Seu Ari planejara cada detalhe minuciosamente, até mesmo as justificativas para a ausência temporária dos participantes. Para alguns, viagens de negócios prolongadas; para outros, férias patrocinadas pela empresa, mas sem direito a acompanhantes. Nada disso levantaria suspeitas, pois tais práticas eram comuns no Grupo Monteblanco Capital.
No dia 28 de fevereiro, às 20 horas, Lívia Nascimento, a elegante diretora de marketing da holding administrativa Monteblanco Capital, estava em seu luxuoso apartamento quando recebeu uma mensagem no celular da equipe Mansão Monteblanco: “Estamos à sua espera em frente ao prédio.”
Lívia já estava pronta, como sempre impecável. Vestia um terninho azul-marinho, uma camisa branca de seda que realçava sua sofisticação e um scarpin preto de salto fino, com 10 centímetros de altura. Além da elegância, sua beleza era marcante: um corpo curvilíneo, bem proporcionado, envolto por uma pele bem cuidada e levemente bronzeada. Seus longos cabelos loiros emolduravam um rosto de traços angelicais. No entanto, a aparência celestial contrastava com sua personalidade. Lívia era arrogante, soberba e egoísta, com um prazer particular em menosprezar aqueles que considerava de “classe inferior”.
Ao descer do prédio, foi recebida por um homem de expressão séria, vestido com um terno preto impecável.
— Boa noite, senhorita Lívia. Sou da equipe Mansão Monteblanco e estou encarregado de conduzi-la ao local designado pela direção.
Lívia o encarou com desdém, sem responder.
— Permita-me ajudar com sua bolsa de viagem — disse ele, pegando a bolsa da mão dela, colocando uma etiqueta com seu nome e guardando-a no porta-malas. Em seguida, abriu a porta traseira da SUV preta.
Sem dizer uma palavra, Lívia entrou, imediatamente absorta em seu celular. Durante o trajeto, o carro adentrou um heliporto desativado, um lugar que parecia esquecido pelo tempo. No entanto, a presença de helicópteros ultramodernos contrastava com o ambiente decadente, o que a deixou intrigada.
— Que lugar é esse? — perguntou, franzindo o cenho. — Não me diga que esse lugar horrível é onde será o reality?
— Calma, senhorita Lívia. Não podemos continuar de carro. O restante do percurso até a Mansão Monteblanco será feito de helicóptero — respondeu o homem, calmamente.
— Mansão Monteblanco? Então é lá que será o reality?
— Sim.
— Faz sentido… Por isso o nome da equipe — murmurou Lívia, descendo do veículo.
— Vamos, senhorita. Preciso levá-la ao local de espera. O helicóptero que a conduzirá está programado para partir em cerca de uma hora.
— Uma hora? Vou ter que esperar tudo isso? — resmungou ela, visivelmente irritada.
O homem não respondeu, apenas começou a caminhar em direção a um pequeno prédio no heliporto.
— Ei, você não está esquecendo algo? — disse Lívia, apontando para o porta-malas, onde estava sua bolsa.
— Não se preocupe, senhorita. A equipe Mansão Monteblanco cuidará de seus pertences e os levará ao local em segurança. Caso haja qualquer violação, o responsável será severamente punido, e a senhorita será ressarcida.
Lívia suspirou, contrariada, mas o acompanhou. Ao entrar no prédio, foi conduzida a um cômodo pequeno e visivelmente desgastado, como o restante da construção. Havia um beliche, um frigobar, uma mesa com duas cadeiras, um espelho pendurado na parede e uma televisão de LCD exibindo um vídeo promocional sobre os bens de seu Ari.
Lívia sentou-se na cadeira atrás da mesa, observando o ambiente com desagrado. De repente, ouviu o som de uma descarga vindo de uma porta ao lado, provavelmente um banheiro. Dela saiu uma mulher morena, um pouco acima do peso, vestindo calça jeans, uma regata estampada e sapatilhas.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou Lívia, com um misto de surpresa e desprezo.
