Eu amo meu marido #26 (Jarbas)

Um conto erótico de Jarbas
Categoria: Gay
Contém 4071 palavras
Data: 31/05/2025 15:50:11

25 (Jarbas)

Conrado adora o marido dele.

Desci depois de Otto e Ricardo, eu me sentia leve, disse à mocinha que arruma os quartos que se dedicasse apenas à master, porque eu estava de mudança pra lá, Danilo ouviu e abriu um sorrisão, disse que finalmente aquele quarto ia ser bem usado. Entrei na adega onde Felipe analisava a coleção, ele queria encontrar um rótulo para comemorar, disse que achou que era sorte ter ficado com Israel, mas eram as aparências, era o humor derrotista de Israel quem detonou Danilo, esse estava estudando na mesa e a gente o via através da parede de vidro da adega, Conrado entra feliz pergunta se fui eu quem resolvi a vida de Gaspar, digo que sim e ganho um beijo, Felipe quer saber o que fiz e eu conto, ele escolhe um vinho tinto verde do Porto, vamos para as espreguiçadeiras, estávamos felizes, quem não estivesse comemorando essa tranquilidade, estava fazendo as malas ou fodendo, Leonardo deveria estar com o pau esfolado, provavelmente, a gente cochichava, bebia e gargalhava, Danilo pergunta qual a graça, Conrado conta que Ricardo estava tentando formar par com Gaspar e aquele ciúme que ele sente... “Eu não sinto ciúme, eu sinto insegurança po...”, “Porque eu nunca disse o que sinto por você, porque eu nunca disse o que sinto por você a Daniel, e ele fica com medo de se envolver contigo, porque você se esforça demais em agradar e fica difícil avaliar você, porque é difícil avaliar você com justiça e isenção se estou completamente apaixonado, porque você é generoso e humano, você tem bom humor e sensibilidade, porque se culpa demais, porque trocou minha escova de dente velha por outra de mesma cor e modelo, porque depois que trepamos você abraça Daniel e diz que me ama, ou o contrário, e eu fico achando que a gente nunca fodeu, a gente só tem feito amor, porque você é um tesão do pau enorme e o rosto que consegue superar Daniel, porque se você não disser nada eu vou achar que sou um idiota, que sou só uma conquista pra você.”

Caralho.

Caralho.

Ficamos uns segundos sem dizer nada e alguém bateu a porta da geladeira e Danilo o agarrou e sentou no colo dele de frente pra ele, nesse momento em que Felipe dizia “mandou bem, primão” batendo nas costas dele sem interromper o beijo, Camila e Israel vêm se despedir, a gente se levanta, quanta formalidade, duvido que em seis meses haja um telefonema.

Israel vai partir, e até a infantilidade que tive de confirmar o convite de casamento de Priscila, até mesmo isso, parecia mais viável que supor que aquele aperto de mãos de Israel em Danilo e Israel não era um adeus definitivo, ele abraçou Conrado e eu, era estranho, Israel se tornou um funcionário querido do hospital. Era triste, mas era o que era. Erguemos um brinde, “saúde, felicidade e paz aos dois”, estranho não termos desejado amor.

Almoçamos e havia lugar na mesa, porque Daniel e Gabriel foram ver o barco. A portaria pergunta se podia liberar um visitante. Era duas e meia, mas eu disse sim.

“Boa tarde, Sérgio, estamos bem. Me diga, é comum gerentes de banco tentarem captar clientes na casa deles?”, quando tivemos de trazer o dinheiro de Noah para o hospital usamos o banco onde Sérgio é gerente para mover da França ao Brasil, ele é muito simpático e divertido, não queremos colocar os investimentos no banco dele. Mas pode haver um mas.

Sérgio estava disposto a parar de tentar trabalhar para nos ter como clientes, veio pedir desculpas pela insistência e deixar o convite para um café na mesa dele quando a gente precisasse de um agente financeiro. Havia algo que o convenceu a desistir: Priscila. Caralho, se havia algo que podia captar a nossa atenção era isso, Priscila, nesse momento Daniel liga avisando que estava voltando pela ameaça de temporal, mandou a gente dispensar os funcionários, eles resolveram ficar já estava chovendo, pouco mais chovia.

