Me chamo Pedro (fictício) e cresci como qualquer outro menino de interior. Bagunceiro, arteiro, jogava bola, andava de bicicleta e subia em árvore. Fui criado pela minha mãe e minha avó, junto com minha irmã e primos. Tive uma infância comum e simples igual a de muitos por aí.
Chegado a adolescência eu acabei não tendo a mesma sorte que os demais meninos. A puberdade não me atingiu como a outros, e com 15 anos eu ainda tinha 1,60m e 60kg, poucos pelos no corpo e um físico magricelo. Herança genética. Enquanto meus amigos da escola já começavam a se iniciar sexualmente, eu penava pra conversar com as garotas. Tímido, retraído e pouco atraente, nessa idade é a receita pra dar errado, tanto que fui ter minha primeira experiência sexual aos 17 anos.
Nessa fase eu não tinha aptidão pra nenhum esporte, e passava as aulas de educação física jogando tenis de mesa ou na arquibancada com as meninas, e como disse antes, não tinha apelo sexual com elas, acabava por me tornar amigo, e ouvir as mais diversas histórias sobre suas aventuras com os outros garotos. Desde beijos nos fundos da escola até as cantadas que recebiam, eu passava a maior parte do tempo ouvindo conversa de mulher. E aquilo me frustrava, mas também me despertava uma estranha curiosidade. Eu imaginava como seria estar com outro cara, ou qual o sentimento de ser penetrada. No início tive nojo e raiva de mim mesmo, mas cada vez mais curiosidade.
Movido por essa curiosidade, comecei escondido a mexer nas gavetas da minha irmã e mãe e me lembro da primeira vez que vesti uma calcinha. O toque macio, a renda, o fio dental, o formato que dava na minha bundinha, achei aquilo mágico.
Eu não sabia o que era crossdresser nem mesmo sabia o que eu estava fazendo, só sei que forçava situações para ficar sozinho em casa e desfrutar um pouco daquele momento. E fui abusando cada vez mais. Sutiãs, saia, saltos, até mesmo batom eu passava.
Na escola, as meninas me confidenciavam suas aventuras e em casa eu me vestia e imaginava como deveria ter sido. Me tocava pensando e até gozava imaginando aquela sensação. Mas o medo e a vergonha não me deixavam ir além.
Aos 18 fui pra faculdade, em outra cidade e decidi reprimir de vez esses pensamentos de vez, e viver como homem. Não deu muito certo. Eu era o típico nerd magrelo, baixinho e tímido. A frustração eu descontava em comida, jogos e pornografia. Nessa época cheguei a pesar 80kg com 1,66m de altura. Nessa mesma época, comecei a consumir vídeos pornô de trans e aquela curiosidade da adolescência que eu havia reprimido voltou. Descobri que aquilo tina um nome, crossdressing, e não tinha uma definição correta. Mas pra mim era como um fetiche, algo intimo, particular. Comprei 2 calcinhas online e mantinha na minha gaveta. Como eu morava em república, usava raramente, mas sempre me sentia muito bem quando vestia. Nesse mesmo período, me assumi bissexual, e tive algumas experiências com homens e mulheres, mas nenhuma sexual. Porém, a curiosidade só aumentava.
E o ponto de virada foi após a faculdade, quando fui morar sozinho, mas isso vai fica pra parte 2