O relógio marcava pouco depois das três da manhã quando Lucas despertou com o toque leve no ombro. Acordou em silêncio, como alguém que já sabe que está a serviço, mesmo dormindo.
A luz do abajur lançava uma penumbra dourada pelo quarto. Antonio estava ali, em pé ao lado da cama. Nu. O corpo delineado pelas sombras, a pele quente refletindo a luz suave.
Não disse nada. Apenas olhou para Lucas como quem olha para um objeto seu que finalmente será usado por completo.
Lucas sentou-se, olhos baixos, esperando o comando.
Mas não houve palavra. Antonio apenas se sentou na beira da cama e estendeu a perna. O gesto era claro. Lucas se aproximou, de joelhos, e repousou as mãos sobre os tornozelos do primo, que não se moveu.
Começou a beijar. Primeiro os pés. Depois, lentamente, subindo pelas canelas, as coxas. O toque da boca era suave, reverente, mas tinha algo mais agora: desejo, não só devoção.
Antonio exalava controle mesmo em silêncio. Ele deixava que Lucas decidisse o ritmo, como um teste — ou um privilégio. O corpo estava ali, oferecido não como um presente, mas como uma confirmação: você pertence a mim agora… e eu sei que você quer isso.
As mãos de Lucas exploravam. O rosto roçava a pele quente, a respiração irregular o denunciava. Sua boca se demorava mais a cada centímetro, como se quisesse gravar o gosto do dono em cada memória do corpo.
Sem tirar os olhos dele, Antonio levou a mão à nuca de Lucas e segurou com firmeza.
— Não há mais volta, entendeu?
Lucas assentiu.
— Eu não quero voltar, Senhor.
— Então faça o que está com vontade de fazer, chupe com vontade.
O toque se intensificou. Agora havia fricção. O rosto de Lucas encostava onde antes ele hesitava. O calor entre os corpos crescia. Ele beijava por cima da pele, por cima da carne, por cima do desejo. E Antonio, em silêncio, deixava.
Entre sugadas precisas, alternando para a masturbação compassada, Lucas se tornou definitivamente, escravo sexual de Antonio.
A mão que antes segurava sua nuca agora escorregava pelas costas dele, marcando sua posse com a pressão dos dedos, como se moldasse Lucas ao seu uso.
Foi uma noite sem palavras. Apenas toques. Boca. Pele. Domínio.
Lucas se entregou por completo.
Não porque perdeu uma aposta.
Mas porque ser usado por Antonio era sua verdade mais íntima.