Meus Sobrinhos Nasceram

Um conto erótico de Lore <3
Categoria: Lésbicas
Contém 3329 palavras
Data: 17/05/2025 19:27:45
Assuntos: Lésbicas

Milena e Kaique tinham ido passar o final de semana com os meus pais, porque Júlia e eu íamos finalmente tirar um tempinho para nós duas. Era algo que nós estávamos precisando, e aproveitamos um final de semana antes do carnaval para dedicar esse tempo a nós. Ela ainda não sabia onde nós estávamos indo, mas eu sim. Assim que entramos no carro, naquele climinha bom de romance, trocando inúmeros beijos, o meu celular tocou.

— Amor, eu juro que se isso tiver a ver com a clínica, o instituto, a filial ou qualquer outra coisa que esse bobão tenha inventado, eu jogo seu celular pela janela — disse minha gatinha, porém não falava sério.

— É minha mãe... — falei, pensativa.

Eu tinha acabado de deixar as crianças lá, acreditei ter esquecido algo.

Atendi e ela disse:

— Loren está parindo!!!!!

Desliguei o carro e fui imediatamente para a casa da minha irmã. O clima da casa era de total desespero, a bolsa havia estourado. Todo mundo queria ir para a maternidade. Eu passei o olho rápido na sala e contei oito pessoas. Meu pai já estava ligando para Lorenzo e minha mãe, para os pais de Victor, ou seja, o número ia aumentar.

— Gente, se brotar todo mundo lá, vai ser uma confusão sem fim, vamos nos organizar melhor — falei.

— Amor, vai ajudar a Loren que eu organizo — falou Juh, e eu obedeci.

Na verdade, era a melhor opção mesmo.

Entrei no quarto e, por incrível que pareça, o clima estava o exato oposto da sala. Uma calmaria sem fim!

— Oi, papais... Parece que é hoje, não é? — falei.

— Eu não aguentava mais essa barriga, mas agora estou começando a ficar com um pouquinho de medo — disse Loren.

— Vai dar tudo certo... Não vejo a hora de conhecer essas duas peças que já dominam nossos corações — meu cunhado disse, a ajudando a levantar.

— Dá tempo de tomar banho, não dá? — Loren me perguntou.

— Pela paciência que você tá... Contrações espaçadas? — perguntei.

— Sim... Vai demorar ainda, não é? — ela questionou.

— Não sei, qualquer coisa o Victor faz o parto — brinquei, e eles riram.

O pessoal estava tão eufórico que o motivo maior que fez Loren decidir ir para a maternidade foi a agonia que a casa ficou, e não as contrações em si.

Juh já havia ligado para Sabrine, que deixou a equipe que acompanhou minha irmã à nossa espera para o atendimento de Loren. Enquanto Victor ajudava a minha irmã com alguns alongamentos, exercícios de preparação, agachamentos e massagens, minha mãe e eu organizávamos o quarto com as lembrancinhas e tudo mais que eles haviam preparado.

O pessoal era bem atencioso e nos deixava a par de tudo em todo instante. Loren estava com seis centímetros de dilatação e progredindo bem. Me avisaram que, por segurança, era permitido somente um acompanhante na hora do parto, mas que minha mãe e eu poderíamos assistir através da sala de observação.

Enquanto eles explicavam, eu ficava o tempo inteiro lembrando de quando Juh estava grávida e nós fomos lá... Queria tanto que o final tivesse sido diferente...

— Tem um rapaz chamado Lorenzo querendo falar com a senhora — me informou o segurança, me tirando dos meus melancólicos devaneios.

— Já estou indo... — respondi.

E então desci para falar com o meu irmão, que só queria fazer o mesmo que eu: presenciar a chegada dos sobrinhos.

— Acho que não dá... Só pode uma pessoa e já tem duas... — falei, provocando-o.

— Então troca de lugar comigo, oras... Loren gosta muito mais de mim — ele disse, me fazendo gargalhar.

— Não acho que ela tenha preferência entre nós dois, muito menos o mau gosto de escolher você, mas é inegável que ela está muito mais apegada a mim na gravidez... — falei, convencida.

— Porra, tenta aí com a sua amiga, não é possível que ela não resolva... — ele pediu, sem negar o fato.

— Ela é até minha amiga mesmo, mas é muito mais de Juh. Se eu fosse você... pediria para ela! — disse-lhe, fingindo sair.

— Oh, Loreee — Lorenzo quase implorou, me fazendo rir novamente.

