5 - Fissuras

Da série A Chama Ardente
Um conto erótico de Mr Caveira
Categoria: Heterossexual
Contém 562 palavras
Data: 08/06/2025 21:15:52

No começo, era como se estivéssemos dançando na beira de um vulcão. Quente, perigoso, mas com um certo prazer masoquista por estar ali. Um trio que flertava com o caos. E talvez fosse isso o que nos excitava mais: a ideia de perder o controle juntos.

Mas os corpos contam histórias que a boca não diz.

E Gabriel… Gabriel não estava ali pra dividir.

Na terceira noite a três, ele foi diferente. Menos teatral, mais incisivo. Tocava Priscila como quem marca território. Me olhava de canto, como se dissesse: “ela é minha, e você só está aqui porque eu permito.”

Quando ela estava comigo, ele se afastava e acendia um cigarro, fingindo desinteresse — mas não tirava os olhos. Quando voltava, vinha com força, possessivo, a colocava de quatro, metia com força, lhe puxava o cabelo, quase cruel. Priscila gemia, mas havia algo estranho nos olhos dela. Uma faísca que oscilava entre prazer e desconforto.

Depois daquela noite, ela passou dois dias sem me responder. Três sem me ver.

Fui atrás de Clara. De novo.

Não queria repetir o padrão, mas ela era minha âncora — ou talvez minha fuga. Com ela, eu voltava a me sentir desejado.

Ela me recebeu com um sorriso triste. Não perguntei nada. Beijei seu pescoço, e ela me puxou pela camisa como se já estivesse esperando.

Naquela noite, transamos devagar, quase silenciosos. O sexo com Clara tinha a ternura que faltava nos jogos com Priscila e Gabriel. E depois, deitados, ela passou os dedos no meu peito e disse:

— Ele veio aqui.

— Quem?

— O Gabriel. Dois dias atrás.

Senti um frio no estômago.

— Ele disse que você me usava. Que só vinha aqui quando ela te magoava. E que eu merecia alguém de verdade.

— E o que você fez?

— Bebemos juntos. E transei com ele.

Silêncio.

Ela me olhou com culpa. Mas também com algo que parecia… vingança.

— Achei que você gostaria de saber.

Engoli em seco. Doeu, mas não surpreendeu. Gabriel jogava sujo. E agora, ele tinha invadido até meu refúgio.

Confrontei Priscila, mais por impulso do que por coragem.

— Ele transou com a Clara. Você sabia?

Ela ficou em silêncio. Depois acendeu um cigarro, olhando pela janela.

— E você? Vai transar com a mãe dele agora?

— Essa é a sua resposta?

— Luiz… vocês estão transformando tudo isso numa arena. E eu não sou o prêmio.

As palavras vieram como tapas.

Ela tinha razão. Mas isso não diminuía o que eu sentia.

— Então por que fica com ele? Você sabe como ele é.

— Porque ele me conhece há mais tempo. Porque ele já me viu destruída. E, às vezes, porque eu gosto do jeito que ele me fere.

— E eu? O que sou pra você?

Ela me olhou, e pela primeira vez em muito tempo… havia dor.

— Você era a paz que eu queria tentar. Mas agora está virando só mais um campo de batalha.

Depois dessa conversa ela se afastou.

Parou de responder mensagens.

Sumiu do grupo que tínhamos no whatsapp.

Silêncio.

O apartamento dela ficou mudo. Nenhum vinho aberto, nenhum incenso queimando. Fiquei alguns dias parado olhando a porta, esperando um sinal. Mas não veio.

Gabriel me mandou uma mensagem seca: “Ela foi embora. Talvez a gente tenha quebrado o que era mais bonito nela.”

Talvez.

Ou talvez nunca tenhamos merecido aquela mulher incendiária.

Mas uma coisa eu sabia: não era o fim.

Não ainda.

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