Macho de Roça: o primo do interior - Part. I

Um conto erótico de Sávio Belmonte
Categoria: Gay
Contém 2454 palavras
Data: 22/05/2025 10:39:34
Última revisão: 22/05/2025 10:41:31

Olá. Meu nome é Sávio Belmonte — mas podem me chamar de “Bel”. Este é o meu segundo conto aqui no site, e quero compartilhar com vocês mais uma história, que começou de forma inesperada e envolve laços de família e um sentimento profundo que me pegou de surpresa.

Como mencionei no primeiro conto, sou loiro, tenho 19 anos, olhos claros, 1,73m de altura, tímido e reservado. Meu corpo é levemente definido, com cintura fina e ombros largos. Gosto de ficar em casa, e quando saio é apenas para malhar ou estudar. Nunca fui muito de baladas ou agitos.

Todo ano, como de costume, algum parente da zona rural vem para a capital prestar vestibular ou tentar a sorte com algum emprego. Minha mãe sempre faz questão de acolhê-los — talvez porque também foi assim que ela sobreviveu quando chegou aqui, anos atrás.

Era início de abril, já meio tarde da noite, quando minha mãe me avisou que o sobrinho dela, meu primo Rafael, viria passar uma semana conosco. Não dei muita atenção. Achei que seria como sempre: bastava eu me recolher ao meu quarto, e em poucos dias a visita iria embora. A informação entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Eu sequer me atentei à data em que ele chegaria.

Na semana anterior à chegada do Rafael, vivi dias conturbados. Estava triste, cansado, sem ânimo nem para malhar. Tudo parecia estar dando errado. E, no meio dessa confusão, acabei esquecendo completamente que teríamos visita em casa.

No domingo pela manhã, acordei com uma movimentação incomum no andar de baixo. Ainda sonolento, fui direto para o banho. Enquanto a água escorria pelo meu corpo, ouvi o barulho do portão da garagem abrindo e, em seguida, o ronco de um carro barulhento entrando. Fiquei curioso, tentando imaginar quem poderia ser.

Assim que saí do banheiro, ainda só com a toalha enrolada na cintura, fui até o guarda-roupa escolher um short. Foi nesse momento que ouvi passos subindo a escada. Minha mãe entrou no quarto sem bater, acompanhada por uma voz masculina, grave e marcante. Ela parecia apressada e empolgada — e, sem cerimônias, abriu a porta para me apresentar Rafael, que ficaria hospedado no quarto ao lado.

Fazia uns dez anos que eu não via o Rafael. E, assim como eu, ele também havia mudado muito. O menino franzino da infância agora era um homem — e que homem. Fiquei sem jeito com aquela visita inesperada no meu quarto, ainda sem camisa e apenas de toalha. Tentei disfarçar a surpresa e manter a naturalidade, mas acho que corei um pouco.

Rafael era alto — devia ter cerca de 1,85m —, estava no auge de seus 25 anos, pele bronzeada pelo sol do interior, cabelos curtos e olhos brilhantes, que pareciam sempre atentos a tudo. Usava uma camisa xadrez azul e branca de manga curta, que mal escondia o corpo definido e musculoso. Era um físico bruto, moldado pelo trabalho no campo: braços fortes, mãos grandes e calejadas, peito largo coberto por discretos pelos lisos, pernas grossas e uma botina enorme nos pés. Quando ele me abraçou, o frio metálico da fivela de seu cinto encostou na minha barriga e me causou um leve arrepio.

Eu ficava me perguntando: quem, em sã consciência, abraça alguém que está só de toalha? Estava um pouco constrangido com a situação, ainda tentando entender aquele momento inesperado, quando Rafael soltou, com um sorriso brincalhão:

— Que bom te ver, primo! Faz tempo, hein? Prometo me comportar no quarto ao lado — e riu, como se não tivesse acabado de me pegar quase nu.

Minha mãe, toda animada, logo o puxou para fora do meu quarto, ansiosa para mostrar onde ele iria se hospedar. Assim que eles saíram, corri para fechar a porta e tranquei. Encostei as costas na madeira e respirei fundo, tentando recobrar os sentidos. Mas minha mente não parava de repassar aquela cena.

