Desejo e Sofreguidão.

Um conto erótico de Casal Tatuíra
Categoria: Heterossexual
Contém 1495 palavras
Data: 28/04/2025 21:27:42
Última revisão: 18/06/2025 10:03:40

Os dias que se seguiram arrastaram-se como uma febre. Para quem os visse de fora, eram uma família comum, quase um retrato de anúncio de margarina. Mas dentro da casa — dentro deles — a atmosfera era de pecado e promiscuidade muda.

Nenhuma mulher que Felipe já tivera se comparava a ela em mistério e sedução. As namoradas da faculdade, as moças que cercavam o batalhão, nenhuma poderia fazer sombra aquela deusa pagã.

Soninha era a própria encarnação do escândalo. Cada gesto seu parecia calculado para enlouquecê-lo: o modo como se curvava para apanhar uma colher caída, deixando o vestido escorregar pelos ombros nus, a risada que explodia rouca e molhada no ar da sala, um cheiro doce e agressivo que parecia grudar na pele.

Felipe a observava como se estivesse diante de uma aparição.

— Quer mais café, querido? — perguntava ela, com a xícara trêmula nas mãos, os olhos semicerrados numa promessa muda.

— Quero — respondeu ele, num fio de voz, lutando contra o tremor das próprias pernas.

O corredor da casa parecia mais estreito a cada dia. Quando passavam um pelo outro, seus corpos roçavam-se inevitavelmente. O toque era breve, mas suficiente para incendiar a carne. Num desses encontros, Soninha deixou escapar um sussurro imperceptível:

— Desculpa... — disse, mas o que seus olhos gritavam era outra coisa. Algo que não tinha perdão.

A boca de Soninha, carnuda e vermelha como um pecado de feira, parecia chamar pelo beijo que nunca vinha. As pernas, moldadas como se Deus tivesse passado dias lapidando cada curva, insinuavam-se sob os vestidos leves, que ela usava com uma inocência ofensiva.

Numa tarde quente, ela sentou-se na varanda com as pernas cruzadas, balançando o pé descalço no ar. Felipe a olhou demoradamente. Soninha sorriu, aquele sorriso que era ao mesmo tempo de mãe e de amante. E num tom de quem confessa um crime banal, disse:

— Você está cada dia mais bonito, sabia?

Felipe corou até a alma. E nesse momento, ele soube — embora ainda não tivesse coragem de admitir — que estavam dançando numa beira de abismo.

Era tarde. A casa inteira parecia suspensa no respiro pesado da noite. Felipe subiu as escadas com passos furtivos, o coração martelando contra o peito. Havia uma luz amarelada escapando por baixo da porta entreaberta do quarto de Soninha.

Ele a viu então — de costas, diante do espelho.

Vestia apenas uma lingerie branca que abraçava seu corpo maduro como um sussurro. Passava creme nos ombros, nos braços, no colo generoso, num movimento lento e quase litúrgico, como se ungisse o próprio corpo para um ritual secreto.

Felipe ficou imóvel à soleira, preso entre o espanto e o desejo. O reflexo dela no espelho encontrou o dele: um olhar fugaz, escandalizado e cúmplice.

— Felipe... — murmurou, sem força, sem comando, como se já soubesse que seria inútil ordenar a distância.

Ele se aproximou como um réptil faminto de calor. Quando seus braços a envolveram por trás, Soninha estremeceu. Soltou o frasco de creme, que caiu no chão com um baque surdo.

— Não... — gemeu, mas a palavra morreu enroscada em um suspiro.

O corpo dela se encaixou no dele, os quadris movendo-se num balé lascivo e inconsciente, como se nadasse em águas turvas. A respiração dos dois era um só sussurro quente no silêncio da casa adormecida.

Felipe enterrava o rosto nos cabelos dela, no pescoço perfumado, enquanto suas mãos — trêmulas, urgentes — percorriam o território proibido: a cintura, os flancos, os seios macios que ele apertava com a reverência de quem toca um ídolo profanado.

Soninha apoiou a cabeça para trás, os olhos fechados, oferecendo-se à boca dele, aos beijos molhados que desciam pelos ombros, pela curva da clavícula.

A mão de Felipe, ousada e trêmula, desceu até o ventre dela, tocando a pele quente, o centro da mulher, onde moravam todos os pecados e todas as promessas de perdição.

Soninha soltou um gemido abafado, mais animal que humano, e deixou-se guiar pelas mãos dele, como uma pecadora arrependida que, no fundo, não deseja ser salva.

Soninha virou-se devagar, como quem se entrega ao próprio destino. Ficaram frente a frente, tão próximos que podiam sentir o calor que emanava de seus corpos.

Seus olhos se encontraram — olhos que falavam uma língua antiga, mais funda do que qualquer palavra. Havia culpa, havia medo, havia uma sede desesperada. E ainda assim, nenhuma palavra foi dita. Não havia mais espaço para a fala, apenas para a verdade crua que ardia entre eles.

O beijo veio como uma explosão contida, uma fome há muito reprimida. As bocas se encontraram ávidas, os dentes roçando, as línguas se enredando num duelo sem vencedor.