Priscila disse que a gente não mantinha relações com quem não confiasse, não gostávamos de badalação, festa, exposição, era ela quem nos chamava de vampiros, na época era falta de grana pra essas coisas, depois nossos hábitos tornaram a discrição necessária, desejada. Sérgio disse que procurou informações sobre nós na internet, mas quase nenhum de nós tinha redes sociais, Bryce e os garotos e eles postavam fotos de árvores, chinelos, cães que encontravam na rua, capas de livros, bancos de praça, nada pessoal além de frases de Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu.

Nenhum funcionário do hospital sabia de nada, nem acreditara que o hospital não era do viúvo de Werther, não sabiam de nada, os que sabiam não abriram a boca para falar sobre o lugar onde morávamos, os horários, ele descobriu que eu era irmão de consideração de Conrado e que nunca desistimos de morar juntos, era a pista. Daniel e Gabriel chegam e cumprimentam o homem negro de porte largo, capoeirista, alto, notei então que ele era bonito, Conrado beija Daniel e lhe passa mais ou menos esse meu resumo, estávamos todos querendo ouvir mais, o céu estronda e o tempo vira, os funcionários descem para o quarto de funcionários, sempre organizado para esse tipo de situação, Noah detesta quando alguém tira uma toalha de lá ou coloca caixa, sacola, é a única coisa que irrita Noah, funcionário mal assistido. Enfim... Sérgio.

Ele procura a ficha de Conrado, quem é, o que faz de onde veio, casado com Daniel e antes casado com Priscila, lógico, correr até Priscila. Ela disse que ele não conseguiria por uma questão ontológica (amo essa palavra), nós nos preocupamos em trabalhar com responsabilidade ambiental, social e com o bem estar do nosso servidor, não era sobre ganhar mais dinheiro, era como investir em projetos sustentáveis e de acordo com nossas ideologias, e Sérgio estava vendendo lucro, mas aí ela ganha fala algo que... que Sérgio não deveria ter soltado, ela falou que Daniel era uma dona de casa habilidosa, que eu era um boçal orgulhoso pelos cabelos claros, que Conrado era um ogro do pau grande e cabeça curta e que Noah era um aristocrata esnobe com culpa por isso se fantasiava de classe média feliz. Sérgio disse que veio se despedir porque sua curiosidade sobre nós fez ele saber de algo que o ofendeu, parecia que todo o mundo nos desconhecia, quem sabia de nós nós amava, a ex cozinheira que disse que só testemunharia de nós a Deus, que operamos seu marido diabético e lhe demos uma casa, ela parou de morar num barraco, ganhava bem, muito bem na época de Dr. Danilo, mas a casinha veio depois, com Dr. Conrado, que abaixo da Santa tem a gente, e jogou água do balde de passar pano na casa sobre ele, não ia se vender pra falar sobre a gente, nem de bem e nem de mal, a gente podia silêncio e ia ter. Ele falou de mais seis pessoas, e a oitava lhe disse isso, Sérgio disse que antes tomava café conosco, almoçava bem e gostoso no hospital, valia a pena em semanas ruins ter essa boa frustração de tentar nos ter como clientes, e se um dia desse certo, ele ia mudar de status no banco. Porém estava arrependido, ouviu algo que pareceu magoá-lo, como quem escuta uma ofensa grave e injusta e não pode abrir a boca. Ele disse que foi movido pela cobiça de melhorar no trabalho, depois pela curiosidade de saber qual o mistério, mas... foi leviano, veio para se despedir e para pedir desculpas.

