Capitulo 7 - Confusão interna
Bernardo
Ele tava sentado, recostado na mesa de madeira, com a luz da lua cintilando no rosto lindo dele, fazendo parecer uma estátua de mármore. Os olhos azuis estavam carregados de tristeza e medo, mas tinha algo diferente. Um troço ali dentro que fazia eles brilharem de um jeito mais vivo.
Ele me sorriu quando me viu e deu um passo na minha direção. Mas eu dei um passo pra trás, contrariando meu coração teimoso, que berrava feito um louco pra eu pular nos braços dele e deixar que ele me usasse do jeito que eu gostava — e que só ele sabia. O sorriso dele sumiu na hora, e ele nem tentou mais chegar perto.
— Fiquei sabendo que tu terminou com a Amanda — disse a ele, num sussurro. — Por quê?
Daniel ficou encarando o chão um tempão, procurando as palavras certas.
— Foi ela quem terminou comigo — admitiu, sem jeito. — Ela descobriu...
Aquilo me pegou de cheio.
— Tu contou pra ela sobre nós? — perguntei, desconfiado.
Ele balançou a cabeça, negando.
— Eu não sei qual é meu problema, tchê — desabafou. — Eu não queria sentir isso, mas não consigo evitar. A gente brigou, e eu saí pra esfriar a cabeça. Quando vi, tava numa boate gay e comecei a tomar umas. Um cara chegou em mim e, quando me dei conta, já tava no banheiro com ele — Daniel chorava, desmanchado. — E o pior... eu gostei, Bernardo. Gostei da companhia, me senti bem. Não foi como contigo, claro, mas foi bom. Dei meu número pra ele, e a Amanda viu uma mensagem. E sabe o que eu senti quando ela foi embora? Me senti livre. Livre, tchê!
— Então seja livre, Daniel — falei, virando de costas, com uma mágoa atravessada por ele ter me largado naquele dia, dizendo que não era gay, só pra depois sair por aí e ficar com outro. Como é que ele teve a cara de pau de me contar isso? Será que ele não dava bola pros meus sentimentos? Será que era tão egoísta a ponto de me largar em frangalhos só pra desabafar?
— Não vai embora, por favor — Daniel me segurou pelo braço e me virou de volta pra ele. — Eu preciso de ti, Bernardo.
— Acho que tu devia é ligar pro cara do banheiro — falei, segurando as lágrimas que já estavam na garganta, querendo cair feito chuva de verão.
— Ele não significou nada pra mim — Daniel tentou se explicar. — Mas tu... — Ele acariciou meu rosto com as costas da mão, com uma delicadeza que desmontou qualquer raiva que eu ainda carregava. Os olhos azuis dele fitavam os meus, sem saber como terminar a frase. Mas nem precisava. Os olhos diziam tudo. “Mas tu é tudo o que eu preciso”, eles me diziam em silêncio.
Daniel se aproximou devagar e me beijou com uma paixão que ninguém nunca tinha me dado. Não era só tesão e calor... tinha sentimento ali, e eu sabia. Mas também sabia que esse sentimento ia acabar me machucando. Não conhecia ele há muito, mas pelo que vi, era do tipo que se jogava de cabeça e depois se arrependia, com medo do que os outros iam pensar. Amanda podia ter descoberto o segredo dele, mas duvido que isso fizesse ele tomar coragem pra encarar o mundo — e a si mesmo. Agora ele tava ali, se declarando, mas amanhã... bah, amanhã ele ia me despedaçar de novo. E eu, guri, não aguentava mais me juntar pra colar os cacos.
— Não! — o afastei, lutando contra esse coração burro que só sabia querer quem machuca. — Eu não posso ficar contigo!
— Mas por quê, tchê? — Daniel parecia perdido. — Tô louco por ti e sei que tu sente o mesmo!
— Mas até quando? — perguntei, e as lágrimas finalmente desceram pela minha cara. — Tu não tá pronto pra se assumir nem pros outros, quanto mais pra ti mesmo!
