Parte 1 – A Proposta
O fim da tarde caía sobre a cidade quando Igor Santana deixou o bar onde trabalhava como barman, sendo substituído por Fábio, seu amigo de longa data. O clima ainda era quente, e ele sentia o corpo pulsar com a energia acumulada do dia. Sua pele cor caramelo reluzia sob a luz dourada do entardecer, e seus olhos cor de mel, atentos, observavam o movimento das ruas enquanto seus pensamentos se voltavam para Rodrigo — o noivo de sua irmã Amanda — e nas possibilidades que aquele fim de dia reservava.
Enquanto caminhava pelas calçadas conhecidas do bairro, Igor refletia sobre os últimos meses. Desde que Rodrigo começara a frequentar mais a casa da família Santana, algo havia mudado. Um olhar prolongado, um silêncio incômodo, uma tensão que se tornava quase palpável nos momentos em que os dois se encontravam a sós. Igor, sempre seguro de si, percebeu que havia um terreno fértil de curiosidade em Rodrigo. E ele pretendia explorar isso.
Ao chegar no apartamento da família Santana, Igor notou Rodrigo relaxando no sofá, distraído com o celular. O som da água correndo no banheiro deixava claro que Amanda estava no banho, provavelmente tentando aliviar o cansaço de mais um plantão na UPA. O ambiente tranquilo da casa parecia suspenso no tempo — um convite silencioso para algo mais íntimo.
Igor se aproximou de mansinho, quase como um felino, com aquele andar solto e confiante. Parou atrás do sofá e inclinou-se suavemente, a voz baixa e quase sussurrada em tom de brincadeira sensual:
— Vem ao meu quarto. Quero te mostrar uma coisa.
A frase, tão simples e ao mesmo tempo carregada de intenções, fez os pelos de Rodrigo arrepiarem. O convite inesperado o desconcertou por completo, mas Igor sabia o que estava fazendo — Rodrigo era curioso demais para recusar.
Rodrigo hesitou por alguns segundos. Seus olhos encontraram os de Igor por cima do ombro. Aquele sorriso torto, aquele brilho nos olhos... não havia como dizer não. Levantou-se, ajeitou a camisa e o seguiu.
Pouco depois, subia as escadas com passos contidos, um misto de nervosismo e excitação marcando seu rosto. O coração acelerado, a boca um pouco seca. Ao entrar no quarto de Igor, o ambiente parecia mais quente. As janelas meio abertas deixavam entrar a luz dourada do entardecer, que tingia tudo de âmbar.
Igor estava de pé, encostado na cômoda, braços cruzados, observando Rodrigo com aquele sorriso de safado que sempre o deixava sem jeito.
— Chega aqui — disse Igor, a voz baixa, envolvente, carregada de uma autoridade sedutora.
Rodrigo sentiu o coração acelerar. Algo estava prestes a acontecer. Algo que mudaria tudo.
Igor revelou então uma caixa discreta, tirada de uma gaveta com cuidado. Ao abri-la, revelou um cinto de castidade masculino. Rodrigo, vendo aquele objeto que não reconhecia, ficou intrigado e olhou para o cunhado, que já estava com aquele sorrisinho de quem sabia que havia aprontado mais uma.
Então Igor fez uma pergunta que deixou Rodrigo desconcertado, sem saber o que fazer.
— Você realmente acha que consegue chegar ao casamento com a minha irmã sem cair em tentação? — Igor perguntou com um meio sorriso, provocativo.
Rodrigo arregalou os olhos, surpreso. Pensou que seria mais uma das piadas do seu cunhado, mas a expressão no rosto de Igor permaneceu a mesma, sem nenhuma alteração.
— Uma semana — continuou Igor, caminhando lentamente pelo quarto. — Quero ver se você tem controle. Vista isso. Eu manterei a chave em um local seguro. Se aguentar até segunda que vem, ganha meu respeito. Se não...
Ele não precisou terminar. Rodrigo sentiu um calor subir pelo corpo. O desafio, o tom de voz, o olhar... tudo o deixava inquieto. Um silêncio tenso se formou.