Antes do almoço, como era de costume aos domingos, iríamos à missa. Me arrumei com calma, coloquei uma roupa discreta e desci. Meus pais já estavam esperando por Rafael.

Ele não era exatamente um cara bonito no padrão clássico — nada de traços finos ou aparência de galã. Era simples, comum até. Mas havia algo nele que me desconcertava. Algo na presença dele que despertava em mim uma mistura estranha de raiva, vergonha... e desejo.

Rafael nem se deu ao trabalho de tomar banho — continuava com a mesma roupa da viagem. Quando entramos no carro para ir à missa, ele fez questão de sentar no banco de trás. Fui também, ocupando o outro lado. Meu pai tem o costume de puxar o banco da frente bem para trás quando dirige, então o espaço ficou apertado para o Rafael. Suas pernas estavam bem abertas, quase abraçando o encosto do banco.

Confesso que não resisti e dei uma espiada. O jeans apertado realçava seu volume. Não dava para saber ao certo se era a fivela do cinto... ou se era ele mesmo. Mas, mesmo num olhar de relance, parecia algo generoso.

Durante a celebração, Rafael ficou na ponta do banco e eu sentei entre meus pais. Mas, como se fosse um pecado — ou alguma força estranha que eu não conseguia controlar —, meus olhos insistiam em voltar para ele. Era como se meu corpo estivesse presente ali, mas minha atenção estivesse cativa àquela presença ao meu lado.

Ele era todo grande, bruto, intenso... e isso tudo começava a se misturar com o turbilhão de sensações que eu tentava, em vão, afogar dentro de mim.

Na hora do sermão, o calor dentro da igreja ficou insuportável — ou talvez fosse só eu mesmo, pegando fogo por dentro. Resolvi sair para tomar um pouco de ar. Senti que minha mãe ficou preocupada ao me ver levantar, mas continuei até o jardim. E então, percebi: Rafael veio logo atrás.

Fui até o bebedouro, tomei um pouco de água e me sentei num banco sob a sombra de uma árvore. Pouco depois, Rafael se aproximou, sentou-se ao meu lado e, com aquele tom de voz grave e tranquilo, começou a puxar conversa:

— Acho que não vou me adaptar aqui, primo — disse Rafael, olhando para o jardim com um ar pensativo.

— Mas por quê? — perguntei, curioso.

— Não tô acostumado com cidade grande… isso me assusta um pouco.

— Ah, logo, logo você se acostuma — respondi, tentando encerrar o assunto.

Ele fez uma pausa, olhou pra mim com um sorriso de canto de boca e mudou de assunto:

— E as namoradas, Bel? Como estão?

— Tô solteiro… focado nos estudos — respondi, meio sem graça.

Ele riu de leve, e com um olhar direto, disparou:

— E como é que você faz pra se aliviar?

Soltei uma risada nervosa e não respondi.

Ele então passou a mão no meu cabelo, bagunçando de leve, e brincou:

— Ahh… por isso que saiu da igreja, né? Isso é pecado!

Rimos juntos. Em silêncio, nos levantamos e voltamos para dentro, onde a missa continuava.

O dia correu tranquilo, mas foi à noite que surgiu uma surpresa.

Após o jantar, cada um subiu para seu quarto para descansar um pouco. Assim que entrei no meu, tirei a camisa e me deitei de bruços na cama, mexendo no celular sem muita pressa. Depois de alguns minutos, ouvi um barulho no corredor. Logo em seguida, Rafael bateu na minha porta. Como ela não estava trancada, ele entrou direto.

— Ei, primo… como liga o ar-condicionado? Quer dizer, onde tá o controle? — perguntou ele, meio sem jeito.

Apontei para a janela, atrás da cortina:

— Fica pendurado ali, atrás da cortina.

Ele saiu, mas voltou em poucos segundos.

— Não tá lá, não…

— Pega o meu, então. Vê se funciona no seu quarto — sugeri.

Rafael entrou de vez no quarto, caminhando na minha direção. Foi só então que me dei conta: ele estava só de short de pijama. O cabelo ainda bagunçado, o corpo recém-saído do banho com um cheiro suave de sabonete... e descalço.

