Uma Dor Brutal

Da série Putinho Vermelho
Um conto erótico de Tiago Campos
Categoria: Homossexual
Contém 1306 palavras
Data: 23/05/2025 12:49:07

Mal consegui puxar um fôlego rasgado e insuficiente para os meus pulmões ardentes, ele se moveu sobre mim, a figura alta e sombria se erguendo, parecendo ainda maior contra o céu indistinto acima. Inclinou a cabeça com uma lentidão calculada e senti o seu hálito quente, pesado, roçar de leve na minha orelha, enviando um arrepio gélido pela minha espinha, contrastando com o calor que emanava dele. E então veio a voz. Não um sussurro, mas um murmúrio rouco, grave, vindo de algum lugar profundo na garganta do Lobo Mau, como pedras rolando, que atingiu meus ouvidos e ecoou direto nos ossos, fazendo cada pelo do meu corpo se eriçar em pavor puro.

As palavras eram poucas, brutais, despidas de qualquer humanidade: “Agora, garoto”, rosnou, e a promessa contida nelas congelou o sangue nas minhas veias, “você vai sentir o meu pauzão”. E, de fato, não houve mais aviso, nem a menor hesitação que pudesse dar uma fração de segundo para processar ou reagir. Somente a sensação imediata do calor intenso e de uma pressão massiva, implacável, contra a minha entrada mais sensível, uma força cega pressionando onde eu era mais vulnerável. E então, num instante brutal e impensável, sem a menor sombra de clemência ou cuidado, senti a invasão.

Não foi um movimento gradual, mas uma irrupção violenta, completa. Senti-o rasgar o caminho para dentro, forçando-se até o fim, e a dor… ah, a dor foi um choque elétrico de agonia pura, dilacerante, que pareceu atravessar cada nervo, cada fibra do meu ser, como uma lâmina quente se torcendo dentro de mim. Um berro primário, arrancado das profundezas da minha garganta, irrompeu de mim — um som cru, desesperado, que parecia não somente vir de mim, mas ser eu, um protesto sônico que parecia arrancar a própria alma do meu corpo. Cada célula, cada átomo do meu ser parecia gritar em uníssono, uma rebelião silenciosa e gritante contra a violação súbita e completa que me consumia.

Johnny se moveu sobre mim com uma fúria que parecia mais própria de um monstro do que de um homem, atacando com um ritmo impiedoso, investindo rápido e forte, cada estocada um golpe contra a minha carne e a minha sanidade. Transformou o chão sob a base daquela árvore antiga e silenciosa, longe dos olhos do mundo, num palco particular de sofrimento, um inferno verde onde minha dor era o único espetáculo. Lágrimas quentes e incontroláveis jorravam dos meus olhos, turvando minha visão do céu manchado acima, misturando-se à umidade fria do suor que cobria meu rosto e pescoço. A sensação interna continuava a mesma: como ser rasgado de dentro para fora, uma dilaceração visceral, um rompimento violento e profundo que parecia não ter começo nem fim, uma tortura cíclica e infindável.

No fundo da minha mente, um desejo desesperado e primário se formava: implorar, negociar, fazer qualquer coisa para que aquela agonia desumana parasse, para a violência cessar. Mas a voz… a voz não existia. As palavras presas na minha garganta torturada, incapazes de se materializar, perdidas na torrente ininterrupta de gritos roucos, de gemidos sufocados, que escapavam de mim contra a minha vontade, a única resposta que meu corpo conseguia produzir àquela violação. E em meio ao caos da minha dor, ouvi a voz dele novamente, perto, rosnando contra a minha pele suada. “Aguenta, Chapeuzinho!”, as palavras frias e duras, desprovidas de qualquer empatia, proferidas com uma brutalidade absoluta, que não deixava espaço para recusa ou desobediência. Era uma ordem cruel, forçando-me a suportar o insuportável.

O instinto de sobrevivência, aquela força primal que diz para lutar ou fugir, gritava no meu interior, uma voz frenética implorando para eu me libertar, para me arrastar para longe daquela tortura. Mas a dor, Deus, a dor era uma entidade própria, avassaladora, esmagadora, um peso invisível que me prendia ao chão com mais força que qualquer corrente. Minhas pernas, meus braços, meus músculos inteiros pareciam ter se transformado em chumbo, paralisados pela agonia, incapazes de responder ao comando desesperado do meu cérebro para encontrar a força, nem que fosse a última gota, para uma fuga que eu sabia, no fundo, já ser impossível.

