixo, e eu também. O volume era óbvio. Latejante. Um monstro preso por tecido fino. Quase uma ameaça.

— Sabe o que mais me excita? — ele falou, dando um passo à frente, encurtando ainda mais a distância. — Te ver assim... parado. Tenso. Sabendo que quer, mas com medo de admitir.

Os dedos pressionaram com leveza, um toque quase casual, quase distraído, mas que queimava nos meus olhos como ferro quente. E eu olhei. Olhei como se olhar fosse um instinto, uma necessidade. Senti minha garganta secar, minhas pernas enfraquecerem, e meu peito afundar num silêncio que só o corpo entende. Ele viu, claro que viu. Tragou de novo o cigarro, sorriu de canto aquele mesmo sorriso de antes, de quem carrega o veneno e a cura — e disse, quase sussurrando:

— Você gostou, né? — Você viu meu pau? Não adianta negar. Eu percebi. E quer saber? Eu gostei. Porque você tem um jeito diferente de olhar. Meio assustado, mas com vontade. E isso… isso me deixa duro de um jeito que nem a Vitória e Andressa conseguem.

Ele pegou minha mão e levou ao seu pau, que nesse momento estava duro, tão duro como uma pedra, como se tivesse vida própria e disse — Você quer chupar o pau que estava dentro da sua prima?!

— Ajoelha. Ele ordenou.

Fiquei imóvel.

— Ajoelha — repetiu, agora mais baixo, porém mais cortante. Como uma faca contra o nervo.

Ele então colocou a mão sobre minha cabeça, e como se eu não tivesse domínio sobre meu próprio corpo, cedi e me ajoelhei, encarando aquele volume por cima da calça que era bem nítido

— Olha pra mim — mandou.

Levantei o rosto. O olhar dele estava queimando.

— Você quer, né? — ele sussurrou. — Você quer o pau que estava dentro da sua prima. Quer sentir na boca. Quer saber o gosto.

Minhas bochechas queimaram. Meu pau estava duro.

O dele… latejava.

Então ele soltou meu queixo, mas, me forçando a olhar para ele, deu uma última tragada no cigarro e soltou toda fumaça em meu rosto. O som do cinto sendo desfeito cortou o silêncio como uma navalha lenta. Tio Marcos puxou a fivela com a mesma precisão com que acende um cigarro, sem pressa, sem hesitação. Era um gesto simples, mas feito com a autoridade de quem tem total consciência do próprio poder. Os olhos dele continuavam cravados em mim, sem piscar, como se estudasse cada respiração sua, cada tremor do corpo ajoelhado ali à sua frente.

Quando o zíper desceu, o som foi quase um sussurro metálico que se arrastava pelos meus nervos. Marcos afastou o tecido com a calma cruel de quem sabe que a espera é uma tortura eficaz. Não havia necessidade de pressa. Ele sabia que já o tinha nas mãos, mesmo antes de mostrar nada, já era ele quem comandava o jogo, quem ditava o ritmo da queda.

Eu sentia o ar rarefeito, como se cada gesto dele reconfigurasse o ambiente. A cabeça girava, não de vertigem, mas de excesso. Excesso de pensamento, de pulsação, de culpa, de desejo. A visão à sua frente se desfazia entre sombra, forma e intenção. Ele queria olhar, mas também queria desaparecer. E isso era o pior: o querer.

O pau dele saltou pra fora: grosso, suado, venoso, a glande brilhando de excitação.

Me senti engolido por aquilo. Era erótico e assustador ao mesmo tempo.

Uma parte de mim queria fugir. A outra... queria provar. Me render.

E então ali na minha frente aquele pau que tanto observei, que vi jorrar leite no chão daquele banheiro, que vi saindo de dentro da buceta da minha prima, no qual Andressa teve medo de sentir e agora estava ali me encarando.

— Sabe o que é mais gostoso? — ele murmurou, segurando meu queixo. — Te ver lutando... mas vencido. Porque no fundo, você já é meu.

Ele encostou a glande na minha boca. Não penetrou. Só pressionou.

Deixou ali. Quente. Pesado. Molhado.

— Agora lambe.

Demorei. Ele riu. De desprezo

— Vai dizer que ainda quer fingir pureza? Depois de tudo que viu? Do tanto que imaginou esse pau explodindo na tua garganta?

Lambi.

Um arrepio cruzou minha espinha. Ele arfou baixo.

— Isso. Isso mesmo. Aprende.

Marcos segurou a base do pau com força e me guiou, devagar, como se me moldasse àquilo. À função.

Ele me fodia com os olhos. Com a voz. Com o cheiro. Com o silêncio.

— Olha pra mim enquanto chupa — ordenou, os dedos cravando nos meus cabelos.

Eu olhei. Ele sorria. Mas não era um sorriso doce. Era um riso de poder. De perversão.

Ele sabia que tinha vencido.

— Você treme — ele disse. — Mas não para. Sabe por quê? Porque eu sou o que você nunca teve coragem de desejar em voz alta.

E agora... tá com a boca cheia disso.

— Abre a boca.

Eu chupei mais forte. A respiração dele pesou.

Enfiei a língua pra fora, tocando a glande quente, que pulsava.

O gosto era forte. Salgado. Quase amargo.

