A fazenda estava em silêncio tenso quando os portões se abriram. O Senhor Absoluto retornava — mas não vinha só. Ao seu lado, uma presença intensa: a Dominadora Ruiva, alta, olhos azuis penetrantes, botas negras até os joelhos e um sorriso cruel nos lábios carmesins. Seu chicote pendia como uma língua pronta para fustigar.
A V se ajoelhou imediatamente, mas o olhar do Senhor era frio.
— Então você teve... pena da 27? — ele disse, quase calmo. — Uma beta que ousa sentir compaixão? Inaceitável.
A Ruiva se aproximou da V, inclinando-se e puxando-lhe o queixo com a ponta da bota.
— Tão fiel ao seu dono... mas ainda tem esperança no olhar. Vamos corrigir isso, cadela corna.
Ela amarrou os braços da V atrás das costas e a fez marchar de quatro até o curral, onde a 27 já estava acorrentada, nua, imunda, com a coleira suja presa ao poste de madeira.
— Você, 27, não será promovida. Pelo contrário... hoje servirá de espetáculo. — disse o Senhor Absoluto, retirando o cinto de couro. — Vejamos quanto da sua carne ainda aguenta.
Enquanto ele surrava a 27 até que lágrimas e baba escorressem do queixo dela, a Dominadora Ruiva fazia a V usar uma máscara de vaca com chifres marcados com "INFIEL" e "CORNINHA".
— Você terá que mugir cada vez que seu marido castiga a outra. Se errar... leva também.
A V chorava, mugindo como vaca traída, enquanto seu corpo tremia com a vergonha e o prazer masoquista da punição. A 27 urrava, o corpo marcado pelas cintadas, a alma esmagada pela humilhação de ser esquecida, mas ainda mais usada.
A fazenda nunca mais seria a mesma.
A V mugiu novamente, o som agudo ecoando na fazenda, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. O Senhor Absoluto parou por um momento, virando-se para admirar a cena grotesca: sua esposa, agora transformada em uma vaca, e a 27, o corpo um mapa de dor e vergonha.
— Continue mugindo, cadela. — ordenou a Dominadora Ruiva, enquanto puxava com força a corda que amarrava os chifres da máscara da V. — Eu disse que íamos corrigir essa esperança no seu olhar, e eu cumpro o que prometo. A V obedeceu, mugindo de novo, a máscara apertando seu rosto enquanto a Dominadora Ruiva mantinha a corda firme. O Senhor Absoluto se aproximou da 27, seu cinto de couro ainda balançando na mão.
— Vocês duas precisam entender quem manda aqui. — disse ele, com voz grave e ameaçadora. — A 27, por ter sonhado com promoção. E você, V, por ter cometido o crime imperdoável de compaixão.
A 27 gemeu baixinho, o corpo tremendo, mas incapaz de se mover. O Senhor Absoluto desferiu um novo golpe, a fivela de couro abatendo-se contra a pele já inchada e vermelha da 27. O estalido do cinto ecoou pelo curral, misturando-se ao mugido da V e aos gemidos agonizantes da outra mulher. A Ruiva se aproximou, seu perfume inebriante mesclando-se com o odor de suor e medo que impregnava o ar.
— Acredito que nossa cadela precisa de mais um incentivo para mugir, querido. — disse a Ruiva, puxando com mais força a corda que ligava os chifres da máscara da V. A V mugiu alto, o som saído distorcido e angustiado da máscara de vaca. O Senhor Absoluto se aproximou, o cinto de couro ainda balançando em sua mão, e passou a mão pelo queixo da V de forma desdenhosa.
— Boa cadela. — murmurou ele, a voz gelada. — Mas ainda não é suficiente. — Ele olhou para a Ruiva, que sorriu de forma cruel. — Vamos dar um espetáculo de verdade para a 27 assistir.
A Ruiva assentiu, seus olhos brilhando de sadismo. Ela se inclinou e sussurrou algo no ouvido do Senhor Absoluto, que riu baixinho, um som assustador no silêncio pesado do curral. A Ruiva tirou um pequeno frasco do bolso, cheio de um líquido transparente, e desatou a máscara da V o suficiente para aplicar o conteúdo em sua boca.
— Abra, cadela. — ordenou a Ruiva, com um sorriso malicioso. — Isto vai ajudar você a mugir mesmo quando não quiser.
A V obedeceu, os olhos arregalados de medo e expectativa, sentindo o líquido descer queimando sua garganta. O líquido era um estimulante, rápido e implacável. A V sentiu o coração disparar, os músculos ficarem tensos, e uma onda de calor se espalhar por seu corpo. Seus pulmões queimavam, exigindo mais ar, e o impulso de mugir cresceu, irrefreável.
— Veja, querido, como sua cadela obedece bem agora. — a Ruiva disse, acariciando o pescoço da V com dedos firmes.
A V mugiu alto, a voz distorcida pela máscara, seu corpo tremendo incontrolavelmente. O corpo da V convulsionava, os músculos tensos e os nervos à flor da pele. O estimulante corria em suas veias como fogo líquido, incitando respostas involuntárias e intensificando cada sensação de humilhação e dor.
— Olhe para você, cadela. — o Senhor Absoluto disse, a voz impregnada de desdém. — Uma vaca mugindo, sem controle, sem dignidade. — Ele se aproximou, erguendo o cinto de couro. — E ainda acha que tem pena a dar?
A V mugiu de novo, o som angustiado ecoando no curral. O estímulo químico fazia o corpo da V tremer incontrolavelmente, os músculos contraindo-se em espasmos involuntários. O Senhor Absoluto levantou o cinto e, com um movimento certeiro, desferiu um golpe na parte de trás das coxas da V. O impacto fez seu corpo se projetar para a frente, os chifres da máscara colidindo contra o chão de terra batida.
— Mais alto, cadela. — a Ruiva ordenou, puxando com força a corda presa aos chifres. — Quero que a 27 ouça como você gosta disso. A V mugiu descontroladamente, seu corpo convulsionando sob o efeito do estimulante. A dor latejante nas costas se misturava com uma onda de calor que percorria sua espinha, fazendo-a arfar e balbuciar sons incoerentes.
— Olhe para mim, vaca. — disse o Senhor Absoluto, agachando-se para fitar os olhos lacrimejantes da V. — Veja o que você se tornou por ter pena de uma beta. — Ele ergueu o cinto mais uma vez, a fivela brilhando sob a luz fraca do curral.