Fiz Sexo com a Colega e Pedi Demissão

Um conto erótico de Bayoux
Categoria: Heterossexual
Contém 1000 palavras
Data: 01/06/2025 08:28:40

Eu já fui um escravo do sistema, trabalhando horas por dia atrás de uma mesa com luz fria sobre a cabeça, revisando páginas de relatórios que ninguém lia só para que a companhia cumprisse seus protocolos. Tudo muito sem sentido.

Não sentia nenhuma paixão por aquilo e nem tecia laços com outras pessoas dali. Para mim, não havia hora do cafezinho nem happy-hour entre colegas. Era entrar, ler relatórios contando as horas passarem e ir embora.

Até haviam funcionários parecidos comigo, decepcionados e frustrados com aquela realidade esmagadora, mas não era a mesma coisa. Dentro de mim a revolta silenciosa crescia e um dia me levaria a jogar tudo pro ar e ir embora.

Não havia feito isso ainda porque existiam as contas no final do mês e o plano de saúde - que era ruim, mas era melhor que nada. Só tomei coragem para abandonar tudo depois que conheci Norma.

Norma não era especial, nem alguém que inspirasse os demais. Era apenas uma mulher que usava roupas normais, de cabelos castanhos compridos e sem atrativos físicos que se destacassem. Deve ser por isso que resulta difícil descrevê-la - e olha que ela sentava na mesa em frente à minha, ou seja, eu a via diariamente, por horas.

Mas um dia algo diferente aconteceu. Nora chegou com um ramalhetezinho de flores do campo roxas e colocou sobre sua mesa num copo com água.

Minha primeira reação ao dar-me conta disso foi de indignação. Norma, a mulher que também não falava com os demais e parecia não ter nenhum amor por aquele ambiente, estava tentando se adaptar. As flores eram um sinal de que ela debandava das fileiras dos que, como eu, odiavam aquele trabalho rotineiro e sem importância.

E o pior foi que eu passei a manhã inteira pensando nisso, com raiva de Norma.

No início da tarde, ocorreu-me que o ramalhete tinha outro significado. Ela podia haver ganho aquilo de outro homem, um amor começando em sua vida, e colocou as florzinhas ali para alimentar seu sonho de liberdade e aguentar o dia tedioso. Recordo como se fosse hoje que, no momento em que tal pensamento ocorreu-me, dei um sorriso.

Creio que foi a única oportunidade em que sorri naquele trabalho.

A partir dali, nas horas restantes não li mais uma página sequer e fiquei com a cabeça rodando, tentando decifrar o real significado daquele singelo maço de flores pequenas e roxas. Já na hora de ir embora, não me contive e senti uma urgência incrível de indagá-la sobre isso. Eu precisava saber.

Após anos trabalhando ali, que me lembre, essa foi a primeira vez que ouvi sua voz. “Ah, isso? Você notou?” - respondeu olhando para as flores com um certo orgulho e o esboço de sorriso no canto dos lábios.

Como nunca tive trejeitos sociais, insisti na pergunta sobre o ramalhete. Nora então abriu um sorriso aberto e respondeu que aquilo era um lembrete aos demais colegas.

Ela mesma plantara as flores no pátio de casa e, como haviam desabrochado, resolveu trazê-las para apreciar antes que murchassem. Assim como as flores, Nora achava que estávamos todos murchando ali, sem que ninguém nos apreciasse.

“Que pena, pelo visto, não surtiu efeito” - ela complementou, vendo que os demais já haviam se retirado e que eu fora o único a notar as flores em sua mesa.

Aquela conversa mexeu comigo. Nora tinha razão, eu mesmo sentia que murchava a cada dia e desejava deixar o sistema, mas seguia ali, preso a desculpas como o tal plano de saúde.

Olhando fixamente as florzinhas roxas, como se pensasse em voz alta, comentei que ela estava enganada, pois eu acabara de decidir naquele instante que pediria demissão no dia seguinte, só por causa do seu lembrete.

Eu estava tão perdido nessa reflexão que nem percebi quando Nora se levantou e veio junto a mim. Com as mãos trazendo meu rosto para fitar seus olhos, disse: “Obrigado, você fez deste o dia mais feliz que já tive aqui” - e me beijou nos lábios.

Tendo Nora em meus braços, enquanto minha língua explorava timidamente sua boca, foi como se o perfume das flores nos envolvesse, levando-nos para um campo muito verde, longe daquela luz fria inóspita.

Nós sorríamos, nos beijávamos e nos abraçávamos, tocando-nos com ternura ao sentir o contato de nossos corpos sob um sol morno e agradável.

A pele de Nora era suave e sentir minhas mãos deslizando por suas curvas me fez perceber que ela, na verdade, possuía mais encantos do que costumava revelar.

Os beijos se intensificaram, nossos dedos se atrapalhavam na urgência de botões se abrindo e, quando percebi, Nora estava deitada, permitindo que a beijasse inteira, sentindo o sabor doce de seu corpo em minha boca.

Seminús, deitados sobre a relva daquele campo imaginário, eu sorvia os seios medianos de auréolas pequenas de Nora, enquanto ela retinha meu membro com uma das mãos e afastava sua calcinha com a outra, posicionando-o para receber-me dentro de si.

Olhando-nos diretamente nos olhos um do outro, dei a primeira investida entre as intimidades de Nora e foi como se um milhão de flores do campo desabrochassem ao nosso redor. Meu falo avançava e retrocedia compassadamente dentro da colega de trabalho, sem pressa nem urgência, acompanhando os movimentos de suas cadeiras ao acomodar-se para permitir que eu a penetrasse inteiramente.

Nossa respiração era densa e profunda, os golpes de ar nos pulmões seguiam cada encontro entre nossa carne, com os olhos de ambos se abrindo cada vez mais a cada nova onda de prazer gerada neste encontro progressivo e constante.

Gozamos juntos com Nora dando um suspiro alto em meus ouvidos, e isso me trouxe de volta à realidade. Eu estava justamente gozando dentro de Nora, meu corpo sobre o seu, os dois deitados sobre sua estação de trabalho e as demais coisas atiradas no chão.

“Agora você vai embora, pede demissão e a gente nunca mais se vê, por favor” - foi tudo o que ela me disse enquanto ajeitávamos nossas roupas.

E assim eu fiz.

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Comentários

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Gostei. Muito. Texto excelente, história muito boa, e sensualidade completa. Muito bom. Parabéns.

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Obrigado Leon! Vindo de você sempre significa muito!

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