Mais uma vez, senti meu corpo reagir. Faltou ar por um instante. O short leve deixava visível o balanço sutil — quase hipnótico — do seu volume. Era impossível não notar. E por um momento, jurei que ele fazia aquilo de propósito. Mas não queria me deixar levar por esse pensamento. Ele parecia completamente despreocupado, sorrindo, brincando como se nada estivesse acontecendo.

Foi até a janela, segurou o parapeito, olhou para a rua e soltou, com um tom leve, mas inesperado:

— Ainda bem que você tá por aqui... Se fosse só seus pais, eu nem teria vindo.

Não entendi direito o que ele quis dizer com aquilo. Fingi não ouvir, enquanto ele se inclinava para procurar o controle atrás da cortina. Nessa inclinação, seu corpo se projetou na minha direção. Eu suspirei fundo, num impulso, e ele percebeu. Riu discretamente.

Logo depois, saiu do quarto ainda rindo, fechando a porta com certa força. Alguns segundos depois, ouvi o som do ar-condicionado ligando no quarto ao lado.

Não havia passado nem meia hora. Eu estava quase cochilando, ainda com aquela cena rodando na minha cabeça, quando ele bateu na porta de novo — e entrou logo em seguida.

— Tem uma coberta aí pra me emprestar?

Ri com a situação.

— A culpa é do ar-condicionado, né?

Ele riu também, pegou a coberta dobrada no pé da minha cama e voltou para o quarto dele, ainda sorrindo.

A essa altura, comecei a desconfiar. Ele estava sempre sorrindo, sempre brincando. Sempre… perto demais.

Eu tinha medo de investir em qualquer coisa... e ele acabar espalhando tudo para a família.

Já passava da uma da manhã quando comecei a ouvir alguns barulhos na parede ao lado da minha cama. Fiquei preocupado. Pouco depois, outro barulho. E assim continuou, em intervalos. Seria um sinal? O que o Rafael estava aprontando?

Resolvi fazer como ele: fui até o quarto. No caminho pelo corredor, minha mente não parava. Pensava em mil coisas, cenas aleatórias passavam como flashes.

Não bati. Já era tarde, e o som havia sido contínuo. Apenas abri a porta.

Rafael estava no chão, sentado, desfazendo as malas. Quando me viu, riu e falou baixinho:

— Te acordei, né? Desculpa…

— Perdi o sono — respondi. — Quer ajuda?

— Seria ótimo… quem sabe assim eu durmo mais cedo.

Entrei, fechei a porta com cuidado e me sentei ao lado dele. Rafael sorriu e empurrou uma das malas na minha direção.

— Essa aqui é só de camisas… se puder pendurar pra mim.

— Claro — respondi, devolvendo o sorriso.

Fiz o que costumo fazer com as minhas roupas: peguei uma camisa e automaticamente a aproximei do rosto, pra sentir se estava limpa. Não foi de propósito — foi reflexo.

Ele olhou, segurou levemente minha coxa e perguntou:

— Tô cheiroso?

Fiquei constrangido.

— Você precisa tomar outro banho, né? — provoquei, tentando desconversar com humor.

Ele abaixou a cabeça, fazendo um teatrinho de quem tinha ficado triste.

— Ei, tô brincando! — falei, rindo. — Suas roupas estão cheirosas sim.

— Foi minha namorada que lavou…

Puta que pariu. Ele era comprometido?!

Senti o chão sumir por um instante. Um misto de tristeza e confusão tomou conta de mim.

— E a aliança? Cadê as fotos dela?

Ele respirou fundo e respondeu:

— A gente terminou antes de eu vir. Ela não apoiava minha decisão de tentar a vida aqui… preferiu ficar.

— É tenso — murmurei, meio sem saber o que dizer.

Pra quebrar o clima, ele soltou uma piada:

— Agora vou ter que arrumar outra mulher… porque eu não sei lavar nem passar roupa.

Ri, tentando aliviar a tensão.

— Você quer uma companheira ou uma escrava?

Ele deu uma gargalhada:

— Se encontrar as duas numa só, perfeito. Se não… vou ter que ter duas mulheres!

Senti um frio na barriga. Algo naquela resposta começou a me incomodar. Ao mesmo tempo, era impossível não notar: quanto mais ele se abaixava para dobrar as roupas e colocá-las sobre a cama, mais o short subia, revelando parte de seu membro, marcando discretamente.