— É só uma aposta, Rodrigo. Ou está com medo de perder?
Com o coração acelerado, Rodrigo, depois de uma longa pausa, assentiu. Mas ele, gaguejando, pediu a Igor:
— Se eu conseguir... você vai passar um dia inteiro fazendo tudo o que eu quiser.
O sorriso de Igor aumentou, satisfeito, pois sabia que seu adorável cunhado tinha caído em sua armadilha. Agora, como uma presa abatida, era só esperar ela perceber que não havia mais volta — seria devorada lentamente.
Igor o guiou até a cama, entregando o cinto. Rodrigo, envergonhado, não soube como usar o aparelho, e Igor se ofereceu para ajudar.
— Abaixe sua bermuda e retire a cueca — ordenou Igor, com a voz calma, mas firme.
Rodrigo ficou com vergonha, hesitou, os olhos correram para a porta como se Amanda pudesse sair a qualquer momento do banho. Mas o olhar de Igor — firme, sereno, irresistivelmente seguro — parecia uma força invisível que o impelia a continuar. Lentamente, quase com relutância, Rodrigo abaixou a bermuda e retirou a cueca, revelando-se de um jeito que jamais pensou se veria ali: nu diante do cunhado, vulnerável, exposto.
— Deite na cama, de frente para mim — ordenou Igor, a voz baixa, mas carregada de uma autoridade irresistível.
Rodrigo obedeceu, sentindo o lençol frio contra as costas enquanto o calor subia por dentro. Igor se aproximou devagar, com uma calma calculada, e seus dedos tocaram o corpo do cunhado com uma lentidão provocadora. Passaram pelas coxas, pelo baixo-ventre, explorando o território recém-entregue com uma mistura de domínio e intimidade desconcertante.
Quando tentou encaixar o cinto de castidade, percebeu o óbvio: Rodrigo estava excitado demais. Era impossível fechá-lo daquele jeito.
Igor sorriu de canto, e sem dizer uma palavra, caminhou até o frigobar. Pegou um cubo de gelo, voltou com passos firmes e, num movimento surpreendente, tapou a boca de Rodrigo com uma mão e pressionou o gelo contra a pele sensível do sexo ereto. O corpo de Rodrigo se arqueou em choque. O gemido abafado foi um protesto e uma súplica ao mesmo tempo.
— Calma... só estou ajudando você a se controlar — murmurou Igor com frieza meticulosa.
Pouco depois, com os músculos ainda contraídos pelo choque térmico, Rodrigo permitiu que Igor o vestisse com o cinto. Quando se levantou, as pernas tremiam, e ele mal sabia onde colocar as mãos.
Igor então retirou a própria camisa devagar, revelando o peitoral bronzeado e definido, como quem sabe exatamente o efeito que causa. Pegou a pequena chave e a prendeu a uma corrente de prata, passando-a pelo pescoço. O metal repousou sobre seu peito nu como uma insígnia de autoridade. Reluzia à luz âmbar do quarto — uma promessa silenciosa de controle absoluto.
Rodrigo ficou paralisado, os olhos fixos no brilho daquela chave. Era como se cada batida de seu coração ecoasse na corrente. O desejo apertava o peito, mas não podia se manifestar em lugar algum. Estava ali, preso, submisso, entregue.
— Agora sim — disse Igor, encostando o corpo no de Rodrigo. — O jogo começou.
Com um empurrão sútil, o deitou sobre o colchão, os olhos fixos nos dele. Rodrigo tentou buscar alguma dúvida, alguma hesitação no olhar do cunhado, mas não havia nada ali além de certeza e prazer silencioso.
— A partir de agora, você vai seguir minhas instruções — continuou Igor, a voz baixa, quase cruel na sua tranquilidade. — Até segunda-feira, você pertence a mim. Sem toques. Sem alívio. Só obediência. Vai sentir tudo. Vai aprender.
Rodrigo, quase sem ar, murmurou:
— Sim, Igor...
E nesse instante, Igor soube: o controle estava completo.
A semana mal havia começado.