— Eu? — respondeu a mulher, com um leve sorriso. — Sou da equipe Mansão Monteblanco, encarregada de realizar alguns procedimentos antes da sua partida.
— Você? Da equipe Mansão Monteblanco? — retrucou Lívia, com sarcasmo. — Você não servia nem para ser faxineira na sede do Grupo Monteblanco Capital.
— Não estamos aqui para discutir minha saída da limpeza ou como vim parar na equipe Mansão Monteblanco — disse a mulher, mantendo a calma. — Agora, precisamos realizar alguns procedimentos. Primeiro, sente-se nesta outra cadeira, porque esse é o meu lugar.
Lívia bufou, levantando-se lentamente, ainda desconfiada. Em vez de ir para a outra cadeira, caminhou até a porta, que estava trancada.
— Que raios está acontecendo aqui? Cadê o rapaz que me trouxe? — perguntou, começando a se exaltar.
— Senhorita, por favor, acalme-se. A porta está trancada por protocolo do reality. Assim que tudo estiver pronto, você será levada ao helicóptero que a conduzirá à Mansão Monteblanco.
— Como você quer que eu me acalme? Estou trancada aqui com você, que foi demitida por minha causa! — exclamou Lívia, nervosa.
— Fui orientada a não discutir assuntos alheios ao reality. O passado ficou para trás. Agora, estou trabalhando para a equipe Mansão Monteblanco. Sente-se nesta cadeira e preste atenção ao vídeo na televisão.
Lívia respirou fundo e sentou-se, relutante.
— Já vi esse vídeo quando entrei. Mostra tudo o que seu Ari possui — disse, com desdém.
— Sim, mas preciso garantir que você assistiu do início ao fim. Está quase terminando, vai recomeçar. Preste atenção.
O vídeo terminou com seu Ari dando as boas-vindas aos participantes e dizendo: “Tudo isso pode ser seu.” Em seguida, reiniciou, exibindo as empresas do Grupo Monteblanco Capital, propriedades, investimentos e pertences valiosos, tudo narrado com riqueza de detalhes. Os olhos de Lívia brilhavam de ambição. Após mais de dez minutos, o vídeo mostrou a Mansão Monteblanco, começando pela área externa, passando por cada cômodo e terminando com seu Ari em seu quarto, repetindo: “Tudo isso pode ser seu.”
Lívia estava fascinada.
— Muito bem, agora que você assistiu ao vídeo, vamos ao formulário — disse a mulher, pegando o celular do bolso. — Qual é seu primeiro e último nome?
— Para que isso? Vocês já devem ter todas as minhas informações. Sabiam até meu endereço! — retrucou Lívia.
— Estou apenas seguindo ordens. Se não quiser colaborar, posso reportar aos meus superiores que você está descumprindo a principal regra do reality.
— Eu? Descumprindo regras? Que regra é essa? — perguntou, irritada.
— Estava no primeiro e-mail que você recebeu: submeter-se a tudo que for proposto pelo jogo.
— O jogo nem começou! — rebateu Lívia.
— Aí é que você se engana. O jogo começou no momento em que você aceitou participar. E, pelo que sei, quebrar essa regra resulta em eliminação.
— Calma! Não estou quebrando regra nenhuma. Só acho esse formulário estranho. Você, como parte da equipe, já deve ter minhas informações.
— Eu não sei de muita coisa. Sou apenas uma funcionária seguindo ordens. Me mandaram preencher este formulário. Acho que é um teste. Se você não consegue se submeter a algo tão simples, como vai lidar com o resto do jogo? Minha ordem é reportar qualquer falta de colaboração.
— Tá bom… Lívia Nascimento — respondeu, resignada.
— Idade?
— 35 anos.
— Estado civil?
— Solteira.
— Tem filhos?
— Não.
— Qual é sua função na empresa?
— Diretora de marketing do grupo.
— Viu? Não foi tão difícil — disse a mulher, com um tom levemente provocador. — Agora, o próximo procedimento…
Lívia fez uma expressão de desdém.
