O que fizemos?

Um conto erótico de Casal Tatuíra
Categoria: Heterossexual
Contém 1487 palavras
Data: 29/05/2025 13:08:41

O corredor era estreito, quase um túnel de sombras. Soninha saiu do banho como quem emerge de um pecado. A toalha, branca demais, grudava na pele acetinada, os cabelos escuros pingavam gotas que marcavam o chão como sinais de fogo. Ela não o viu. Ou viu?

Felipe estava ali, parado, a respiração presa entre os dentes. Um homem-feito de vinte e cinco anos, magro, mas com músculos que se encolhiam de vergonha.

Ela passou. A toalha escorregou. Um pedaço das costas dela ficou exposto — morena, lisa, tentadora. Felipe engoliu a saliva com barulho.

Soninha parou. Não virou o rosto, mas sabia. Sentia o olhar dele como uma queimadura. Os olhos dela se entortaram num sorriso malicioso, quase imperceptível. "Será que ele ousa?" O coração bateu mais forte. "Que Deus me perdoe."

— Não devia estar aqui — sussurrou, sem convicção.

As mãos dele, trêmulas, encontraram a cintura dela. Dedos finos apertando a carne como se fosse um sonho que desapareceria ao amanhecer. O nariz dele roçou o pescoço dela, aspirando o perfume caro, doce, quase enjoativo.

Soninha arrepiou. Fechou os olhos. "É pecado. É errado. Ele é quase um menino."

Mas os seios dela subiram, firmes, em direção ao céu que a toalha não cobria mais. Felipe beijou o ombro. Um beijo molhado, desesperado. Soninha virou o rosto, os lábios entreabertos, os olhos castanhos mergulhados no abismo. "Por que não digo não de verdade?" A língua dele tocou o pescoço dela. Um gemido abafado.

— Você não quer isso — mentiu ela, a voz embargada.

Ela sentiu o corpo dele encostar no dela. Um calor que vinha do osso, não só da pele. Sentiu seu membro, rígido sob o tecido fino da calça de moletom, se encaixar como uma chave perdida nos seus montes. A respiração dele ficou pesada, quente atrás da orelha dela.

— Por favor, só uma vez — pediu ele, a voz rouca, quase chorando.

— Não — disse ela, a boca seca —, é loucura.

— Loucura? — repetiu ele, como se precisasse ouvir a própria desgraça. — Loucura é ver a senhora todo dia, assim... e não poder fazer nada. Isso me mata.

Ela não respondeu. Nem com palavras, nem com gestos. Ficou parada, os braços ao lado do corpo, os seios subindo e descendo devagar, como ondas antes da tempestade. O silêncio dela era mais alto que um grito.

Mas foi essa hesitação — esse instante tênue entre o sim e o não — que virou o convite mais perigoso de todos.

A mão dele roçou a cintura dela. Devagar, sem violência, apenas com a insistência das coisas que nascem no escuro.

Levantou a toalha, sem pressa, como quem abre uma cortina para um espetáculo proibido. Os dedos entraram por baixo, encontraram os pelos negros, sedosos, do seu ventre.

E ela sentiu. Sentiu o golpe do toque alheio, quente e estranho, e gemeu. Baixinho. Como quem chama alguém do outro lado do abismo.

Quando ele tocou a entrada da sua gruta, úmida e pronta sem que ela mesma entendesse bem por quê, Soninha gemeu outra vez. Mais alto. Com sofreguidão. E empurrou o traseiro contra o quadril dele, como se buscasse mais fundo o que ainda nem tinha nome.

— Não — repetiu, a voz sumida. — Não podemos.

Mas não se moveu. Nenhum passo pra trás. Nenhuma mão erguida em defesa. Só os olhos fechados, as costas arqueadas, e aquele cheiro de pecado pairando no ar, grosso como fumaça.

Felipe enterrou os dedos nela. Um, depois dois. E Soninha apertou os lábios pra segurar o som que queria sair. As pernas tremiam, frágeis, como se o mundo tivesse virado areia debaixo dos pés.

— Você não quer isso — sussurrou ela, tentando se convencer.

— Eu quero tudo — respondeu ele, a boca colada no pescoço dela. — Tudo da senhora.

Antes de largar a toalha, ela ainda tentou impor algum limite — frágil, quase ridículo:

— Tá bom... só um pouquinho.

Como se fosse possível medir o que já estava fora de controle. Como se “um pouquinho” não fosse, na verdade, o mundo inteiro desabando em cima dos dois.

Ela queria senti-lo dentro dela, sim, mas com pressa, como quem come um doce roubado e espera que o sabor rápido apague a culpa.

Pensava: "se for rápido, não é pecado de verdade".

A toalha caiu. Foi um gesto lento, quase cerimonioso, como quem tira a última defesa antes da rendição. Ficou nua, de costas para ele.