O silêncio. Eu não fazia ideia do que dizer, tentava remontar às vezes em que Diogo vinha me perguntar sobre o que Priscila tanto falava com meu irmão, da gente na casa dos pais dela, a mãe que foi minha sem ser, o pai que foi meu sem ser, como ela falava de mim como algo quase sobrenatural, agora eu era arrogante por conta de meu cabelo? O que se perdeu, olhei para Conrado e ele chorava, porra eu também, era como saber que ela morreu. Que aquele período de nossas vidas, era algo do tempo que a Bíblia estava sendo escrita, minhas memórias não podiam estar erradas. Felipe se levantou e disse que perto de grande público Sérgio ficava dramático, e passou o braço sobre os ombros dele, “você é um amigo, veio matar o trabalho dizendo estar trabalhando, eu tenho um plano, tudo bem?” Ainda bem que Felipe estava ali, eu vi Gaspar entre Rick e Uchôa, eu não sou ciumento, pergunto a Otto como foi com Ricardo e Gaspar, “normal”, eu esperava que tivesse zebras e girafas ou que as paredes se movessem, mas Otto garante que foi normal, vai te foder...

Nesse momento os telefones de Uchôa e Ricardo tocam ao mesmo tempo, nesse momento Gaspar me chama e me leva para a cozinha diz que eu dei um monte de conselhos a Ricardo, ele diz que eram situações completamente diferentes a dele, a de Ricardo e a de Leonardo, pergunta como eu agiria em seu lugar, “me diga como foi com Ricardo”, “sei lá, meus encontros com homens sempre foi cheio de culpa, de mal estar, Ricardo chegou depois de Otto, seu marido me beijou e perguntou se eu queria chupar uma ou duas picas, eu ia dizer que não, mas ele me beijou novamente e eu disse sim, me levou para seu quarto e aí eles e eu nos beijando”, eu estava pra vomitar, “Uchôa entrou no quarto e eu morri de vergonha, fiquei de pé no segundo seguinte a ter me ajoelhado, mas ele se ajoelhou ao meu lado e disse que tava precisando de uma sacanagem diferente da que surgiu essa manhã, ele engoliu o pau de Ricardo, porra, como assim? Ele notou minha pouca experiência e me ajudou, me ensinou o básico e me fez ficar de quatro, os meninos me comeram os três, mas quando chegou a vez de Uchôa ele mandou os outros saírem e agente fez o melhor sexo de minha vida, porra, que homem é esse, ele gozou dentro de mim me chamando de gostoso, juro que chamou, e eu nem sou”, me fez vestir a cueca com a bunda cheia de porra, me levou pra o quarto dele e disse a Felipe para eles tentarem comigo, disse que gozou no meu cuzinho para deixar lubrificado pra ele, Felipe disse que pelo menos eu tinha jeito e cara de macho e não de modelo, me beijou e já foi me virando, enfiou a cara na minha bunda cheia de porra e depois e comer meu rabo com a boca, comeu na vara. Outra foda melhor do mundo, pergunta se eu ia embora ou se ia tentar. A resposta é uma só, mas eu não recebi conselho nenhum, então...”, beijei aquele puto, disse que ele devia ser honesto com Felipe e Uchôa, ele disse que pensou sobre isso, mas era inexperiente, antes de nos conhecer houve quatro caras e com nenhum deles houve uma segunda vez, houve os filmes pornô, mas... “dupla penetração, mais tarde, dê um jeitinho de falar a Uchôa que seu maior desejo é ser putinha de um casal, você já o conhece...”, Felipe me chama e essa conversa termina comigo sentindo alívio, e preocupação, por que eu não aceito ficar longe de Ricardo?