Eu liguei e Sabrine liberou, para a felicidade do meu irmão (e minha também, porém ele não precisa saber disso).

Após umas seis horas por ali, o trabalho de parto se intensificava, e é incrível como ninguém nunca fala o quanto é agoniante ficar atrás daquele vidrinho sem conseguir fazer nada para ajudar. Eu via a doula instruindo Victor, Loren chorando, e ao meu lado tinha a minha mãe achando tudo lindo e o meu irmão horrorizado.

Tudo mudou quando o período expulsivo começou. Aquele clima de preparação foi substituído por uma tensão ansiosa, que se espalhou pela sala em que estávamos e tomou conta de mim num segundo. Minha mãe segurava minha mão com força, como se dissesse em silêncio que tudo daria certo, e Lorenzo andava de um lado para o outro, visivelmente nervoso.

Mas, quando menos percebi, estávamos abraçados e com a testa colada no vidro. Nós três, dividindo os mesmos sentimentos: medo, emoção, expectativa... Era a nossa caçulinha ali do outro lado!

Meu coração quase pulou do peito quando vi a primeira criança vindo ao mundo.

— É a Alice... — sussurrei, com a voz embargada.

Ela chorou assim que saiu, aquele chorinho forte que fez a gente rir e se emocionar ao mesmo tempo. Eu não sabia se chorava ou se gargalhava. Olhei para o lado e vi Lorenzo completamente rendido, com os olhos marejados. Nem tentei zoar, porque, sinceramente, eu estava igualzinha.

Minutos depois, veio ele.

— Olha o meninão aí... — minha mãe disse, emocionada, encostando o rosto na mão, de forma fofa.

Tiago nasceu forte, saudável e chorando mais que a irmã. Logo os dois estavam no peito de Loren, aninhadinhos como se aquele momento tivesse sido ansiado por eles também.

Tinha dado tudo certo!

Meus sobrinhos estavam no mundo. E eu testemunhei, dessa maneira, tão de pertinho, a chegada dos novos amores da minha vida.

Nós ríamos e chorávamos ao mesmo tempo. Era uma felicidade que não cabia no peito, não dá pra descrever. Era como se um novo pedaço da gente tivesse nascido junto com eles. Um pedaço puro, bonito, leve... Era o amor da nossa família se renovando, se expandindo.

Pouco tempo depois, o segundo papai mais babão que eu conheço — o primeiro é o meu sogro, sem dúvidas — apareceu com os dois no colo, envoltos em cobertinhas neutras, costuradas pela minha mãe. Ele caminhava devagar, com uma expressão de puro encantamento no rosto, como se estivesse carregando a coisa mais preciosa do mundo. E estava mesmo!

Nos aproximamos ainda mais do vidro, colando o rosto, como se isso diminuísse a distância.

Alice tinha os olhos mais atentos que eu já vi num recém-nascido. E Tiago ainda chorava baixinho, fazendo um biquinho que acabou com qualquer vestígio de sanidade que a gente ainda tivesse.

— Estão com cara de joelho — Lorenzo disse, emocionado, tentando fazer graça.

— Mas são os joelhos chorões mais lindos desse planeta — respondi, limpando o rosto molhado com a manga da blusa.

Eles não sabiam, mas olhavam para os titios que fariam todas as vontades deles dali pra frente. Que iriam mimar, estragar, proteger e estar ali, sempre prontos para tudo o que a vida trouxesse.

Eu não sabia que o meu coração, que já parecia cheio, ainda tinha tanto espaço para amar mais, para amar tanto duas pessoas que eu havia acabado de conhecer.

Pediram para a gente aguardar um pouco do lado de fora e, com mais ou menos uma hora, nós pudemos entrar um de cada vez. Quando minha mãe saiu toda emocionada, Lorenzo e eu, muito maduros, tiramos par ou ímpar e a sorte não estava do meu lado — ele ganhou... Mas deixou eu entrar primeiro.

Assim que entrei, fui direto na minha irmã e a abracei, enchendo seu rosto de beijinhos. Ela ainda estava visivelmente cansada, os cabelos grudados na testa, os olhos um pouco fundos, mas também havia ali um brilho tão forte nos olhos, uma paz, uma leveza. Loren estava extremamente feliz, isso estava claro.

— Os bebês estão ali — ela me informou, apontando com o queixo, mas sem parar de sorrir.

— Primeiro eu quero saber como está o meu bebê — respondi, colando a testa na dela, que riu baixinho, fechando os olhos por um instante.