Gradualmente, a selvageria inicial de Johnny começou a ceder lugar a uma cadência mais deliberada, um ritmo que, embora menos frenético e explosivo, não perdeu em nada sua potência avassaladora. Cada estocada se tornou mais calculada, mais funda, carregada com um peso e uma intenção que superavam a fúria inicial. Enquanto o ritmo se ajustava, senti a urgência dele se concentrar em outro ponto. Sua boca quente e úmida buscou refúgio em minha nuca, a pele sensível sob a linha do cabelo. Os dentes roçaram levemente, uma promessa de mordida que não veio, e depois a sucção suave começou, puxando a pele com uma ternura inesperada em meio à violência do ato. Cada toque ali enviava arrepios que eram estranhamente contraditórios, faiscando do prazer ao desconforto, percorrendo meu corpo já exausto e dolorido.

Um suspiro profundo e rouco escapou dos lábios do predador, vibrando contra a minha pele antes que ele proferisse as palavras. “Merda, Tiago”, ele murmurou, a voz baixa, agora claramente carregada não somente de esforço, mas de uma satisfação rouca e inegável. “Seu cuzinho… porra, é um dos melhores que já comi na vida, apertadinho assim, engolindo o meu pau.” Eram palavras cruas, sim, despidas de qualquer romantismo ou delicadeza, mas naquele turbilhão de sensações brutais — a dor, o prazer, a exaustão, a adrenalina — algo fundamental começou a se alterar no meu interior, um ponto de virada silencioso em meio ao barulho.

A pontada lancinante que havia marcado o início da penetração, a dor crua e aguda, não desapareceu completamente, mas começou a se transmutar de forma sutil e avassaladora. Ela se mesclou, gradualmente, com uma sensação crescente de preenchimento total, de ser completamente invadido, tomado. A pressão dentro de mim, antes puramente agoniante e intolerável, começou a adquirir nuances inesperadas, colorindo-se com as tonalidades escuras e intensas de um prazer profundo e primitivo. E então, para o meu espanto mais profundo e uma onda de vergonha que me ruborizou o rosto, senti uma resposta física incontrolável. Meu corpo, traindo a dor e a humilhação inicial, reagiu com uma vida própria: senti meu membro inchar, pulsar e enrijecer violentamente contra a rugosidade áspera da casca da árvore que servia de nosso apoio improvisado.

Um gemido rouco e incontrolável escapou da minha garganta, forçado para fora pelos lábios entreabertos. Não era de dor, ou talvez fosse a dor misturada a algo mais poderoso. Era o nome dele, Johnny, invocado baixo, quase implorando, como uma prece profana e desesperada em meio àquele ritual carnal e selvagem. “Johnny…”, sussurrei novamente, a voz embargada, sufocada pela mistura avassaladora de emoção cru e pela volúpia que me consumia por dentro, incendiando cada fibra do meu ser. “Me fode gostoso…”, a súplica escapou, quase inaudível, “… por favor.”

Ele riu então, um som baixo, rouco e triunfante que vibrou no ar diurno. E sem aviso, suas mãos desceram, fortes e determinantes, agarrando com firmeza brutal meus mamilos doloridos. Ele os apertou e torceu com um prazer sádico que era chocante, uma crueldade deliciosa que arrancou de mim um arfar agudo e dolorido, misturado com excitação. “Fodo”, ele zombou de volta, a voz gotejando posse e desprezo afetuoso. “Sua vagabunda ordinária. Você pediu por isso!”

Enquanto ele continuava seu trabalho incansável e profundo dentro de mim — cada estocada atingindo um novo patamar de intensidade — e em meu peito, minhas mãos buscaram e encontraram apoio firme e salvador no tronco robusto e rugoso do velho carvalho. Meus dedos se cravaram na casca áspera, desesperadamente me agarrando àquela âncora de realidade em meio ao redemoinho de sensações. Ele, enquanto isso, usava a força de seus braços para pressionar minhas nádegas, forçando a entrada, aprofundando cada estocada até o limite, fazendo-me sentir completamente possuído por ele.

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Comentários

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Começou chato mas ficou sensacional e muito sexy espero continuação logo

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❤Qual­quer mulher aqui pode ser despida e vista sem rou­­pas) Por favor, ava­­lie ➤ Ilink.im/nudos

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