— Preciso que tire sua roupa.
— O quê?! — exclamou Lívia, incrédula. — Você está louca! Isso já é demais!
— Estou apenas seguindo ordens. Devo garantir que você assistiu ao vídeo, preencher o formulário e verificar se você não está levando nada proibido escondido nas roupas, além de checar se há marcas ou hematomas em seu corpo.
— Proibido? Como assim? — perguntou Lívia, indignada.
— A direção quer garantir que você não está levando drogas ou armas, que são estritamente proibidos.
— Eu não uso essas porcarias! Olha minha cara! Acha que eu preciso disso? — retrucou, ofendida.
— Não basta sua palavra. Preciso verificar seu corpo para confirmar que não há anomalias.
— Meu corpo é perfeito! Não tem marcas, hematomas, nada! — insistiu Lívia.
— Sua palavra não é suficiente. Preciso me certificar.
— Sua insolente! Como ousa dizer que minha palavra não basta? — gritou Lívia. — Quando eu falar com seu Ari, vou garantir que você perca esse emprego também!
— Tudo bem — disse a mulher, calmamente, pegando o celular e começando a digitar. — Alô, direção? A participante Lívia Nascimento não quer colaborar… Sim… Entendido. O carro ainda está aqui e pode levá-la de volta para casa. Ela está eliminada… Vou comunicar…
— Calma! — interrompeu Lívia, com um tom de desespero. — Tá bom, vou colaborar.
A mulher voltou a falar ao celular:
— Ela disse que vai colaborar agora… Sim… Entendido. — Guardou o celular no bolso.
Lívia, com o rosto vermelho de raiva, tirou o blazer e o colocou sobre a mesa.
— Por favor, coloque todas as suas roupas aqui — instruiu a mulher.
— Não acredito que estou fazendo isso — murmurou Lívia, com desprezo.
— A senhorita tem uma grande motivação — disse a mulher, lançando um olhar para a televisão, que ainda exibia o vídeo com os bens de seu Ari.
Lívia respirou fundo, tentando controlar a raiva. Tirou os scarpins e os colocou na mesa. Com as mãos trêmulas, desabotoou a camisa de seda, revelando um sutiã rendado rosa, e a colocou sobre a mesa. Em seguida, tirou o cinto, depois a calça, apoiando-se na cadeira para manter o equilíbrio. Colocou a calça na mesa, mantendo uma postura fria, apesar da humilhação.
— É para tirar tudo — disse a mulher, enquanto inspecionava a calça.
— Nunca fui tão humilhada na vida! Ser revistada por uma serviçal como se eu fosse uma criminosa! — exclamou Lívia, com a voz carregada de ódio.
— Relaxa. A recompensa pode valer a pena — respondeu a mulher, olhando novamente para a televisão.
Os olhos de Lívia marejaram, misturando raiva e humilhação. Relutante, desabotoou o sutiã, cruzando um braço sobre os seios ao jogá-lo na mesa. Com a outra mão, baixou a calcinha rendada, agachando-se para retirá-la e jogando-a na mesa enquanto cobria a região pélvica.
— Senhorita Lívia, preciso que descubra os seios e a buc… sua vagina. Tenho que verificar se há alguma anomalia. É para garantir que não haja marcas preexistentes. Caso contrário, podem alegar que algo aconteceu durante o reality.
Lívia ficou paralisada por alguns segundos, processando a situação. Com relutância, afastou os braços, revelando seios medianos, de auréolas rosadas, e uma vagina com pelos bem aparados. A mulher a contornou, observando-a minuciosamente. Lívia tremia, odiando cada segundo de vulnerabilidade.
— Abra as pernas — ordenou a mulher.
Lívia permaneceu imóvel.
— Não vou repetir — disse a mulher, com firmeza.
Com ódio nos olhos, Lívia abriu as pernas ligeiramente.
— Mais um pouco.
Lívia, engolindo a raiva, obedeceu.
— Levante os braços.
Ela obedeceu, rígida.