— Isso não é verdade...
— Então me responde: quem é tu, Daniel Vilella? — interrompi, firme.
Daniel tentou dizer alguma coisa, mas tudo que saiu foi um monte de nada. No fim, tava claro: ele não sabia.
— Tá vendo? — falei, enxugando as lágrimas. — Tu nem sabe quem tu é. Quando alguém te perguntar por que a gente tá de mãos dadas, o que tu vai dizer? Quando nos virem se beijando, o que tu vai fazer? O que tu vai dizer pro Théo, hein? — Ele abaixou os olhos, calado. — As palavras que tu me disse naquele dia, depois que a gente fez amor... elas ainda doem, Daniel. E eu não vou me machucar de novo. Não vou.
— Isso é um adeus? — ele me olhou com aquele olhar que arrebenta qualquer um.
— Acho que sim — respondi, sentindo cada palavra rasgar meu peito em pedaços. — Tomara que, um dia, tu seja feliz.
Dei um beijo na testa dele, como quem dá a última bênção, e fui embora.
Daniel
Eu estraguei tudo. Estraguei tudo, como sempre faço. Estraguei a minha chance de ser feliz. Estraguei a minha chance de ser eu mesmo. Estraguei tudo por medo. Esse sempre foi o meu maior problema. Um medo danado de tudo. Medo de decepcionar, de não ser aquilo que esperavam de mim.
Pra minha mãe, eu era o filho estudioso e obediente. Pro meu pai, o filho disciplinado e mulherengo. Pra minha irmã, o irmão confiável. Pro Théo, um porto seguro. Pro Samuel, o amigo compreensivo, quase um irmão. E pra Amanda, eu fui o namorado atlético, popular, perfeito — pelo menos na fachada.
Usava tantas máscaras no dia a dia que, no fim das contas, esqueci quem eu realmente era. E aí veio o Bernardo. O guri que tirou todas essas máscaras e me mostrou quem eu era de verdade. E isso me apavorou. Aquele Daniel da piscina, do quarto da casa do zelador, do bar... aquele era o verdadeiro eu. O eu que eu escondi por anos, tentando agradar todo mundo.
Mas do que adiantou? Magoei a Amanda, deixei minha mãe e o Théo preocupados, baguncei a cabeça do Samuel, parti o coração do Bernardo... e no fim das contas, só me deixei infeliz. Bah, não valeu nem um pouco a pena.
Abri a porta do meu quarto e percebi que o Samuel tava no banheiro. Tirei o chinelo e me joguei na cama, encarando o teto branco, meio sem saber o que pensar.
— Pelo que tô vendo, a conversa não foi das melhores — disse o Samuel, saindo do banheiro e sentando na cama dele, bem de frente pra mim.
— Ele não quer nada comigo — falei, sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto. — Diz que eu vou acabar magoando ele.
— Tu não precisa magoar ele, tchê — respondeu o Samuel, com aquele jeito compreensivo de sempre.
— Mas eu vou — admiti, começando a chorar como um piá perdido. — Eu sou um covarde! Um covarde idiota!
Samuel veio até mim, me fez sentar ao lado dele e me abraçou forte.
— Não, tu não é — falou, firme, mas com carinho. — Tu só precisa te encontrar. Já admitiu que tá apaixonado por aquele guri. Agora precisa entender o porquê.
— Eu não consigo... — murmurei, chorando ainda mais.
— Consegue, sim — disse ele, segurando meu rosto pra que eu o olhasse nos olhos. Aqueles olhos castanhos, che, nunca tinha reparado o quanto brilhavam. — Tu consegue fazer qualquer coisa.
Não sei se foi o brilho dos olhos dele, a voz doce, a minha carência ou algum troço que não consegui entender bem... mas, quando vi, meus lábios já estavam esmagando os dele. E ele me empurrou na hora.
— Me desculpa! — pedi, apavorado, percebendo que tinha passado dos limites.