As mãos foram parar no aparador frio do corredor, os dedos se enterrando na madeira como se precisassem de algo real para não voar. Curvou-se para frente, as pernas firmes como torres, os pés finos na ponta, como uma estátua oferecida ao desejo mais antigo da humanidade.

— Vem — disse, quase com lascívia —, só um pouquinho.

Felipe viu entre as coxas dela a entrada para todos os prazeres proibidos. O corpo dele latejou. O membro duro como pedra roçou a entrada úmida, quente, pulsante. Encostou ali, como uma lança no peito de um guerreiro moribundo, e foi entrando. Devagar. Com cuidado. Com reverência.

Ela gemeu. Um gemido baixo, abafado, mas cheio de tudo o que nunca deveria ter saído. O proibido era mais gostoso. Mais quente. Mais vicioso. E ela teve certeza, naquele instante, de que não queria que ele parasse. Nem por Deus. Nem pelo inferno.

Ele se curvou sobre ela com calma, mas determinado. Os quadris em sintonia, como se já tivessem feito isso mil vezes em alguma vida anterior.

O suor começou a escorrer, misturando-se. As peles colaram, grudadas na humidade do desejo sem nome. A respiração dele virou vento nos cabelos molhados dela. A dela virou fogo nas costas dele.

Ele começou devagar, quase com medo. Mas o corpo não obedece à razão por muito tempo. Foi acelerando. O quadril dele batendo nela como uma marreta contra um muro que já estava rachado.

Ela pediu mais. Mais forte. Mais rápido. Mais fundo.

— Mais — dizia, a voz arrastada, rouca, perdida. — Vai fundo, meu amor, vai fundo...

Felipe enterrava nela como quem soca uma estaca em terreno proibido. Queria entrar inteiro, até onde ninguém nunca tinha chegado. Até onde ela mesma nunca tinha ido. O ventre dele se chocava com as nádegas redondas dela, num barulho úmido, quase violento.

E ela rebolava, pedia mais, gemia mais, pedia sem parar.

— Me faz tua puta — ofegou Soninha, os olhos fechados, o rosto contorcido num prazer que ela nem sabia que existia.

— Me come com força.

A mão dela buscou o braço dele e o puxou para a sua barriga. Apertou os dedos finos dele com os seus.

— Aperta — sussurrou, quase sem ar. — Aperta, seu lindo... aperta...

Ele obedeceu. Primeiro com cuidado, como quem teme quebrar algo frágil. Mas ela não queria carinho. Queria ser tomada. Queria sumir dentro do próprio desejo.

— Mais forte — ordenou. — Mais. Mais. Mais.

E ele apertou. A respiração dela ficou presa. O peito subiu e desceu em espasmos. Os dedos dele marcaram a cintura dela, deixando sulcos vermelhos na pele acetinada.

Foi quando sentiram. O clímax vindo ao mesmo tempo, como uma avalanche que não se segura.

O corpo dela tremeu primeiro, todo, do pé à cabeça. Um tremor que partiu do ventre e se espalhou pelos ossos. Ela enterrou as unhas no aparador, os joelhos amoleceram, mas ela se manteve de pé, orgulhosa, dominada, liberta.

E Felipe, dentro dela, soltou um urro abafado. A explosão foi violenta. Lava quente jorrando em jatos grossos, enchendo-a por inteiro, escorrendo pela gruta e descendo pelas coxas como lava de um vulcão que há muito tempo estava adormecido.

Nenhum dos dois falou nada. Não havia palavras para aquilo. Só o som da respiração pesada, o suor escorrendo, e o peso do que tinham acabado de fazer pairando entre eles, grosso, inadiável.

Recuperando a respiração, ela se virou devagar, como quem sai de um mergulho fundo, quase mortal.

Os cabelos úmidos colados na testa, os olhos semicerrados, o corpo ainda vibrando com o eco do que haviam feito.

Encarou Felipe. Ele estava lá, ofegante, o suor escorrendo pela testa, os olhos cheios de algo que não era só desejo — era posse. Era entrega. Era medo.

Trocaram um beijo amoroso. Molhado. Lento. As línguas se encontrando como se fossem velhas conhecidas. Os narizes se tocaram, leves, quase infantis. A mão dela subiu até o rosto dele, acariciou a barba por fazer, segurou-o com força, como se precisasse sentir que era real.

Os dois arfando. Sorrindo. Respirando juntos. Beijando-se outra vez, e outra, e outra, como se o beijo pudesse apagar o tempo ou parar o mundo.

Até que ela recuperou — quase — um pouco de razão. Um fio tênue de consciência, fininho como uma linha de costura, passou entre as pernas ainda úmidas, subiu pelo ventre, chegou ao peito, e foi ali que bateu mais forte. No coração. Ela fechou os olhos. Engoliu em seco. Apertou a mão dele contra seu peito.

— Filho... — sussurrou, a voz sumida, perdida. — O que fizemos?

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