Acordei antes dela naquela manhã.
Ela dormia nua ao meu lado, os cabelos desgrenhados, a pele ainda com marcas do que Thomas havia feito. Tinha um roxo pequeno no quadril, outra marca nos seios — e no lençol, uma mancha clara, vestígio de esperma seco que não era meu.
Por alguns minutos, fiquei só observando. Em silêncio.
Ela era minha esposa. E estava completamente marcada por outro homem.
Mas, pela primeira vez em muito tempo, eu não senti ciúmes. Nem vergonha. Nem raiva.
Eu senti fome.
Fome de tê-la, de senti-la, de mostrar que por mais que outros a usassem, ela ainda era minha. E não no sentido poético. No sentido mais primitivo possível. Eu queria enfiar nela com força, deixá-la sem ar, fazer ela lembrar do gosto do meu corpo. Da minha força. Do meu controle.
Ela acordou devagar, os olhos se abrindo com preguiça.
— Bom dia… — sussurrou, com a voz ainda rouca.
— Dormiu bem?
— Como uma pedra.
Acariciei a perna dela por debaixo do lençol.
— E sonhou com o quê?
Ela sorriu, os olhos ainda fechados.
— Com você… olhando.
— Só olhando?
— É. Como sempre.
— E se hoje for diferente?
Ela abriu os olhos.
— Como assim?
Me levantei. Fui até o lado dela e puxei o lençol de uma vez. O corpo dela ficou completamente exposto na luz da manhã. Os seios firmes, os mamilos duros pelo frio, a pele com vestígios do que viveu na noite anterior.
— Fica de quatro — ordenei.
Ela hesitou.
— Agora?
— Agora.
Ela se virou lentamente, ainda meio surpresa, como se não esperasse aquilo. Se ajoelhou na cama, empinou o quadril. A bunda dela estava redonda, arrebitada, com a marca de uma mão ainda visível na lateral.
Cheguei mais perto. Toquei com força. Dei um tapa seco, só pra ver a pele tremer.
— Você já foi a vadia do Thomas. Já foi usada por um estranho. Já gozou com outros. — falei, baixo, próximo ao ouvido dela. — Mas agora… agora você vai gozar comigo. E vai lembrar de cada segundo.
Ela mordeu os lábios.
— Sim, senhor.
Peguei meu pau, já duro, e passei entre as nádegas dela. A pele quente, molhada. Ela já estava pronta. Como sempre. Nem precisava de carinho. Nem de romantismo.
Eu enfiei devagar, só a cabeça, deixando ela sentir a diferença.
— Isso… é o que você perdeu esse tempo todo — sussurrei.
Ela arfou, jogou a cabeça pra trás.
Comecei a meter com força. Não devagar, não gentil. Era bruto. Era possessivo. Era o marido retomando a porra do controle.
A cama rangia. Os sons eram altos. Ela gemia como uma fêmea no cio. A cada investida minha, ela pedia mais.
— Me fode, amor… me fode como homem… — ela gemia.
— Isso que você queria, né? Um pau dentro de você que não fosse só pra ver… mas pra lembrar.
— Sim… sim… sim!
Eu a puxei pelos cabelos, fiz ela virar o rosto.
— Olha pra mim quando gozar.
— Tô quase… — ela disse, com a voz trêmula.
Segurei seus quadris, meti mais forte. Senti a contração do corpo dela, os gemidos intensos, as pernas tremendo. Ela gozou ali, de quatro, com meu pau dentro, gritando meu nome.
Não o do Thomas. Não de outro.
O meu.
Mas eu não tinha terminado.
Tirei de dentro, virei ela de costas. Ela caiu mole no colchão, o corpo entregue.
— Agora, abre as pernas.
Ela obedeceu, ofegante, suada.
Eu entrei de novo. Dessa vez olhando nos olhos dela. Beijei sua boca com força. Beijei seu pescoço, mordi sua orelha.
— Quem é o homem da sua vida? — perguntei.
— Você…
— Quem é o dono dessa porra toda?
— Você, amor… você…
Meti com mais força. Ela cravou as unhas nas minhas costas.
— Isso… me fode, me usa, me marca…
— Eu vou gozar em você. E você vai segurar minha porra dentro. Vai lembrar disso quando estiver com ele.
— Sim…
Acelerei, senti meu corpo inteiro vibrar. Quando gozei, foi intenso. Um jato quente, fundo, direto. Gozei com raiva, com prazer, com domínio. Era um gozo de território, de instinto.
Rolei pro lado, ofegante.
Ela deitou no meu peito, os olhos fechados, com um sorriso cansado no rosto.
— Isso foi… diferente.
— Foi necessário.
— Vai querer repetir?
— Não. Vai acontecer sempre que eu quiser. Porque agora, você sabe que eu não sou só o espectador.
Ela olhou pra mim, e pela primeira vez em semanas, teve aquele brilho nos olhos. Não o brilho de quem foi usada. Mas de quem pertence.
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Durante o café da manhã, ela estava mais quieta. Mexia no copo de suco, pensativa.
— O que foi? — perguntei.
— Só tô… surpresa.
— Com o quê?
— Com você. Nunca te vi assim.
— Isso te assusta?
— Não. Me excita.
Sorri.
— Então se prepara. Porque agora tudo mudou.
Ela assentiu, com um sorriso cúmplice.
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Naquela noite, ela recebeu uma mensagem do Thomas. Estávamos juntos no sofá. Ela mostrou a tela pra mim, com o polegar tremendo.
Thomas:
“Pronta pra ser minha putinha de novo?”
Ela olhou pra mim, como quem pede permissão.
— Responde — eu disse.
— O que eu digo?
— Diz que vai. Mas que agora você tem dono. E que ele vai precisar respeitar isso.
Ela digitou, com os dedos firmes.
“Sim. Eu vou. Mas agora eu sou a putinha de um homem de verdade. E ele me deixa brincar... mas nunca esquecer quem manda.”
Thomas demorou pra responder. Quando respondeu, foi só:
“Kkkkk. Agora sim. Tô curtindo esse jogo.”
Ela olhou pra mim.
— E você? Tá curtindo?
Peguei a mão dela. Beijei.
— Eu tô escrevendo esse jogo. E você… é o melhor capítulo até agora.