— Estou muito bem... Hoje é o dia mais feliz da minha vida — respondeu com uma sinceridade que me desmontou por dentro.

— Você foi muito forte, irmãaaaa — sussurrei com carinho, afastando uma mecha de cabelo da bochecha dela. — E eles... Eles são lindos!

Só então levantei o olhar para ver o que, até aquele momento, eu só tinha visto através de um vidro.

Victor estava sentado numa poltrona lateral, os olhos inchados de tanto chorar e rir ao mesmo tempo, e, ao seu lado, no bercinho transparente, estavam os gêmeos.

— Quer pegar? — ele me perguntou.

Assenti, sem conseguir dizer uma palavra. Meu cunhado me entregou Alice primeiro, e eu a recebi com toda a delicadeza do mundo. Era tão pequena, tão delicada. O rostinho ainda amassado, a boquinha entreaberta, o cheirinho de recém-nascido que me levou direto de volta no tempo, quando segurei Milena pela primeira vez.

— Oi, minha princesa... Eu sou sua titia Lore... — falei bem baixinho, encostando a bochecha na dela.

Ela mexeu os bracinhos, fez um barulhinho com a boca e se aninhou ainda mais nos meus braços, como se me reconhecesse. Eu nem tentei segurar as lágrimas. Só deixei escorrer.

Me sentei um pouco e Victor pegou Tiago e me entregou em seguida. Lembro de ficar extremamente receosa de fazer qualquer movimento brusco, e logo estava com ele também.

Tiago era mais coradinho, a boquinha um pouco mais marcada — essa foi a única diferença que encontrei de imediato —, e as mãozinhas fechadas, como se estivesse pronto pra brigar com qualquer um.

— Eita, tio, tá pronto pra lutar jiu-jitsu com seus primos, é? — brinquei, fazendo os papais sorrirem.

Loren observava a cena com os olhos brilhando, as mãos sobre o peito e um sorriso sereno no rosto. Ela parecia flutuar. Minha irmã, que geralmente é um furacão, estava a paz em pessoa.

— Eles são perfeitos, Loren... Obrigada por me deixar viver isso com vocês — falei, encarando-a.

— Você sempre esteve comigo, sempre. Claro que ia estar aqui também... Eles têm sorte de te ter como dinda — ela disse, de maneira convencida, como se esperasse a minha reação.

— Sério? — perguntei, incrédula.

— Eu fui contra, mas... — iniciou Victor. — Brincadeira, você é a escolha perfeita — concluiu.

Não sei por que fiquei incrédula. Era bem provável, na verdade. Talvez somente por eu nunca ter pensado na possibilidade.

Depois de um tempo, meu cunhado os colocou de volta no bercinho e ajeitou as cobertas com tanto cuidado que dava vontade de rir. O segundo papai mais babão do planeta, definitivamente. Ele olhava para os filhos como se não acreditasse que aquilo tudo era real.

— Vai lá chamar o Lorenzo... — Loren pediu baixinho. — Ele deve estar se corroendo de ansiedade.

E era verdade. Por alguns minutos, eu tinha esquecido completamente do mundo lá fora. Peguei meu celular para tirar uma foto e só então percebi o tanto de mensagens que tinha de gente querendo atualizações. Mandei a imagem tranquilizando a todos: estava tudo bem e eles já podiam comemorar.

Antes de sair, fiz questão de me virar uma última vez, só para guardar na memória aquela cena: minha irmã exausta e feliz, Victor encantado, os bebês nesse momento dormindo como dois anjinhos, e eu com o coração completamente tomado por amor.

Eu adorei participar da primeira página da vida dos meus sobrinhos.

Lorenzo reclamou da minha demora e entrou afoito. Antes de a porta fechar, consegui ver Loren e ele abraçados.

~ Af, eu amo esses idiotas que meus pais dizem que são meus irmãos.

Loren ficou mais dois dias em observação e recebeu todas as visitas que Juh organizou de maneira espaçada, para que não ficasse cansativo e também para não sobrecarregar os acompanhantes. Victor não saía do lado dela. A mãe dele e a minha mãe se revezaram para ajudar, principalmente durante a noite.

~ Mentira, elas só queriam paparicar os netos (não julgo). A equipe dava conta, mas o apoio familiar de coração é sempre muito bem-vindo.

Quando eles receberam alta e foram para casa, foi a primeira vez que vi Júlia segurando os bebês, pois entrávamos uma por vez, e foi uma cena que me marcou de um jeito que nem sei explicar direito.