— Obviamente tu tá confuso — ele respondeu, visivelmente chateado. — Eu sou teu melhor amigo. Teu irmão, praticamente!
— Eu sei — respondi, balançando a cabeça, tentando entender o que me deu. Mas não consegui. — Me perdoa, por favor.
— Só não repete isso nunca mais — disse ele, indo pra própria cama, meio atravessado. — É melhor tu dormir um pouco. Vai te fazer bem, pra esfriar a cabeça e botar as ideias no lugar.
— Tá — falei, me levantando e apagando a luz. — Me desculpa mesmo, Samuel. Não sei o que deu em mim.
— Só esquece isso, tá?
— Tá.
Eu realmente estrago tudo. Como é que eu fui beijar meu melhor amigo, tchê? Era óbvio que eu tava confuso... mas não achei que fosse tanto assim. Olhei pro Samuel, que dormia de costas pra mim, como sempre fazia. Só que dessa vez ele não tinha tirado a roupa pra dormir, nem mesmo a calça. Normalmente dormia só de cueca, até no inverno — mas hoje, não. Eu o deixei desconfortável. E, sinceramente, eu também tava me sentindo assim.
Samuel era gay, mas nunca demonstrou nenhum interesse por mim além de amizade. Nunca. E eu... bah, acho que acabei com a nossa amizade. Tenho quase certeza disso.
Théo
– Eu sabia que tu estaria aqui – disse a Samuel quando o encontrei na biblioteca naquela manhã de segunda-feira. – Preciso falar contigo!
Ele olhou pra mim, depois pra Nick, e deu aquele sorrisinho sacana.
– Théozinho, tu sabe que eu não curto esses troço de sexo a três, mas seria bom matar a saudade de ti – ele se insinuou. – Já faz um tempão desde a última vez.
– Já te disse que só sinto falta das coisas boas – falei, segurando a mão do Nick, que lançou um olhar fulminante pro meu primeiro namorado.
– Vai dizer que não foi bom? – ele se aproximou de mim.
– Quer levar uma surra? – Nick falou alto demais, atraindo alguns olhares furiosos dos alunos da biblioteca.
– Não esquenta, Nick – tentei acalmar meu namorado. – O Samuel sempre foi um babaca.
– Mas tu gostava – Samuel insistiu.
– Assim como eu gostava de Teletubbies... mas a gente cresce e evolui – rebati. – Mas agora é sério. Preciso falar contigo sobre o meu irmão.
O sorriso de Samuel sumiu na hora. Ele ficou sério de um jeito que até estranhei, porque era raro ver ele assim.
– Vamos conversar lá fora – disse, guardando o livro e o caderno na mochila. Se levantou da mesa e nos levou por um corredor até uma parte mais vazia do colégio. – O que tu quer saber?
– O Daniel tá estranho – comecei. – Terminou com a Amanda e ficou o dia inteiro trancado no quarto. Tu sabe o que tá acontecendo?
– Sei – admitiu sem rodeios. – Mas acho que não tenho o direito de te contar – falou, meio desconfortável. – Ele mesmo tem que fazer isso.
– Se ele se abrisse comigo... – cruzei os braços. – Tô preocupado com ele. Justo quando encontra uma guria que gosta e sossega, eles terminam do nada.
– É... Acho melhor tu tentar conversar com o Daniel – Samuel estava completamente sem jeito.
– Tu não vai mesmo me dizer qual é o problema? – insisti.
– Eu poderia, mas não seria certo. É algo que ele precisa te contar com as próprias palavras.
– É tão grave assim? – perguntei, mais preocupado ainda.
– Grave não. Mas é complicado – respondeu. – Já falei demais. Melhor tu ir falar com o Daniel.
– Tudo bem – desisti. – Mas uma coisa: o que tu fez com o Bernardo?
– Com quem? – perguntou, parecendo perdido.
– O meu colega de quarto, o Bernardo. Vocês estavam ficando, né?
– Sei quem é, mas nós não... – ele arregalou os olhos como se tivesse lembrado de algo. – Sim. Nós estávamos ficando.
