O som das rodas do carro preto blindado cortou o silêncio da manhã.
Todos os escravos da fazenda foram postos de joelhos no pátio central, nus, com as testas encostadas no chão. A própria Senhora V. estava ajoelhada, de colarinho branco preso ao pescoço, com as mãos entrelaçadas atrás das costas e os seios expostos.
A porta do carro se abriu.
E os passos dele ecoaram.
Botas pretas, pesadas. Silêncio absoluto. Nenhum animal ousava emitir som. O ar estava carregado com algo ancestral: medo, respeito... e excitação.
O Senhor Absoluto, como era chamado, era o Dono da Donzela Sádica.
Alto, imponente, com olhos de aço e um sorriso que congelava. A cada passo, os sensores da cerca eletromagnética vibravam em saudação silenciosa. Ele não usava nada além de uma calça justa de couro e uma luva preta, cuja função era clara: marcar.
Quando chegou diante de Senhora V., ela não falou. Não o olhou. Apenas lambeu a sola da bota dele com reverência.
— Boa cadela — disse ele, frio, antes de puxá-la pelo colarinho como se fosse um objeto.
Todos os betas estremeceram. A maior dominadora da fazenda... era dele.
E então ele falou com todos os presentes:
— Hoje, esta fazenda conhecerá um novo padrão de disciplina. Toda dor infligida por minha esposa será dobrada sob minha ordem. Toda desobediência que antes era tolerada, agora será punida com mutilações simbólicas e privações prolongadas.
O olhar dele se fixou em número 27, ainda com as marcas do Celeiro.
— Esta aqui foi bem usada — disse ele, apertando-lhe o rosto com a luva. — Mas ainda há dignidade em seus olhos. Isso me ofende.
Ela quis falar, mas a presença dele a calou por dentro. Seu corpo tremeu.
— Senhora V., prepare esta escrava para a cerimônia da Roda dos Pecados. Ela será meu presente de boas-vindas.
— Sim, Mestre — respondeu a cruel dominadora, totalmente submissa.
Os olhos de 27 se arregalaram. A Roda dos Pecados era uma lenda entre os cativos: um ritual de domínio extremo em que o escravo era girado em uma estrutura de ferro, e a cada volta recebia um tipo diferente de punição — física, psicológica ou sexual — determinada por sorte.
Ela seria o brinquedo inaugural do homem que dominava a própria sádica que a comprou.
E a fazenda... nunca mais seria a mesma.