O chão de madeira polida rangia sob seus pés descalços enquanto Ana caminhava lentamente pela antiga cabana na serra. A lareira crepitava no canto da sala, lançando sombras douradas pelas paredes de pedra. Lá fora, o frio cortava a madrugada. Mas ali dentro, o calor que crescia entre ela e Paulo podia incendiar o mundo inteiro.
Estavam sozinhos. Longe de tudo. Isolados pela natureza e por um desejo que agora não pedia mais licença — exigia espaço.
Ana usava apenas um robe fino de seda vinho, que roçava a pele como um sussurro. Sob ele, nada. Cada passo fazia o tecido deslizar entre suas coxas úmidas, acendendo nela a lembrança da última noite. O corpo ainda pulsava com ecos do que haviam vivido. Mas queria mais. Muito mais.
Paulo estava sentado em uma poltrona diante do fogo, vestindo apenas uma calça de linho solta, o torso nu banhado pelo brilho da chama. Seus olhos a devoravam.
Ela se aproximou em silêncio, ajoelhou-se diante dele, e apenas abriu o robe com um movimento lento dos ombros. O tecido caiu como uma pétala. Estava nua, exposta, entregue. Mas em seu olhar havia poder.
— Quero brincar com fogo — sussurrou.
Paulo sorriu, mas havia algo feroz naquele sorriso. Um entendimento profundo entre os dois. Ele se inclinou, segurou o rosto dela entre as mãos e a beijou com uma intensidade tão crua que Ana gemeu antes mesmo que suas línguas se tocassem.
Aquele beijo não era de começo. Era de quem já estava no meio do incêndio.
Ele a pegou no colo, como se pesasse nada, e a levou até o tapete felpudo diante da lareira. Deitou-a ali, entre a pele e o fogo, e começou a percorrer seu corpo com os lábios. Beijava com fome, com reverência. Os mamilos dela endureceram ao contato do ar frio e da língua quente. Cada lambida era como uma língua de fogo subindo pela espinha.
Ana arqueou-se, buscando mais. Seu corpo era um instrumento afinado para o prazer, e Paulo tocava cada corda com maestria.
Mas o ponto de ignição ainda viria.
Ela sentiu os dedos dele descerem entre suas pernas, e gemeu quando foram recebidos pela umidade quente que já a esperava. Ele riu baixinho.
— Sempre pronta pra mim...
— Sempre sua — ela respondeu, sem hesitar.
Ele desceu a boca até lá. O calor da língua encontrou seu clitóris com precisão e paciência. Ana apertou os olhos, o corpo inteiro contraído. Cada lambida era uma oração. Cada sugada, uma explosão.
— Ah... Paulo... não para...
Mas ele parou. Subiu por cima dela, a respiração quente contra seu rosto. O membro rígido pressionava sua barriga. Ela o segurou, firme, sentindo o peso, a textura, o pulso. Já conhecia o caminho. E queria tudo.
Virou-se de lado, guiando-o para o espaço já familiar — aquele lugar que um dia foi tabu, e agora era templo. Paulo se posicionou atrás dela, beijando suas costas, acariciando sua cintura com a mão firme.
— Vai devagar... — ela pediu, mas seus quadris empinavam-se em convite.
Ele a penetrou lentamente, e ela gemeu como se estivesse sendo aberta para o mundo. Era denso, era íntimo, era puro abandono.
A cada investida, Ana sentia o corpo inteiro vibrar, como se os sentidos se acendessem um a um. O fogo da lareira refletia em sua pele suada, os cabelos grudavam na nuca, os gemidos enchiam o ar com notas quentes e cruas.
— Mais forte... mais fundo...
Paulo obedeceu, segurando-a pela cintura, cravando-se nela com força e ritmo. Os corpos batiam, colavam, gemiam juntos. Ana sentia-se preenchida por inteiro. Era como se ele estivesse dentro de sua alma.
E então veio o clímax.
Lento, devastador, cheio de espasmos e tremores. Ela gritou, mordeu o próprio braço para não se perder por completo. Paulo gozou logo depois, ofegante, tenso, como um raio cruzando o céu noturno.
Caíram juntos no tapete, os corpos colados, os corações trovejando no mesmo compasso.
Ana olhou para ele com os olhos ainda marejados.
— Nunca pensei que pudesse gostar tanto de algo que um dia tive medo de tentar...
Paulo a puxou para mais perto.
— Você não tem medo de nada agora... é minha deusa do prazer.
Ela sorriu, fechando os olhos, sentindo ainda as contrações suaves do pós-orgasmo. No silêncio da cabana, envoltos pela dança da chama e pelo cheiro do sexo recém-derramado, Ana soube com certeza:
Não havia mais limites. Apenas possibilidades.