Ela tinha os dois no colo com tanto cuidado, com tanto amor e, ao mesmo tempo, com uma segurança... Como se tivesse feito aquilo a vida inteira. Era nítido, para mim, o quanto ela estava à vontade e tinha jeito, o quanto era natural pra ela estar ali. Ver minha gatinha daquela maneira me preencheu... Eu fiquei só olhando, em silêncio, e Juh percebeu.

— Oxe, o que fooooooi? — Júlia me perguntou, sorrindo.

— É que me deu gatilho de ter mais uns dez filhos contigo — falei, dando um selinho e sentando ao seu lado.

— Queria... — ela disse, enquanto eu carregava Tiago.

— Eles são tão quietinhos — falou Juh.

— Calminhos e mesmo assim já me impediram de pegar você de jeito... — brinquei.

— Amooooor, pare de falar essas coisas na frente deles — Júlia disparou, apavorada.

— Mas eu não me importo, porque vou pegar de qualquer jeito hoje à noite — continuei.

— Eu vou te deixar sozinha aí — ela ameaçou, levantando.

— Tiago tá comigo, olha, e nem tá ligando — brinquei, e a gatinha sentou novamente, balançando a cabeça negativamente.

— Ah... Nunca fui a Imbassaí — ela disse.

— Ih, como descobriu o destino? — perguntei.

— Ligaram e eu remarquei para o final de semana, aí perguntei o endereço — Juh disse convencida, porém logo mudou o tom para arrependida. — Eu fiquei curiosa...

— Tá vendo, crianças? A titia de vocês é muuuuito curiosa... — falei, esticando-me para um beijinho.

— Mas eu não pesquisei fotos do lugar... Ainda... — ela disse, antes de me beijar novamente.

— Pesquisa não... Por favor... Eu achei lindo e quero que você veja quando chegarmos lá — pedi, e ela assentiu.

Depois que o pessoal se desocupou, levamos os bebês até Loren e fomos para casa. Lá, instruímos as crianças, que estavam com D. Sônia, e iam conhecer os primos no dia seguinte. Infelizmente, eu não ia estar presente, então pedi que Juh gravasse o momento para eu ver depois.

No outro dia, enquanto eu recebia a notícia de que ia precisar estar presente na clínica no sábado, acabando com os planos que eu tinha com a minha gatinha, Juh me enviava o vídeo. Foi bem fofo, e os meninos foram bem respeitosos. Só quando chegaram em casa comentaram que a única coisa chata era que os bebês não se mexiam direito e não faziam nada, rs!

Nesse dia, cheguei super tarde. Além de ultrapassar o meu horário novamente, o trânsito estava um caos por conta do carnaval (ou pré-carnaval, não sei), e eles já dormiam. Juh estava à minha espera, mas já deitada. Eu estava precisando relaxar. Beber um pouquinho e dar uma namoradinha ajudariam. Pensei até em falar: “não dorme, não, amor”, porém estava visível nos olhos dela o cansaço... Resolvi deixar rolar.

No banho, fiquei pensando em como ia dizer para a gatinha que precisaríamos adiar mais uma vez o nosso tempinho juntas... E, dessa vez, eu nem tinha um dia livre próximo para colocar à disposição.

Deitei bem devagarinho. Achei que ela já estava dormindo, mas assim que o meu corpo encostou na cama, Juh foi chegando para me abraçar.

— Eu te amo tanto — ela disse, sem abrir os olhos, apenas apertando o abraço.

— Também te amo muito, meu amor — respondi e dei um selinho. — Achei que você já dormia... — constatei.

— Não, eu morreria de sono se já não estivesse morta de saudade... Quis te dar um abracinho antes de descansar juntinhas... — Juh falou.

— Então... Sabe o nosso final de semana? — comecei a dizer.

— Não vai dar? — ela perguntou, chateada.

— Vou precisar estar na clínica no sábado... Não faz sentido irmos somente no domingo, não é? — perguntei.

— É... — Júlia concordou, visivelmente triste.

Ela estava sendo tão compreensiva que chegava a parecer injusto cancelar algo. Me senti péssima.

Puxei o celular e abri minha agenda para mostrar, e Juh lamentou ao observar por cima.

Apontei para os dias 25 e 26, reservados para a clínica, onde eu conversaria com o responsável pela gerência com a intenção de nos alinharmos melhor.

— Vou tentar resolver isso nesse sábado e nós vamos. Será que conseguimos remarcar? — perguntei, dando alguns beijinhos em seu queixo.