Felipe diz que telefonou para Maurinho do banco, pergunto por Vitor, todos bem, mandando abraços (seis caras, três duplas de irmãos, se organizando de modo único, história otima, mas não temos contato com essa história), Felipe falou com Mauro para transferir a conta do hospital e dos funcionários para o banco de investimentos de Mauro e Chico, usar Sérgio para trabalhar com essa carteira, Mauro disse que ia levantar o histórico de Sérgio mas seria ótimo, eles iriam ganhar a experiência de conta corrente que eles não têm, pergunta se eu concordo, se Noah aprovaria, respondo que faz tempo que eu não vou pra cama com ele, ele fica vermelho, quer falar sobre trabalho, “vá a merda, Felipe, uma decisão dessa toma dias de trabalho, e todo mundo vai levantar os prós e os contras, você é o dono do hospital, eu não sou Túlio, Noah não é Werther, e você é o dono, vamos levar tempo costurando esse contrato”, ele fez o pau dele brincar com o meu por cima da roupa e disse que sente falta de nossas rapidinhas na sua sala ou na minha pra distensionar o dia de trabalho. Sérgio veio chegando e tosse para interromper, Felipe não se desencosta de mim e sorri para Sérgio, que não estava ofendido com nossa “vulgaridade”.

Uchôa quase grita para chamar todos de volta para sala, todos nos reunimos novamente, inclusive os funcionários, ele diz que Bryce está no hospital e ia dormir por lá, que os outros retornaram da faculdade com muita dificuldade, muita chuva e trânsito lento, mas os outros cinco estão bem e em casa. Camila ligou pra dizer que a pista de acesso principal de quem sai está com um acidente bem grande mas sem vítimas graves, a pista de sair está alternando nós dois sentidos, mas vão fechar o acesso, pelo tempo dessa informação acreditam que já fechou, de toda forma, a chuva estava cedendo e a previsão era que em uma ou duas horas ela voltasse com a mesma intensidade até tarde da noite, realmente um temporal, a prefeitura decretou emergência para dar foco às áreas de deslizamento, olha para os funcionários e diz que a religião deles não deixa mulheres dormirem onde tem homens não salvos ou de sua família, diz que a casa ao lado não tem água, luz, gás, comida, nada, e está com o piso sendo arrancado, tudo coberto de poeira e tinta, pergunta se eles vão pra lá ou se vão se isolar na garagem, as meninas choram mas não tinha como, era se trancar na garagem quando a noite viesse, Uchôa disse que Sérgio ia se hospedar conosco, mandou todo mundo carregar celular, tablet, providenciar ligar para quem fosse o caso porque pode ser o caso de faltar luz, de não desperdiçar água porque temos reservatório mas água demora voltar, e telefonar enquanto desse sinal. Fizemos um monte de coisa esperando não ser necessário, mas é melhor prevenir, ah, Túlio estava bem no apartamento dele.

Estávamos trazendo alguma parte de nossas coisas do quarto que vamos deixar para o hóspede e trazendo para a master que agora é minha, todo mundo ajudando um pouco, Sérgio todo constrangido, Ricardo faz o seguinte raciocínio, Conrado, Daniel e Danilo no quarto deles, Felipe, Uchôa e Gaspar no deles, Diogo, Gabriel e Leonardo querendo os momentos deles, sobra apenas Sérgio, converter-se na garagem ou se oferecer a um estranho como brinde de motel, não é o que ele faria, mas eram os sinais, frio ele não passa, estava coberto de razão e por isso a escova de dente e outras coisas dele vieram pra cá.

O tempo voa e já era quatro e meia, decidimos fazer um bifum, ou melhor vários, antes das cinco alguém entra e eu conheço aquele jeito de arrastar o tênis um pouco, que saudade, Otto e eu de repente estávamos agarrando Noah um de cada lado, quinta era sábado? Ele disse não estar mais aguentando, beijo triplo, ele diz que ia tomar banho e descer cheio de novidades, cheio de novidades ele entrou, não por Otávio que conheci por vídeo, caramba, Bruno estava de volta, eu acompanhei Noah, nós acompanhamos, ele chamou Ricardo que subiu sem comentar nada, deixei os outros hóspedes no novo quarto, a verdade é que eu teria de pedir um colchão extra na garagem e ok, calma, havia espaço, ou a gente dá jeito.