– Por que eu sinto que tu tá mentindo pra mim? – perguntei, semicerrando os olhos.
– Ah, foda-se. Eu só falei com teu amigo duas vezes. Nunca fiquei com ele.
– Mas então por que tu disse que ficou?
– Não importa. Vai falar com teu irmão – desconversou. – É o melhor que tu faz. Agora eu tenho que terminar meu dever de casa. Tchau, guris.
E saiu apressado, voltando pra biblioteca.
– Eu não tô entendendo é nada – Nick disse, inclinando levemente a cabeça pro lado.
– Nem eu. Mas vou seguir o conselho dele e procurar meu irmão – disse, dando um selinho no meu namorado. – Até daqui a pouco.
– Até – respondeu. – Depois quero conversar contigo sobre esse cara aí.
– O Samuel? – sorri com deboche. – Não foi nada demais. Depois eu te conto.
Daniel
Olhava o vento fazer ondas na água da piscina. De certa forma, aquilo me deixava relaxado. Meu dia tinha começado de forma estranha, pois Samuel quase não falou comigo enquanto vestíamos nossos uniformes da escola e nem fez questão de me esperar para tomar café da manhã. Provavelmente estava abalado com o beijo que lhe dei na noite passada. Eu não o culpava, pois aquilo foi completamente inapropriado e sem sentido algum. Estava tão confuso e carente que acabei beijando-o. Fui estúpido e provavelmente abalei uma amizade que eu tinha certeza que duraria até minha morte.
Hoje pela manhã, Isabela, colega de quarto da Amanda, me perguntou por que ela não tinha voltado para a escola ainda. Disse que Amanda não atendia os telefonemas e nem respondia as mensagens. Contei que tínhamos terminado e que ela estava chateada, mas não entrei em detalhes — nem inventados e nem verídicos — sobre o motivo do nosso término, o que deixou Isabela curiosa. Amanda foi outra pessoa inocente que magoei ontem só porque eu fui idiota demais. A usei e a humilhei de forma mesquinha, e ela jamais me perdoaria por isso. Eu deveria ter terminado com ela quando Samuel sugeriu, e não ficar iludindo a guria por mais tempo.
Havia também a pessoa que eu mais magoei. Bernardo. Eu o vi naquela manhã ao lado de uma garota, mas ele não parecia bem. Estava abatido e triste como eu nunca quis vê-lo. Ele olhou para mim, e pude ver a dor em seus olhos cor de esmeralda. Honestamente, aquilo me magoou muito. Eu tive a chance de tê-lo... e joguei fora. Ele estava mais do que certo em seguir em frente.
— Tu gosta mesmo daqui — ouvi uma voz conhecida me tirar dos devaneios. Levantei a cabeça a tempo de ver meu irmão mais novo sentar-se nos degraus do vestiário, ao meu lado. — Dá pra entender o porquê. É bem tranquilo.
— E também me lembra de quando eu fazia natação — respondi.
— Talvez devesse entrar pro time este ano — Théo comentou. — Tu sempre foi um baita nadador.
— Talvez eu tente — disse, desanimado.
— O que tá acontecendo, Daniel? — Théo indagou, com a preocupação escancarada em cada palavra. — Eu sou teu irmão. Pode falar.
Olhei para ele e soube que me entenderia e me apoiaria mais do que qualquer um. Sabia que podia contar com ele pra me orientar nessa jornada de aceitação. Era até engraçado, porque geralmente os irmãos mais novos precisam de orientação dos mais velhos.
Respirei fundo.
— Eu sou uma farsa — admiti, não só pra ele, mas pra mim mesmo. — Nada do que fiz na vida foi porque eu quis. Fiz pra agradar os outros. Vesti várias máscaras pra cada um de vocês, e sinceramente me acostumei tanto a elas que esqueci quem eu era. Até que conheci uma pessoa que tirou todas essas máscaras e me mostrou quem eu sou de verdade.