— Vou tentar amanhã... — minha gatinha respondeu, bem desanimada.

— Desculpa, tá? — pedi, encostando nossas testas.

— Tá tudo bem, eu te entendo... — ela disse, fazendo carinho no meu rosto.

Nesse sábado, eu trabalhei sozinha. Quando isso acontece e eu preciso dar conta de muita coisa, acabo sendo extremamente produtiva. As ruas estavam um inferno, então coloquei meus fones de ouvido.

Passei boa parte da manhã resolvendo burocracias: revisei o contrato de alguns convênios que começaríamos a aceitar, conferi os detalhes do relatório que o pessoal da contabilidade havia deixado pronto e confirmei a data da vistoria técnica que ia liberar o funcionamento da nova ala da clínica. Também respondi e-mails urgentes do jurídico e finalizei o cronograma oficial da reinauguração. Além disso, conferi os orçamentos das últimas compras, atualizei o manual interno de práticas e ainda tive que lidar com uma ligação tensa com a empresa de manutenção, porque o elevador estava dando erro no painel.

Tive uma reunião com o novo gerente, a gente se sentou na sala de reunião e passei um bom tempo explicando como a clínica funcionava. Era o nosso primeiro encontro presencial, e ele pareceu ser um ótimo profissional. Absorveu tudo com muita atenção, o que me deu um certo alívio. Quando ele foi embora, entrei direto numa reunião online com os meus amigos que já trabalhavam comigo, e foi nesse momento que Juh chegou com as crianças. Eles entraram em silêncio e eles me deram um abraço apertado, que até me assustou por não esperá-los. As crianças logo foram brincar na recepção, e a gatinha se aconchegou no meu colo por um instante. Só aquele gesto já transformou meu dia. Foi a melhor parte dele até ali!

Ela abriu um pote com comida e, instintivamente, olhei para o relógio. Eram quase 14h. Nem percebi o tempo passando. Juh foi colocando o almoço na minha boca com todo o carinho do mundo, enquanto eu ainda terminava a reunião. O cuidado dela me atravessava por inteiro, caralho... Eu não sei mensurar a sorte que é ter essa mulher como esposa.

Eu nunca fui tão bem cuidada, até tê-la.

Quando a reunião finalmente terminou, ficamos ali, só nós duas, conversando em voz baixa. Ela acariciava meu rosto com delicadeza e o enchia de beijinhos, com aquele olhar cheio de preocupação que só ela sabe dar.

— Amor… Acho melhor a gente desmarcar essa viagem — ela disse, com a voz preocupada. — Você tá se desgastando demais e isso não é saudável. A gente pode remarcar, tá tudo bem...

— Não, tá tudo certo, nós vamos... Os leões de hoje foram vencidos! — afirmei.

— Por favor, toma cuidado... Eu sei que você está vivendo algo incrível no lado profissional, mas eu estou ficando preocupada com o esgotamento que isso pode te causar... — Juh falou, enquanto eu a beijava.

— Você está sendo incrível, tá? Eu sei que estou falando muito isso ultimamente, porém... É verdade... Se eu não tivesse você comigo, estaria fudida — disse, enquanto aqueles lindos olhinhos me encaravam.

— Então vamos nos divertir a partir da terça-feira? — Juh perguntou, me segurando pelo queixo.

— Em todas as posições possíveis! — exclamei, fazendo-a rir.

E, após algum tempo daquela troca de carinho:

— Maaaaaaaaaaaaaae!!!!! — ouvimos nossos filhos gritarem, desesperados.

Fomos correndo até a recepção e, infelizmente, os gritos vinham do elevador. Eles estavam presos.

— Comemorei cedo demais os leões vencidos — falei, rindo.

— Amoooor, e agora???? — ela perguntou, assustada.

— Aconteceu comigo pela manhã, esperei um pouquinho e abriu sozinho — falei, a abraçando.

Os acalmamos e, uns 30 minutos depois, a liberdade cantou para Kaique e Milena, que correram desesperados para um abraço.

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Foto de perfil de Lore Lore Contos: 113Seguidores: 42Seguindo: 4Mensagem Bem-vindos(as) ao meu cantinho especial, onde compartilho minha história de amor real e intensa! ❤️‍🔥

Comentários

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Ah que lindo que foi esse capítulo, acompanhar o nascimento de uma criança é algo único, eu já fiz isso várias vezes, mesmo assim ainda me emociona.