Entramos os quatro naquele banheiro e de cara Noah fala com quem vai dividir o lado esquerdo da bancada, se comigo ou com Ricardo, porque com Otto não ia ser ele apara a barba e sempre limpa mal a pia depois, Ricardo diz que não é parte de nosso casamento, Otto diz que divide a pia comigo porque estou deixando a barba crescer, Noah responde que tudo bem, fica com Ricardo – que já faz tempo que se tornou um de nós – porque eu o quero, porque Otto está apaixonado, e porque Noah detesta sadomasô e só topou porque era o preço para agarrar Ricardo, Noah me puxa pelo braço e diz que regra é uma coisa que gente como nós não deveria levar a sério, gays são outsiders, aristocratas não são classe média, se eu amo esse cara e falta cama que nós caiba pode ser duas camas, quatro, podia mandar fabricar um colchão de três por três metros, qual era meu impedimento?

Eu não conseguiria montar um pensamento, unzinho só, Ricardo me abraçou por trás e repetiu que me amava, segurei os braços dele e disse que não queria me afastar dele nunca mais, pensei se lá, antigamente poderia ser Noah, Daniel, Conrado e eu, meu receio de causar estragos, de não fazer o que quero para não quebrar regras, a regra é que eu não deveria passar dos vinte anos, não deveria ter sobrevivido às drogas, à miséria, à dor, eu tinha de aprender a ganhar Otto disse que eu falei que nunca mais ia fazer dupla penetração novamente depois de Noah e ele dentro de mim, mas fiz, fiz com Ricardo e ele, Noah foi logo baixando meu short de elástico e perguntando e sentindo meu cu, verificando que estou com uma cuceta, “vou tomar banho e relaxar, comer, mas antes de dormir a noite, Ricardo e eu vamos contrair núpcias dentro do seu cu, seu safado, quem mandou criar a cerimônia”, fui ignorado nos protestos, foram todos tomar uma ducha, e eu observei os três ali no box, brincado entre si, não poderiam ser mais diferentes entre si, a característica que os tornavam únicos era que me adoravam sem falsa modéstia, eu não sei o que faria sem eles, eu não consigo imaginar.

Gaspar veio sentar do meu lado na hora do jantar, disse que fez um meia nove com Uchôa enquanto Felipe o comia, ele segredava isso no meio da bagunça e barulho que se fazia, Uchôa disse que só podia comer macarrão mesmo, trepou tanto na últimas vinte e quatro horas que seu pau estava morto e mole como aquele macarrão, então ele falou que seu cacete inclusive tinha a cor de nosso jantar, e que o cacete dele era levemente mais grosso, nisso houve uma bagunça e todos começamos a gargalhar, ele assobia alto e diz que estava a hora de fazer uma oração agradecendo não estarmos abrigados embaixo de uma marquise, estarmos bem agora que a chuva estava voltando a engrossar, que até o gostoso do Noah conseguiu chegar em casa e trouxe um hétero topzeira e um desconhecido para dentro de casa, e disse que temos três histórias para conhecer, porque Sérgio sabe falar muito sem falar nada sobre si.

Jantamos ouvindo sobre o percurso do hotel ao aeroporto, o voo, a zorra no aeroporto, os vôos cancelados, eles terem sido um dia últimos aviões a ter permissão de pouso, o aluguel do veículo e a saga para chegar em casa, Bruno estava em um portunhol brabo, os três que estavam na Europa conversavam entre si acrescentando detalhes.

Bruno disse que estava de volta para tentar voltar ao emprego do iate, esquecer Érica e ver o que fazer da vida, “a cadela conseguiu me dar uma volta e roubou cada centavo que eu tinha, e fez isso me chifrando, ela me traiu com meu irmão, com um garoto filho da vizinha, com um cara do Tinder, ela me traiu cantando Otávio, sem saber que Otávio é virgem de boceta”, “e vou morrer limpinho se Deus quiser, Deus me defenda, nasci de cesárea para não ter contato”.