— E foi por isso que terminou com a Amanda? — Théo perguntou. — Tu te apaixonou por outra pessoa?
— Na verdade, foi ela que terminou comigo — contei. — Ela descobriu quem eu sou. Descobriu que eu...
— Que tu traiu ela com outra guria? — Théo arriscou parte da verdade. — Ela descobriu a tal guria e terminou contigo?
— Mais ou menos — disse, sentindo meu coração bater mil por hora.
— "Mais ou menos"?! — Théo pareceu confuso. — Bah, quer parar de enrolar e contar logo?
Respirei fundo algumas vezes, tentando acalmar meu coração que parecia querer sair pela boca.
— Não era uma guria — confessei.
Théo arregalou os olhos e abriu a boca, completamente chocado com o que eu havia acabado de revelar.
— Era... — ele não conseguia terminar a frase.
— Era o Bernardo — completei.
A revelação do nome só fez com que meu irmão, que já estava branco, parecesse uma pedra de gelo de tão pálido.
— Daniel... Bernardo... Gay... Idiota... — balbuciou as palavras, completamente em choque.
Théo começou a hiperventilar, o que me deixou aflito. Ele estava tendo um ataque de pânico. Comecei a abaná-lo com a mão, e logo ele começou a voltar a si.
— Respira, Théo — pedi.
— Respira, o caralho! — Théo bateu na minha mão, completamente furioso. — Como tu teve coragem de fazer isso?
— Aconteceu! — tentei argumentar. — A gente tava chapado na festa de boas-vindas, caímos na piscina e rolou.
— Não tô falando disso! — Théo tentou organizar as ideias. — Como é que tu contou pra aquele viado do Samuel e não contou pra mim?
— Tu sabe que o Samuel é gay?
— E quem tu acha que me comeu a primeira vez? — Théo revelou.
Coloquei as mãos na cabeça, completamente atordoado.
— Meu irmão e meu melhor amigo?! — indaguei.
— Pelo visto, posso dizer o mesmo — Théo cruzou os braços. — Há quanto tempo vocês tão juntos?
— A gente não tá junto — contei toda a história, sem ocultar nenhum detalhe.
— Então é por isso que ele anda tão pra baixo — Théo falou, finalmente entendendo. — E eu aqui, achando que a culpa era do Samuel...
— E que história é essa de tu e o Samuel? — perguntei.
— Tu sabe que ficamos próximos depois que ele me ajudou, quando... tu sabe — ele não gostava de lembrar da surra, e eu também não. — Papo vai, papo vem... Acabou rolando. A gente namorou escondido por três meses.
— E quando vocês iam me contar? — indaguei.
— Esse foi o problema. Ele não queria contar — Théo explicou. — Por isso terminamos. Mas essa de tu ser gay me pegou desprevenido!
— Eu não sou gay — disse, ainda relutante em admitir.
— Ah, vai te catar, Daniel! Tu foi numa boate gay e fez um boquete num cara. GAAAAAYYYY!!!!
— Ok! Ok! Ok! Sou gay! Satisfeito? — falei, sentindo-me bem mais leve por ter contado. — Mas não precisa sair gritando isso por aí.
— Agora tudo faz sentido — ele disse com os olhos brilhando. — Aquele papo doido no sábado... Tu não tava falando de mim.
— Tava falando de mim — admiti. — Eu precisava saber como tu te sentia.
— Báh, ainda não acredito nisso! — Théo dava pulinhos de excitação. — Meu irmão machão é enrustido! Isso é hilário!
— Eu não devia ter te contado — disse, já me arrependendo. — Tu não vai conseguir segurar essa língua.
— Assim tu me ofende — Théo respondeu com aquele jeito irreverente que deixava tudo mais leve. — Fica tranquilo, Daniel. Teu segredo tá seguro comigo. Ou devo te chamar de Daniela?
— Eu te pego, seu viadinho! — gritei, correndo atrás do Théo.
Naquele momento, me sentia mais leve e feliz do que nunca na vida...
Caontinua...