Um dos dias mais felizes da minha vida foi ver minha filha nascer, foi incrível e muito emocionante. Meu filho eu não vi porque eu estava apagada. rsrs

Essa situação de muito trabalho e falta de tempo para poder aproveitar quem a gente ama é complicado, eu já passei por isso algumas vezes, mas assim como o Beto a Juh é até bastante compreensiva, isso ajuda muito, se não eu acho que nos duas estaríamos solteiras. kkkkkkkk

Muito bom como sempre minha amiga!

Parabéns Lore! 🤗😘😘

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Tem alguns partos que guardo na memória com bastante carinho, esse é um deles, com certeza 😍❤️🥰

O de Milena foi traumático para mim, não tive poder de escolha e isso me machucou muito. Eu só queria chorar, kkkkkkkkkkkkkk

Desejava tanto tentar de forma natural 😫

Lembro de ficar extremamente preocupada com o meu casamento nesse início de toda a radical mudança na rotina, jurei que Juh ia dizer: "chega, assim eu não aguento" 😂😂😂😂

Minha gatinha além de ser muito atenciosa e paciente, me tranquilizou em relação a isso 🙏🏽

Digo e repito: Nós temos muita sorte, minha amiga... Casamos com os parceiros certos! ❤️

Muito obrigada, Jú! Amo ter você por aqui! ❤️😘

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Eu imagino o quanto foi emocionante para você esse, ficou bem explícito no seu texto. ♥️

O meu também eu queria que fosse natural, mas não foi e eu não vi nada, me apagaram. kkkkkk

A gente deu muita sorte mesmo, ainda bem. 🙏🏻Kkkkkkk

Por nada Lore. 🤗♥️😘

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😂😂😂😂😂

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Manda um beijão para a Famozinha, diz que estou com saudades dela.

🤗😘😘

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Entregue, ela tá aqui grudadinha em mim e mandou outro e disse que também está com saudade 😘❤️

PS: Ela se encontra com um quadro agudo de melancolia intensa, também conhecido como TPM 😂

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Obrigada. ♥️

Obs: Tadinha, isso é sofrido. 🤦🏻‍♀️Kkk

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Mesmo com toda a emoção do nascimento dos sobrinhos — que acredito ser o centro desse capítulo — o que ficou ecoando em mim foi a sua imagem trabalhando na clínica. A imagem que se formou na minha cabeça após terminar a leitura foi a seguinte:

“ Um sol gigante no céu de Salvador, calor de 50 graus. Ivete em cima de um trio elétrico com um monte de gente em volta pulando e dançando. Ao mesmo tempo imagino você num ambiente fechado sentada em frente do computador, na tela uma planilha de excel, numa mão segurando um contrato, na outra segurando uma calculadora. Um telefone celular apoioado entre o ombro e o queixo e você tentando resolver duas coisas ao mesmo tempo.”

Além da clinica vocês trabalhando pro psiquilord. Além de esposa e mãe você é uma irma amorosa e uma tia presente.

Lore você existe mesmo? 😂

Nõa é um robô?😂

Se você for de carne e osso, pega uma capa de super heroína.

Essa dualidade entre o profissional e o afetivo, entre o cansaço😡 e o carinho🤗, me pega.

Porque eu tenho e tive varias vezes que me policiar fortemente paro que o estresse do trabalho não prejudicasse os meus relacionamentos pessoais.

Eu tenho essa questão, de as vezes descontar o stress em quem não tem culpa.

Muito bom o capitulo Lore!👏😘

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Você fez uma bela descrição e pior que lembro muito bem de ouvir a voz da Ivete, mas no percurso de volta para casa 😂

Eu estava num emaranhado de coisas ao mesmo tempo. Apesar da saudade absurda e eloquente que sentia de Juh e das crianças, me recordo que, naquele momento, eu me sentia feliz trabalhando. Quando tudo se estabilizava... aí sim virava um problema pra mim. Vai entender, né? 🤷🏽‍♀️

Ah, a ânsia de ter, o tédio de possuir... Acho que se encaixa bem!

Eu existo, meu amigo. Em carne, osso e sem capa 😂😂😂

Essa divisão entre o profissional e o pessoal realmente é um desafio. Tento muito não deixar que um lado invada o outro, mas nem sempre consigo. A minha família é o meu bem mais precioso, e todas as vezes em que os problemas do trabalho atravessaram nossa vida, me senti péssima 😞

Muito obrigada, Ryu! É bom sempre ter você por aqui! 😘

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