Uma Terrível Promessa

Da série Putinho Vermelho
Um conto erótico de Tiago Campos
Categoria: Homossexual
Contém 1026 palavras
Data: 19/05/2025 22:24:06
Última revisão: 21/05/2025 11:26:47
Assuntos: Homossexual, Gay, Fantasia

Um pânico gelado e sufocante me inundou, mais forte do que o medo anterior. Ali, parado sob o sol implacável, nu e completamente exposto, ele não era somente um homem; era a personificação do perigo, um lobo em sua forma mais pura, um predador com os olhos fixos em sua presa, pronto para o bote. A mente, paralisada pelo susto, a única coisa que importava era a necessidade visceral de escapar. Sem pensar, tentei dar meia-volta, meus pés querendo voar, correr, fugir daquela situação infernal que se transformara em um pesadelo. Mas ele era rápido, incrivelmente rápido. Antes que eu pudesse dar mais de um passo trôpego, um braço forte, tenso como aço e quente como sol, me agarrou por trás. Sua mão se fechou firmemente em minha cintura, puxando-me com uma força irresistível, prendendo-me contra seu corpo nu. Senti a textura da pele dele contra a minha roupa, o calor, a solidez muscular. Estava preso.

“Agora você tem duas escolhas, Tiaguinho”, ele sussurrou diretamente no meu ouvido, a voz baixa e rouca como areia, a respiração quente, úmida e perturbadora na minha pele. Não havia espaço para negociação, para súplica. A proposição era clara, brutalmente simples. “Você brinca comigo aqui e agora… ou você sofre uma dor, uma agonia tão terrível que nunca imaginou ser possível sentir.” O mundo inteiro se resumiu àquelas palavras, ao calor de sua respiração, à pressão de seu corpo nu contra o meu.

As lágrimas, que haviam diminuído durante a confissão, voltaram a escorrer incontroláveis pelo meu rosto, quentes e amargas, cegando-me. O medo não era mais somente uma emoção; era uma força física esmagadora que apertava meu peito, roubava meu ar, paralisava meus membros. Meu corpo tremia incontrolavelmente, a força vital drenada. Lutar era inútil; a derrota estava inscrita em cada célula do meu ser. Sem resistência, sem a menor energia para opor, minha voz saiu quase inaudível, um sussurro frágil e quebrado, a rendição completa: “Eu… eu brinco com você”.

Ele finalmente me soltou, seus dedos se afastando da minha pele como se a diversão momentânea tivesse passado, ainda rindo suavemente. O som era baixo, um murmúrio no fundo da garganta, mas ressoava nos meus ouvidos trêmulos, um eco retorcido da violência que acabara de cessar. “Bom garoto”, disse ele, a voz voltando a um tom casual, quase amigável, uma máscara perturbadoramente fina sobre a ameaça latente. Era essa dualidade — a quietude repentina, a normalidade forçada — que me gelava por dentro mais do que seus gritos ou ações.

“Meu nome é Johnny, Chapeuzinho Vermelho. Mas você pode me chamar de Lobo Mau”, ele acrescentou, e como as duas últimas palavras saíram dos seus lábios tentadores, com um leve sibilado, fez um arrepio genuíno e gelado percorrer cada fibra do meu corpo, da nuca aos calcanhares. O monstro, tirado dos contos de fadas que vovó costumava ler para mim, parecia real de repente, personificado ali, diante dos meus olhos, com um toque de ironia cruel.

Johnny balançou a piroca enorme diante dos meus olhos, em um gesto de posse vulgar e desdenhoso que me fez tremer ainda mais violentamente. A intimidade forçada, a sensação de ser reduzido a algo a ser usado, a visão perturbadora… tudo se misturava em um turbilhão nauseante. “E então?”, ele perguntou com uma impaciência brusca que quebrou a calma fingida. “O que a vadia está esperando?” A pergunta, cheia de desprezo e urgência, era um golpe final. Eu estava em pânico absoluto, o mundo parecia girar ao meu redor em círculos desfocados e perigosos. Meu corpo tremia incontrolavelmente, uma mistura agridoce e aterrorizante do medo paralisante e da excitação forçada que ainda me percorria como uma corrente elétrica doentia, um resquício da adrenalina e do trauma.

Ele percebeu meu estado petrificado, minha incapacidade de responder, meu corpo congelado em terror e tremores. A expressão casual desapareceu, substituída por uma dureza fria e implacável. Sua paciência, que parecia ter sido uma miragem, se esgotou em um instante. “Não consigo tolerar todo esse drama”, ele rosnou, a voz novamente fria como aço e ameaçadora, destituída de qualquer vestígio da leveza anterior. “Volte amanhã. No mesmo horário.” A ordem era seca, final, um ultimato.

Mas ele não havia terminado. Deu um passo à frente, diminuindo a pequena distância entre nós, seu rosto perigosamente próximo ao meu. Seus olhos, antes talvez com um brilho divertido ou indiferente, agora estavam fixos nos meus com uma intensidade assustadora, penetrando na minha alma e enxergando minha vulnerabilidade crua. “E esteja calmo”, ele acrescentou, a voz agora um sibilo venenoso, baixo, mas carregado de ameaça. “Se você não vier, ou se contar para alguém… farei uma visita para sua vovozinha.” Meu coração deu um salto doloroso no peito ao ouvir a menção dela. “E eu prometo, Tiago”, ele continuou, a crueldade em seus olhos crescendo, “que vou matá-la lentamente.”

A última ameaça, dirigida à única pessoa no mundo que eu amava incondicionalmente, quebrou qualquer resquício de resistência, dignidade ou esperança em mim. Era um medo que superava até o terror que eu sentia por mim mesmo. Sem pensar duas vezes, sem ousar olhar para trás, virei-me e corri. Corri o mais rápido que minhas pernas gorduchas e trêmulas permitiam, a floresta se tornando um borrão verde e marrom enquanto o pânico me impulsionava. O ar entrava e saía dos meus pulmões em golfadas irregulares e dolorosas.

Enquanto corria, o som dos meus próprios soluços abafados e da minha respiração ofegante preenchia meus ouvidos, e a realidade cruel, bruta e inegável me atingiu com a força de um soco: eu não podia simplesmente ir para casa assim. Não podia aparecer na porta de Dona Adelaide coberto de suor frio, lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto, tremendo como uma folha ao vento. Tinha que esconder isso, tinha que engolir o trauma. Tinha que ir para a cidade, vender os doces que ela havia embalado com tanto carinho, cumprir minha tarefa diária como se nada tivesse acontecido. Minha avó nunca, jamais, sob hipótese alguma, poderia descobrir o que havia acontecido comigo na calada daquela floresta traiçoeira, na sombra daquele “Lobo Mau”. O segredo era meu fardo agora, mais pesado do que a cesta nas minhas mãos.

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Comentários

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Que burro. Perdeu uma oportunidade maravilhosa de uma foda bem gostosa. Ao ar livre, no meio da mata, do jeitinho que eu gosto. Ah não dou uma sorte dessa.

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