Ele gemeu rouco, segurando minha cabeça com as duas mãos e enfiando sem dó.

A cabeça entrou. Depois mais. E mais.

Sem ritmo. Sem carinho.

Era domínio total.

Eu engasgava, os olhos lacrimejando.

E ele sorria. Gozava com a minha fraqueza.

Eu engolia com muita dificuldade, mas, a vontade se provar era maior que qualquer incomodo, era grande, era grosso, quase não cabia dentro da minha boca.

Ele me fodia com o pau e com palavras.

— Tua mãe te criou pra isso? — ele sussurrou, me fodendo mais fundo.

— Pra virar brinquedo do marido da tua tia?

A culpa me arrebentou por dentro. Mas o pau dele não parava.

E o meu... latejava.

— Isso. Engole.

Então sentir o pau dele pulsar.

— Tá sentindo, né? Esse gosto? Isso aqui não é só porra. É tudo que você nunca teve coragem de pedir. Agora tá engolindo sem reclamar.

Rápido. Fundo.

Garganta. Lágrima. Tesão.

— Engole tudo. — Foi a única coisa que ele disse antes de gozar.

Um jato quente. E outro. E outro.

E eu ali. De joelhos. Sendo preenchido por tudo o que ele é.

Sociopata. Macho. Perverso. Meu.

Tio Marcos respirou fundo, e foi tirando seu pau lentamente da minha boca, e então passou o pau ainda duro entre meus lábios, e disse, — Agora deixa ele bem limpo.

Minha garganta doía, e então eu segurei seu pau e fui passando a língua, limpando cada cm daquele pau até deixar sem nenhum vestígio que ele acabava de gozar dentro da minha boca.

Quando Tio Marcos gozou, não houve pressa em se afastar. Pelo contrário. Ele me puxou contra a cerca com a força bruta de quem quer deixar uma marca invisível na pele e na alma.

Meu peito era o chão, minhas costas o muro frio, o corpo dele o peso que me esmagava, não apenas fisicamente, mas na cabeça.

— Agora escuta bem a voz dele desceu de tom, quase um rosnado —: eu não sou teu amigo. Nem teu tio. Nem teu porto seguro. Eu sou o que vai te arruinar. E você vai me agradecer.

Ele não precisou levantar a voz.

Sua dominação estava no jeito como se impunha no espaço, no controle absoluto.

Enquanto me prendia ali, sua outra mão deslizou para puxar minha cueca.

O pau dele, quente e pulsante, roçou devagar na entrada do meu cu.

O contato foi sutil, quase cruel — uma ameaça e uma promessa embrulhadas num só toque.

Meu corpo congelou um instante, e o frio da ansiedade misturou-se com um calor bom, estranho.

Era como se uma corrente elétrica percorresse meu baixo ventre, despertando um fogo que eu tentava negar, mas que já ardia dentro.

— Fica caladinho, e eu te garanto que vai ganhar muito mais do que imagina ele sussurrou, a voz baixando, ficando rouca, cheia de um poder hipnótico que me fez estremecer.

O ritmo da respiração dele mudou.

Ora era lenta e controlada, como o bater firme de um tambor,

Ora aumentava em intensidade, quase um rugido sussurrado, um convite ao abismo.

E eu, parado ali, sentindo meu coração galopar, minha garganta arder, a pele se eriçar, me perdi naquele labirinto de sensações.

— Me diz uma coisa — continuou, a boca próxima ao meu ouvido, quase um sussurro, quase uma ameaça — já deu esse cuzinho?

Ele então se afastou devagar, puxando a cueca com a mesma calma com que deposita um destino, deixando a promessa de que aquilo era só o começo.

Um silêncio pesado, cheio de segredos que eu sabia que nunca poderia contar.

O cheiro dele ficou impregnado na minha pele, uma marca invisível que me acompanharia, uma sombra que me perseguiria.

Não era só o sexo que me dominava. Era o poder, a culpa, o medo, a necessidade.

Marcos tinha me destruído, sim. Mas também tinha plantado uma semente venenosa dentro de mim uma fome, uma sede, uma vontade suja de voltar.

Eu não era mais o mesmo.

Eu queria mais.

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O ápice chegou.

Desejo, memória e fantasia se misturaram até não dar mais pra separar o que foi real do que foi sonhado.

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A história ainda não acabou. Ela só tá esperando a próxima fresta. 👁️‍🗨️

#EntrePecadoseSilêncios

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Foto de perfil genéricaS. Occultus R. Contos: 5Seguidores: 4Seguindo: 0Mensagem Escrevo do escuro. Das frestas onde ninguém entra, das vontades que ninguém admite. Meus contos nascem entre o silêncio e o gemido — onde a carne trai o juízo. Sou o sussurro que atiça. O olhar que perscruta. O autor que transita entre o pecado e o poema. ✦ Erotismo masculino com alma e tensão ✦ Desejo rural, psicológico e simbólico ✦ Contos tabus, homoeróticos, reais demais pra ficção

Comentários

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O sobrinho curioso será usado para satisfazer o desejo de Marcos.O mais novo irá desabrochar e tornar consciência de si ou será manipulado para aceitar migalhas como sendo o ideal?

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MARCOS NÃO PODE TER TUDO E TODOS. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

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