O primão dos Estados Unidos - Parte 1

Um conto erótico de Carlinhos
Categoria: Homossexual
Contém 546 palavras
Data: 20/07/2025 20:55:36

1

Mamãe insistiu no bolo, na vela, e no chapéu pontudo de cartum em minha cabeça. As palmas acompanhadas pelo “é big é big é big” enchiam a sala de vozes e ruídos.

- E o primeiro pedaço vai para? - questionou a Tia Leo.

Ela era a mão de fada na hora de cortar bolos em festa de aniversário da família, e com o primeiro pedaço na mão, diante do meu rosto.

- Edu - respondi mecanicamente.

Meu primo estendeu as mãos e pegou o pratinho verde com sua fatia de bolo, bateram uma foto, nesse exato momento, duas semanas mais tarde, recebemos um álbum contendo essas fotos do aniversário.

Edu era meu melhor amigo. Filho de tia Leo, irmã de mamãe, mais velha um ano, vivíamos correndo para cima e para baixo, na rua que interligava as nossas casas.

Eu não suportava futebol mas como Edu curtia, acabava indo com ele para a pelada em um campinho próximo de casa.

Os moleques do campinho em geral mais velhos que nós, não enchiam o saco, deixava a gente jogar tranquilamente entre eles, e não maneirava nos assuntos que para nós não passava – ainda – de uma curiosidade.

- Deu pra ele meu irmão, - afirmou Geraldo Luís. - Tu tá ligado que tia Sônia trampa num hospital do centro? Ela deixa Luizinha na casa do Dante, e o vacilão tinha o maior respeito…

- Vacilão – Albertinho confirmou. - Aquela mina é a maior gostosa...

- Se liga, - Geraldo continuou empolgada no centro da roda de moleques. - O cara chegou ontem em casa, e advinha? Pegou o tio Mário o pai dele, traçando a putinha!

- Mentira, caralho! - Fernando exclamou. - E podia ter sido ele, vacilão mesmo.

Eles falavam de pessoas que eu conhecia e não fazia a menor ideia de que o que a gente ouvia na roda de pelada, era segredo de estado.

Nem comentei com o Edu que teria me alertado para fechar o bico. Tão logo mamãe chegou do trabalho, e veio para a sala com uma xícara de chá, eu despejei nos peitos dela tudo o que tinha ouvido a tarde.

- Como é que é? - Ela desligou a televisão na mesma hora. - Luís Carlos, conta essa história direito.

Eu gaguejei, na minha cabeça não era nada demais, uma coisa sem importância, não fazia ideia do que a palavra “traçando” queria dizer. Mas mamãe sabia exatamente bem e não contou conversa.

- O que a senhora vai fazer? - perguntei preocupado.

- Nada, fica na sua – ela disse e saiu para a rua.

Vinte minutos mais ou menos depois, Eduardo veio contar que estava rolando a maior confusão na rua de baixo, parece que alguém tinha contado que o seu Mário, pai do Dante nosso colega de escola e de baba, estava “comendo a sobrinha em casa”.

- Puta que o pariu! - gritei.

- A conversa saiu lá do baba – Edu disse e sorriu. - Não quero nem estar na pele de quem abriu a boca e deu com a língua nos dentes.

Eu cerrei a mandíbula apertando os dedos contra o tactel que estava vestindo.

- O que você quer dizer com isso? - perguntei.

- Carlinhos não queira nem saber!

Pronto foi o estopim…!

Não dormi durante a noite rolando de um lado para o outro na cama sonhando que eu era a bola e os meninos chutavam principalmente o Dante.

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