Rafael havia trazido poucas roupas, então logo terminamos o trabalho. Brinquei dizendo que ia cobrar pelo esforço — tinha sido cansativo lidar com tanta camisa xadrez e tanta meia cinza.

Ele riu e respondeu:

— Isso é roupa de homem!

Sorri. Já estava me levantando para voltar ao meu quarto quando ele disse:

— Ah, tem mais uma mala encostada na parede… vê se consegue puxar pra mim?

Fui até lá. Era uma mala de roupa suja, já entreaberta. No topo da pilha, a peça que logo se destacou foi uma cueca boxer preta.

E, para minha surpresa, ela estava... um pouco suja de baba.

Brinquei com ele, rindo:

— Melhor não deixar minha mãe ver essa cueca suja, hein. Então o machão anda babando por aí?

Rafael ficou parado por um segundo, talvez sem esperar esse tipo de reação. Num gesto rápido, pegou a cueca e jogou em mim:

— Segura aí, zoiudo!

A cueca veio direto no meu rosto. Na hora, senti aquele cheiro forte de suor. Xinguei ele, esfregando o rosto, tentando tirar o cheiro que havia grudado na pele.

— Além de bruto, é nojento! Por isso ninguém te quer!

Saí do quarto na hora e fechei a porta com força. Entrei no meu quarto e tranquei. Estava tarde, e por mais que estivesse incomodado com o que tinha acontecido, o cansaço me venceu. Não tive nem coragem de lavar o rosto... só conseguia lembrar daquele cheiro de macho. A noite toda fiquei revivendo a cena — acho até que sonhei com aquilo.

Na manhã seguinte, ao acordar, vi um bilhete empurrado por debaixo da minha porta. Era do Rafael. Estava escrito:

“Bel, foi sem querer. Desculpa a brincadeira. Vou lavar a cueca e depois te mostrar.”

Fiquei rindo, mas era de raiva — que palhaçada! Rafael já tinha saído para fazer a prova da faculdade, e eu precisava estudar também. Era segunda-feira, o dia que eu mais chegava tarde em casa.

Antes de sair, escrevi um bilhete de resposta e deixei debaixo da porta do quarto dele:

“Palhaço! Estava cansado e dormi cedo. Vou chegar um pouco mais tarde hoje. Depois você me mostra. Boa prova!”

O dia inteiro não consegui me concentrar pra estudar ou trabalhar. Só conseguia pensar na possibilidade da minha mãe — ou, pior ainda, a funcionária — achar um daqueles bilhetes. Como eu explicaria?

Quando cheguei em casa, já à noite, minha mãe estava vendo jornal, meu pai no quarto... e nenhum sinal de Rafael. Cumprimentei minha mãe, subi direto e fui para o meu quarto.

Assim que abri a porta, vi meu bilhete em cima da cama, com algo escrito no verso.

“Hoje, às 02h.”

Obs.: Este conto está ficando muito longo… Espero que vocês tenham gostado! Não esqueçam de votar e comentar, viu? Logo, logo escrevo a segunda parte. Até lá, me enviem mensagens — adoro responder vocês! Quem sabe, aqui mesmo no grupo, eu não encontro a pessoa que vai inspirar o meu próximo relato…

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Foto de perfil de Sávio Belmonte Sávio Belmonte Contos: 4Seguidores: 5Seguindo: 0Mensagem Caro leitor, Seja muito bem-vindo ao meu espaço! Sou um jovem que decidiu se lançar no universo da escrita de contos eróticos. Confesso que embarcar nesse mundo das palavras é algo novo para mim. Mas, espero que meus relatos despertem algo em seu coração — curiosidade, emoção, reflexão… ou, quem sabe, aquele sorriso discreto de quem se reconhece em uma história. Obrigado por estar aqui. Sua leitura já faz tudo isso valer a pena. Gostaria muito de receber uma mensagem sua.

Comentários

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Nada como um primo do interior para deixar a vida mais interessante rsrsrs! Gostei do conto, irei ler o próximo capítulo agora! Ansioso para ver o que eles irão aprontar.

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