Felipe, guiado por uma urgência quase sagrada, desfez a renda delicada que cobria o corpo dela. Seus dedos, ágeis, desfizeram cada laço, cada botão, como se estivesse desembrulhando uma oferenda para um altar profano.

Quando enfim Soninha ficou nua diante dele, Felipe recuou meio passo, como se precisasse absorver a visão — e foi então que seu peito retumbou, num baque surdo que parecia ecoar pelas paredes do quarto.

A pele dela era clara como um relicário esquecido pelo tempo. Os pelos escuros e fartos entre as coxas eram uma floresta proibida, chamando-o sem piedade. As curvas — largas, definidas, maternais — contavam histórias de vida, de dores e de amores passados. Mesmo as pequenas marcas do tempo, discretas sobre a pele, pareciam ser sinais de uma santidade pagã, uma beleza rude e definitiva.

Felipe sentiu-se pequeno e abençoado diante dela, como um crente diante da imagem de uma deusa antiga, impiedosa em sua generosidade.

Soninha o olhava com olhos baixos, submissos e ao mesmo tempo cheios de uma majestade silenciosa, como se dissesse: "Tome-me. Seja meu pecado."

Ele avançou então, como alguém que já não tem salvação, e a puxou contra si.

Foi então que Soninha tomou a iniciativa. Seus olhos, antes suaves, agora brilhavam com uma fome crua, primitiva.

Sem dizer nada, suas mãos — ágeis, decididas — começaram a despir Felipe. Cada peça de roupa retirada era como se rasgasse um véu entre eles.

Ela não era mais mãe. Era uma mulher faminta, uma devoradora. Seus dedos percorriam o corpo dele com voracidade, saboreando cada músculo, cada fibra, cada estremecimento que provocava. O peito, os ombros, o ventre — tudo era acariciado, mordido, beijado com uma reverência impura, como quem consagra e ao mesmo tempo profana.

Felipe, nu e vulnerável sob as mãos dela, sentia-se ao mesmo tempo rei e oferenda. Estava entregue, perdido naquela voracidade doce e desesperada.

Quando enfim o despiu completamente, Soninha recuou dois passos, com um sorriso misterioso, e se deitou sobre a cama.

Abriu os braços como quem se oferece ao açoite, os cabelos espalhados pelo lençol como um halo profano, o corpo branco e generoso estendido em toda sua glória madura.

Ela parecia uma virgem se oferecendo no altar do sacrifício — e ainda assim havia em seus olhos a chama de todas as mulheres que conheciam o peso e o prazer do pecado.

Então ela falou, num tom rouco, imperativo, que não admitia recusa:

— Vem.

Era uma ordem. Era uma súplica. Era uma sentença.

E Felipe, com o corpo latejando de desejo e o espírito esmagado por uma culpa deliciosa, avançou sobre ela como quem se lança de um precipício — sem medo, sem volta.

Quando Felipe se lançou sobre ela, o mundo pareceu desaparecer. Não havia mais casa, mais noite, mais tempo. Só os dois — corpos entrelaçados, almas em combustão.

Seus corpos se tocaram como se fossem feitos um para o outro, encaixando-se com a precisão e o desespero de peças destinadas desde o princípio dos tempos.

Soninha arqueou-se sob ele, oferecendo-se inteira, os olhos fechados, a boca entreaberta em êxtase silencioso. Suas mãos percorriam as costas dele, as unhas cravando trilhas vermelhas na pele jovem, como quem marca uma criatura que jamais seria de outra.

O movimento entre eles era mais do que desejo: era um rito primitivo, antigo, gravado nos ossos e na memória dos deuses esquecidos. Cada investida era uma oferenda. Cada gemido, uma oração desesperada.

Felipe a adorava com a fúria de um fanático. Beijava-lhe o pescoço, os seios, o ventre, como se pedisse perdão a cada toque, mesmo sabendo que a penitência já era inútil.

Soninha, por sua vez, não era mais a mulher terna e ambígua dos corredores estreitos. Era agora a sacerdotisa do próprio prazer, comandando os ritmos, puxando-o para si, exigindo mais, sempre mais, com o corpo inteiro.

E quando finalmente chegaram juntos ao cume do abismo — quando o prazer os rompeu como uma onda devastadora —, foi como se o mundo inteiro tivesse sido desfeito e refeito no mesmo instante.

Num breve segundo, eles conheceram o paraíso e foram expulsos dele, suados, arfantes, nus e irremediavelmente condenados.

Por um momento, o quarto ficou em silêncio, exceto pelo som das respirações entrecortadas.

Eles não se olharam. Não ainda. Havia uma vergonha sagrada pairando sobre eles — uma vergonha que era também orgulho, desejo e sofreguidão.

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Comentários

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Nossa!!! Gozei só lendo! Excelente conto! Li novamente com meu filho e não aguentamos e fudemos loucamente, estimulados pela situação da primeira relação incestuosa entre mãe e filho.. Se puder, continua.. Bj.

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