— Levante o cabelo.
Lívia ergueu os cabelos loiros, expondo o pescoço. A mulher pegou o espelho da parede e o colocou no chão.
— Agora, agache-se sobre o espelho.
— Isso é algum tipo de piada? Estou em um presídio? Revista íntima? — exclamou Lívia, incrédula.
A mulher apenas a encarou, com a mão no bolso, como se fosse pegar o celular novamente. Lívia murmurou algo inaudível e agachou-se rapidamente sobre o espelho.
— Não assim. Faça lentamente e só se levante quando eu mandar.
Lívia, com o rosto contorcido de raiva, agachou-se novamente, mantendo a posição. A mulher observava o reflexo da sua bucetinha e do ânus expostos no espelho.
— Hmm… A senhorita faz clareamento anal? — perguntou a mulher, com um tom provocador.
Lívia levantou-se abruptamente, apontando o dedo para o rosto da mulher.
— Me respeite, sua insolente! — gritou.
— Calma, só quis quebrar o gelo. Volte à posição.
Lívia, com uma lágrima de ódio escorrendo pelo rosto, agachou-se novamente.
— Ok, pode se levantar — disse a mulher, recolocando o espelho na parede.
— Agora, preciso verificar suas articulações. Faça dez polichinelos. E, dessa vez, sem reclamar.
Lívia, com vontade de avançar na mulher, olhou para a televisão, onde seu Ari dizia novamente: “Tudo isso pode ser seu.” Respirando fundo, começou os polichinelos, enquanto a mulher contava.
— Um… dois… três… quatro… cinco… seis… sete… oito… nove… dez. Pronto.
Ofegante, com o suor escorrendo, Lívia parou. A mulher a contornou novamente e deu um leve tapa no bumbum. Lívia, em um reflexo rápido, segurou o braço dela com força.
— Se me tocar de novo, você vai se arrepender de ter aceitado esse emprego — ameaçou, com os olhos faiscando.
— Calma, me solte. Foi só um sinal para você se vestir.
— Preciso tomar um banho antes — disse Lívia, ainda tensa.
— Não há chuveiro no banheiro, só um vaso. E, se fosse você, não entraria lá. A descarga está quebrada.
Lívia fez uma careta de nojo e começou a se vestir. Colocou a calcinha, o sutiã, a camisa de seda, abotoando-a cuidadosamente. Quando a porta se abriu, o mesmo homem que a trouxera apareceu. Lívia, surpresa, puxou a camisa para baixo, tentando cobrir a calcinha.
— Seu pervertido! O que está fazendo aqui? — exclamou.
— Só vim avisar que o helicóptero está pronto — respondeu ele, calmamente.
— Preciso terminar de me arrumar — disse Lívia, apressada.
— Seja rápida.
O homem saiu, acompanhado pela mulher. Lívia terminou de se vestir, ainda abalada. Ao entrar no helicóptero, encontrou a mesma mulher já sentada.
— Você vem comigo? O piloto não basta? — perguntou, irritada.
— Sim, tenho que acompanhá-la até o local — respondeu a mulher, com um leve sorriso.
O piloto as olhou pelo retrovisor, sem dizer nada.
Ao chegarem à Mansão Monteblanco, foram recebidas por um funcionário local, que chamou a atenção de Lívia por estar descalço. Entraram no salão principal da mansão, onde foram recepcionadas pelo secretário pessoal de seu Ari, vestido com um smoking impecável — mas, para surpresa de Lívia, também descalço.
— Enfim, chegaram as duas últimas participantes — anunciou o secretário.
— Duas? — perguntou Lívia, confusa, olhando ao redor.
Seu olhar encontrou a mulher que a acompanhara, que sorriu com um ar debochado.
— Surpresa! — disse ela, com ironia.
Continua no próximo capítulo...
Nota do autor:
No próximo capítulo, você conhecerá os demais participantes desta história instigante. Deixe seu comentário — a sua opinião é fundamental para nós! E, se estiver gostando, não esqueça de curtir.