Pratos na lava-louça, pensamos em uma noite de jogos mas a eletricidade vai embora, escutamos toda a vizinhança dar um muxoxo junto ao nosso, sem jogos. Sérgio diz que vai contar uma história e depois era hora de cada um ir para a cama, ele resume da ida em quinze minutos, e vamos para o quarto depois do jantar. Tomou banho gelado no escuro, tudo bem, venho de roupão, Ricardo estava entre os outros dois, ele deitado de barriga pra cima e os outros com seus kindles novos, era o primeiro de Ricardo. Noah disse que comprou uns trinta e poucos, decidiu que seria um bom presente para todo mundo, mas se não fosse o inferno de hoje no aeroporto ia pagar meia fortuna em imposto, ele disse que depois eu pegaria o meu novo, ele fez isso para me dar um depois que quebrei o meu sem querer, como consegui quebrar esse troço?

Ricardo pergunta se não vou me juntar a eles, eles deixam os aparelhos em um canto, eu estava com frio, fico nu e vou até Ricardo deito meu corpo gelado conta o dele morno, reclamo do frio antes de beijar, antes da mão de Noah em minha bunda e de me imprensar pela esquerda contra Otto pela direita, Otto segura meu pescoço, diz que está morrendo de saudade de Noah, mas esse momento era sem ele, ele se levanta depois de beijar cada um de nós três, Noah vem chupar meu cu e Ricardo vai se puxando colchão acima até poder por seu pau em minha boca, a luz dentro do quarto é insuficiente e vemos quase nada além de vultos, divido o boquete com Otto, caramba, a gente se beija, Otto ficou sim entre nós e fizemos oral todos em todo mundo, Ricardo estava sentado e eu o puxei pelas pernas e o fiz deitar, juntei as pernas dele e sentei no seu cacete no exato momento e que um relâmpago acendeu tudo Otto de pé ao meu lado e Noah sentado atrás de mim chupava o pau dele. Noah pede pra colocar mais lubrificante em mim, depois e eu sento em Ricardo, Noah começa a pincelar o cacete em minha bunda, depois ele vai entrando lentamente, já não sinto dor, Otto começa a empurrar vara no rabo do francês, já sinto Noah cravar os dedos em minha pele, ele diz que não dava a bunda desde que saiu de casa, estava com saudade da gente, de nós três, agora sentia nós três nele, de formas diferentes. Foi um dos momentos mais estranhos de minha vida, tudo era afeto, corpo, pensamento a respeito de passado e futuro, a alma no presente, cheiro, som, eu estava dissolvido e eu era parte dessa família, eu finalmente me senti em família e talvez fosse isso, ou o cansaço, ou porque era nossa primeira vez assim de verdade como quarteto, mas era uma quantidade de porra tão grande a que soltei que passou pelo corpo de Ricardo e escorreu pelos lados, ele ria. Paramos, eles rindo de mim, me chamando de novato, a luz voltou, um som de alegria na vizinhança.

Aí a gente trocou os lençóis, tomamos banho, eu garanti, minha bunda estava indisponível por algumas semanas, Ricardo não acreditou, Otto disse que eu passei um mês desde a última vez, mas dp era muito, muito bom, “eu sei, Otto, eu sei, tanto sei que você vai ser o próximo, e depois Noah vai adorar lhe substituir, Ricardo gargalhou, ele já havia feito e disse que odiou, talvez por não poder dizer o quanto estava doendo e pra pausar um pouco, aí durante o banho ele esfregando a bucha de pés pergunta se somos realmente “casados”, Noah diz que sem as aspas, Rick sorri malévolo, abre minha boca com os dedos e cospe dentro, me dá dois tapas e diz que sempre sonhou em estar do outro lado do chicote, “não parece tão interessante”, “foi mal, Ricardo, eu não estou curioso, e nem vou ficar instigado, esse truque não funciona comigo”, a gente está meio que conhecendo detalhes que elevtem, ele se familiarizando com o nosso desconhecido, mas eu ainda prefiro o que já sei, talvez com os anos eu vá gostar de Otto e Ricardo como amo Noah, deitei entro da conchinha de Noah, Ricardo fez o mesmo com o barbudo, eu de frente para o novato, eu sei que apaguei, sonhei que estava muito velho e só restava Noah tão jovem quanto agora cuidando de mim.

Porra, eu amo meu marido.

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